segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Ética - 6 de janeiro de 2015

Índice em 04 de janeiro de 2016
 





 

Ética, reflexões para um novo século

 

Para pensar


Perante nós mesmo todos fingimos ser mais ingênuos do que somos: é deste modo que descansamos dos nossos semelhantes.
Friedrich Nietzsche, (Nietzche)

Nada estimo mais, entre todas as coisas que não estão em meu poder, do que contrair uma aliança de amizade com homens que amem sinceramente a verdade.
Baruch de Spinoza, (B. d. Spinoza)

As novas opiniões são sempre suspeitas e geralmente opostas, por nenhum outro motivo além do fato de ainda não serem comuns.
John Locke, (John Locke)

Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões.
Bertrand Russell,  (O Pensador)

A verdade neutra e essencial liberta do poder, não existe.
Cesar Candiotto, (Candiotto)

“Um problema da nossa época é que as pessoas não querem ser úteis, mas sim importantes”.
Winston Churchill,  (Churchill)

Base cultural e natural


Conheci ao longo da vida, ou melhor, desde que tomei consciência da qualidade de muitas pessoas próximas, gente muito inteligente. Eram seres humanos racionais com um tremendo referencial ético. Foram a base usada para estimular minha disposição para o estudo formal, algo pouco atraente, assim como a paixão pelas ciências sociais, filosofia, política, astronomia etc. Vocação? Creio que podemos sentir restrições graves, o resto é só uma questão de conhecer e estudar, praticar. Pessoalmente creio que seria impossível para mim tudo o que me afetasse emocionalmente de forma violenta (Medicina, por exemplo).
Além de restrições emocionais já nasci de forma complexa e capaz de provocar lesões graves.
Lendo a história da Princesa Isabel (Priore) descobri que a disposição para não facilitar partos e parturientes era uma diretriz religiosa em nosso país sempre atrasado, assim, em condições similares, ganhei traumas e minha mãe lesões físicas e mentais, provavelmente.
As limitações pessoais foram “enriquecidas” por uma “tosse de cachorro” ou melhor, “laringite estridulosa” (Laringite estridulosa ou “Tosse de cachorro” Uma doença de inverno?) que me acompanhou até o início da puberdade.
Aprendi com tudo isso que a inteligência tem efeitos relativos.
Fiz cursinho em São Paulo em 1963 e lá, longe da natureza exuberante de Blumenau à época e com saudades do céu cheio de estrelas frequentei o Planetário no Parque Ibirapuera. Que maravilha!
Mais tarde, já apaixonado por Astronomia, comecei a olhar as estrelas com pequenos telescópios, descobri que assim via melhor alguns pontos e espaços do firmamento, mas deixava de enxergar o céu como um todo.
O excesso de capacidade de raciocínio pode prejudicar a visão das pessoas...
Qualquer que seja a nossa constituição temos, felizmente, um tremendo potencial.
Somos computadores dotados de excelentes sensores, servomecanismos, transdutores, sistemas elétricos de transmissão de dados, estrutura física feita para grande mobilidade, capacidade de manipulação material, etc. e estruturas de processamento de dados, arquivo, softwares dedicados, sistema operacional fantástico, unidades polidimensionais de comunicação e cálculo (neurônios), glândulas que produzem estimulantes e atenuadores, reprodutividade (sexo e complementos), etc.
Ou seja, geneticamente trazemos uma coleção de características e, desde a concepção, sofremos ajustes e até transformações radicais em consequência de ambiente (educação, relações humanas) e acidentes e incidentes decisivos à nossa vida.
O privilégio de nascer com pais realmente preocupados com a educação de seus filhos foi, acima de tudo, o processo mais importante para minha formação.
Assim aprendi (vou alternar a primeira pessoa do singular com a do plural em favor da melhor compreensão do texto) muito com meu pai, pessoa extraordinariamente inteligente, lúcida e responsável. Graças a ele aprendi a duvidar com tolerância as divergências; existe maior lição do que essa? Pedro Cascaes morreu cedo, algo que me entristece profundamente sempre que me lembro disto. Fez muita falta ao filho curioso, teimoso acima de tudo, ainda que relativamente disciplinado à força pela mãe.
Entre a inteligência primorosa e bem estruturada e a cultura do pai e os padrões comportamentais da mãe, criada em tempos de escravatura, disciplina a qualquer custo, sentimentos excessivos e fúteis típicos da educação que recebeu, ganhei uma base inestimável além da herança genética extremamente pronunciada para tudo o que sou.
Fantasticamente as divergências de base religiosa de meus pais estimularam conversas intermináveis e diárias (principalmente no horário do almoço e janta) com o Pedro Cascaes. Com imensa paciência ele explicava seus pontos de vista, não os impunha. Meu pai falava pausadamente, pensava muito antes de responder, ensinou-me a raciocinar.
As lições de casa também mostraram os equívocos, tais como a violência física que minha mãe exercia de forma arbitrária e ilógica e os vícios do casal, dentre os quais o tabagismo foi o de piores consequências. Era uma época em que a mídia comercial, sempre ela, faturava fortunas continuamente defendendo a tétrica arte de fumar, mesmo depois da demonstração mundial a partir de centros médicos honestos de que o cigarro e similares eram vícios mortais. Aliás, isso não mudou. O alcoolismo, o uso abusivo de automóveis (sustentabilidade?), prazeres irresponsáveis etc. e o consumismo desregrado mantêm os sistemas privados de comunicação, bem pagos por grandes grupos econômicos. Falarei, escreverei (espero pulicar esse trabalho em versão oral e escrita, se possível em LIBRAS também) mais disso adiante.
A base cultural em que me formei teve uma contribuição excepcional do povo de Blumenau. Os blumenauenses das décadas de quarenta a sessenta eram bem caracterizados. Gente de origem predominantemente germânica naquela época externava fortemente as virtudes e defeitos de um povo determinado, guerreiro, trabalhador e também vítima e algoz graças a conceitos de raça e poder.
Blumenau era uma vitrine mais elaborada do fascismo que os getulistas tentaram aplicar aos brasileiros. Aliás, aqui, Brasil, dizia meu pai que qualquer ideologia seria desmoralizada pela maneira de ser dos brasileiros, o que não deixa de ser uma virtude importantíssima num planeta que abriga uma espécie de vida tão cheia de certezas, quanto o é o ser humano.
Entre defeitos e virtudes meu segundo lar foi o Colégio Santo Antônio. A disciplina era forte, menos do que em minha casa. Assim lá vivi e convivi com pessoas excepcionais (em todos os sentidos). Mais uma vez a heterogeneidade entre professores demonstrava a fragilidade dos dogmas, ideologias, religiões, morais e éticas que ao longo da história foram construídos e se construiu para agora dividir o mundo, nações, famílias e até grupos circunstanciais presos a catecismos que aceitam, por mais idiotas que sejam.
É incrível a fragilidade de pessoas aparentemente cultas, capazes de afirmar e fazer juramentos e afirmar crenças absolutamente anacrônicas e distantes de suas vidas particulares e sociais, onde demonstram inequivocamente que só aproveitam de tudo o que dizem acreditar o que lhes convêm.
O processo de racionalização assusta.
É bom reafirmar, contudo, aspectos pessoais que me afetaram profundamente.
A saúde pessoal foi um fator marcante e decisivo na construção e percepção de minhas crenças. Desde muito cedo a alergia e bronquite “Tosse de Cachorro” (Laringite estridulosa ou “Tosse de cachorro” Uma doença de inverno?) foi uma limitação violenta, levando meus pais a exercerem uma vigilância severa sobre o que fazia.
Era um tremendo “perna de pau” e assim acabei tendo nos passeios de bicicleta o meu lazer e esporte favorito (Brasil Não Morizado), algo que viabilizava o gosto por esportes radicais, nunca confessados aos meus pais. Imagino qual seria a reação de minha mãe se, ao longo dos anos, soubesse em detalhes o que o filho fazia em todos os lugares em que viveu...
Com certeza tive o privilégio de estudar em São Paulo, capital, onde passei um ano (1963) frequentando o cursinho pré-vestibular Di Túlio, na rua Conde de Sarzedas, na Liberdade. Neste ano de dúvidas imensas ou simples apatia profissional aprendi muito conhecendo a cidade de São Paulo e suas atrações gratuitas, das apresentações da Orquestra Sinfônica no Teatro Municipal ao Planetário no Ibirapuera onde revia as estrelas que deixara em Blumenau.
Vestibular, Itajubá e tudo o que aconteceu a partir de 1964 serviram para educar e temperar conhecimentos e ideais, entre eles o mais nobre, cuidar de minha família.
Maravilhosamente tudo contribuiu para agora escrever este livro, ser autodidata pode desmerecer o que se faz no mundo acadêmico, mas, se feito de coração e com base em bons livros, filmes e na grande escola que é a vida pode merecer registro...





Esse livro


Quero escrever e expressar com o máximo de sinceridade o que penso até o momento de encerrar este livro.
É, contudo, fundamental ter em mente a nossa incapacidade de percepção plena de nossa vida e do Universo. Sempre falamos e escrevemos com o que somos capazes de ver e entender, ou assim imaginamos que o seja.
A própria visão é uma ilusão. Entre qualquer objeto líquido ou sólido existem gases e processos energéticos (ondas, corpúsculos) que não captamos. As cores são uma convenção cerebral, assim como o cheiro, o paladar, a audição e até o tato. Nosso corpo é um conjunto de sensores, servomecanismos, emissores químicos e elétricos que junto ao que denominamos de cérebro mais softwares, sistema operacional etc. e arquivos viabilizam o que somos.
Filósofos deram outras explicações, mas na realidade somos máquinas bem elaboradas e hipercomplexas.
Incorro no erro e riscos do meu primeiro livro (Converando Com Meus Filhos), quando o que escrevi foi sincero e cheio de “boas intenções”, mas os erros de redação e impressão infelizmente mataram o trabalho. Sua publicação aconteceu em pleno período de uma grave doença em meus olhos...
O fantástico em relação a esse livro (Cascaes, Converando Com Meus Filhos) foi o momento em que minha esposa entrou em meu escritório; naquele instante tinha o primeiro exemplar para me apresentar e eu a idade que meu pai tinha (o número de anos, meses e dias que meu pai vivera até o dia de sua morte material) ao falecer. Digo morte material, pois tenho inúmeros incidentes em que a presença dele e sua orientação devem ter acontecido (ou algo muito mais improvável) após o 27 de novembro de 1966.
Na condição de engenheiro eletricista raspei a morte por acidente e a morte profissional e sentimental por diversas vezes; inexplicavelmente tomei a decisão certa no último instante, algo feito com convicção e sem qualquer outra explicação, exceto aquelas metafísicas tão comuns aos espíritas.
Minha mãe era mulher lindíssima, extremamente trabalhadora, uma artista com uma voz excepcional, apaixonada por tudo quanto fosse belo. Com certeza seria romântica radical se meu pai não fosse tão materialista. Infelizmente, como já disse, aprendeu a ser dura e radical com os filhos. Dela guardo lembranças, de meu pai uma tremenda lição de vida e uma convivência espiritual altamente positiva que só o filho mais velho tem o privilégio de contar.
No espaço blumenauense de grandes contradições eu, minha irmã Sônia Maria e o Pedrinho (Pedro Filho) nascemos e crescemos, cada uma seguindo seu caminho, escalando montanhas, caindo e se levantando sem desistir de viver.
Destaco meu pai pelo senso de responsabilidade e disciplina que assumiu após seu casamento com a minha mãe, Chiquinha (Francisca). Era um indivíduo livre, optou pela jovem Francisca e a família que construiu.
O respeito e o amor sem exibicionismo de meu pai por seus filhos, esposa, parentes e amigos e amigas era uma característica que marcava sua personalidade profundamente, algo inegável a quem o conhecesse bem.
Minha atual família em sua origem era espartana, nasceu e cresceu com imensas dificuldades; casamos e geramos nossos filhos; vencemos (eu, minha esposa e filhos) superando situações extremamente difíceis.
Nesse sentido o livro (A Arqueologia do Saber) é um espelho dessa vivência. Lamentavelmente quem ler, espero que todos aqueles que amo e admiro o façam, estará também afetado pela por suas limitações e compulsões, mas é sempre na esperança do entendimento pleno que nos expressamos quando queremos educar. Ou seja, dentro do cenário da época tivemos o que de melhor nossos pais puderam dar. Seria fantástico ler e estudar algum livro semelhante ao Arqueologia do Saber, tratando da Arqueologia da Educação Familiar naqueles tempos para melhor compreendê-los. É normal os filhos reagirem aos pais, nem sempre com sucesso. Isso prejudica análises pessoais e pode até gerar ressentimentos.
O que Michel Foucault teria a ver com minha família?
O culto à verdade, o apego à honestidade, a vontade de ser responsável e o registro de comportamentos, linguagens, o significado da vida em tempos distantes.
Meu pai era um missionário de filosofia e lógicas sensatas. Em sua juventude, contudo, a comunicação e o acesso à cultura universal era precaríssimo. Foram tempos de “glória” das ideologias mais radicais.
À semelhança dos pregadores mais conscientes, Pedro Cascaes exercia a sinceridade com seu filho mais velho. Que momentos fantásticos tive conversando com ele...
E agora?
Envelhecendo e aprendendo muito dia a dia, estudando muito, afinal sou apaixonado por História, Sociologia e Filosofia, tenho algumas convicções que podem estar erradas, mas, infelizmente, pouco vi que contrarie o que estou escrevendo.
O ser humano era extremamente cruel e violento, se comparado ao atual em nosso mundinho. Vivia pouco, sua vida era dominada por vaidades, medos, rituais, convicções e disposição para matar, se necessário, por muito pouco. Essa cultura persiste em muitos lugares até em nossa terra, é fácil de perceber isto. A Selvageria fortuita obriga-nos a recomendar cuidados e distanciamentos de pessoas potencialmente perigosas.
A esperança com certeza é a Humanidade viver mais e mais com saúde mental. Superar a fase de império dos hormônios é fundamental à leveza de pensamento e condições de ver algo mais do que simplesmente a beleza ou sentimentos de alguém que nos atraia.
Paradoxalmente o amor verdadeiro pelo ser humano em geral depende desse desprendimento, pois o sexo gera competição, desafios, mentiras e fantasias que ajudam muito pouco a pensar.
Com certeza o amor que se desenvolve após a fase mais agressiva do acasalamento é talvez mais terno e real. Aí, mais uma vez, percebemos entre pessoas em geral que a tolerância substitui o amor.
O desafio é aprender a viver, a ser, ter e amar.
Com certeza o amor é essencial à felicidade, e deve ser cultivado, sustentado, estejam as pessoas em que condição estiverem.
Criar bons relacionamentos e saber viver é uma arte divina. Assim o desafio deste livro é procurar transmitir conselhos e informações que ajudem a viver de maneira saudável e gratificante.
Nada pior do que o arrependimento e as boas oportunidades não costumam se repetir.

Um registro via Youtube



Objetivo


O objetivo deste trabalho é expor nossa visão (absolutamente pessoal) ética e sugerir algum padrão moral a quem se interessar pelas nossas opiniões e pensamentos. Não é um trabalho de um profissional em Ciências Humanas ou Filosofia, mas o resultado de uma vida razoavelmente longa durante a qual inúmeras vezes fomos obrigados a tomar decisões vistas de forma positiva ou negativa (pessoalmente e por nossos críticos e observadores), dependendo de quem era afetado pelo que fazíamos. Com certeza em muitos momentos ficamos entre opções duríssimas e sendo obrigados a manter a serenidade, a fixação em rumos e compromissos inegáveis.
Nossos filhos, netos e bisnetos são a prova da qualidade do que optamos por sustentar.
Parece-nos que o saldo foi positivo, assim atrevemo-nos a escrever este livro na esperança de sermos úteis àqueles que respeitamos e amamos.
Para estimular reflexões é bom lembrar que nunca vimos alguém feliz com a notícia de que morreria em breve, exceto em casos extremos, talvez. Assim a saúde física e mental é essencial a uma existência compensadora e é importante querer viver a partir da harmonia pessoal e social. A vida cobra pesadamente os erros e excessos. A proximidade da morte também pode afetar o raciocínio, portanto cuidado com as nossas palavras.
Mais ainda, sendo um trabalho que realizamos num período de decadência física e intelectual, podemos errar muito em nossas reflexões. É, contudo, um esforço para deixar algo de referência a todos que quiserem lembrar o que entendíamos por “ética” ao final da vida.
Agonizando podemos fraquejar e transmitir uma falsa visão de nossas crenças.  O limiar da racionalidade talvez seja um dos mais difíceis de se determinar. Mais ainda, é extremamente complicado fazer julgamentos sobre o que sentimos, vivemos e fazemos. Não somos bons juízes em causa própria.
Escreveremos e revisaremos este livro até tivermos consciência de que o final de nossa vida será uma hipótese próxima, assim é uma obra perigosa, sempre merecendo dos leitores atenção para os vícios intelectuais dessa fase da vida.
E a Ética?
Tratando de ética estaremos falando de algo que nasceu do medo e respeito a um ser superior. O medo e a admiração eventual criaram superstições que se transformaram em seitas, cultos secretos e explícitos, finalmente naquilo que agora entendemos por religiões. Podemos existir sem essas crenças?
Falam também de códigos de ética de empresas, comunidades etc. o conceito generalizou-se, faltando, contudo, na maioria dos casos, sinceridade, honestidade intelectual. Virou um instrumento de marketing e cobranças, quando interessam aos maiores acionistas.
Note-se que na origem dos tempos os seres superiores aos humanoides eram inúmeros, talvez já naquela época com a sensação do sobrenatural, invisível, etéreo...
Deus surgiu nas mentes humanas, aos poucos, sutilmente.
Entendemos que compreender, explicar e aceitar a existência de Deus, se existir, seja o que for, é algo absolutamente distante de nossa capacidade de raciocínio. As ilusões humanas partem para o mais difícil ainda, que seria o contato direto e cooptável com o Ser Supremo. Infelizmente a imensa maioria da Humanidade acredita e aceita alguma divindade capaz de agrados, chantagens, vinganças e paixões na lógica antropomórfica (um Deus com alguma característica humana, o que consideramos um absurdo), algo que serviu de base a nossas grandes e pequenas religiões.
Merece uma pesquisa, algo até fácil diante dos meios de comunicação atuais, o que significa a palavra “religião” que tantos defendem e poucos sabem o que realmente esse verbete contém. O desafio será formular as perguntas, pois diante da questão: acredita em Deus? A imensa maioria dirá que sim para não contrariar os fiéis mais perigosos.
Note-se que a pessoa que afirma não ter “religião”[1] é vista com desconfiança, algo típico de gente insegura com o ser humano e sua capacidade de tomar decisões sensatas.
O que incomoda tremendamente é a hipocrisia da imensa maioria dos crentes. Pior ainda, a maioria ao bajular um ser superior sente-se livre para repetir crimes, “pecados”, vícios de toda espécie. Outros além de rezar, chorar, bater no peito, flagelam-se e declaram temor mas não resistem à tentação de repetir “pecados” descaradamente.
Ver gente rezando, orando, pagando promessas, batendo no peito e depois fazendo coisas abomináveis é a prova suprema da falsidade reinante e da fragilidade do ser humano. Os pedidos de perdão acontecem diariamente, poucas pessoas resistem a cometer os mesmos “pecados” ou piores. Isso é acreditar em Deus? Ser religioso?
A complexidade do Universo e a de uma simples bactéria são colossais.  Vamos explicar tudo isso imaginando um ser mais complexo, onipotente, onisciente, perfeito? Podemos?
Deus é antes de tudo uma invenção humana; o ser humano não suporta a falta de explicações, sejam quais forem. Acreditamos que somos capazes de altíssimos raciocínios (e, portanto, conhecimentos), quando na vida real poucas pessoas são suficientemente inteligentes e dispostas a pensar com profundidade. O mistério da vida e até das coisas inanimadas distribuídas pelo Universo ultrapassa pretensões de estudiosos, menos daqueles que, ingenuamente, simploriamente acreditam que tudo se explica de acordo com alguma Bíblia ou documento complexo e mais antigo.
Com certeza há muito a ser descoberto e muito mais que nunca será conhecido, em tempo algum.
A vida está aí e os desafios de existir exigem de todos nós máxima compreensão de quem somos e o que devemos ser, melhor ainda, o que pretendemos ser. Vale registrar que saber de si, querer entender o que somos e queremos é tema que remonta aos filósofos mais antigos. Para isso os grandes pensadores criaram métodos de análise bem expostos em seus livros e biógrafos (Foucault e a crítica da verdade) e magistralmente idealizados. Com certeza na história futura outros serão feitos.
O que importa, o que precisamos para viver em harmonia?
Simplesmente não existe uma “Ética Universal”. Guerras, kamikazes, soldados em geral, ordens religiosas, de tudo um bom exemplo os janízaros[2], talibans, povos selvagens imersos em grandes florestas verdes ou de concreto, em desertos de areia ou de gente demonstram o perigo de crenças aceitas incondicionalmente.
Com certeza desde que nascemos vamos desenvolvendo uma visão própria de moral e ética. Isso explica as inúmeras formas de comportamento, das mais violentas às mais acolhedoras que encontramos no mosaico humano. A imensa maioria crente que existe e age, reage de acordo com a moral única de seus antepassados, pessoas fraternas e principalmente, talvez, com o que sua família lhe ensinou ou pregadores mais eficazes; têm padrões éticos rígidos a partir de conceitos morais que valorizam ao extremo.  A Ética pode ser um pesadelo quando malformada ou simplesmente uma característica desprezada pelas pregações contrárias. Vale, entretanto, como figurino a ser debatido e analisado com competência. Se aqueles que consideramos fanáticos ou criminosos forem passíveis de reeducação, ela será o desafio da Justiça e sistemas educacionais.
Lamentavelmente vivemos num ambiente ainda maniqueísta e subdesenvolvido, essa é a nossa maior tragédia.
A felicidade e o sucesso que nos gratificam dependem de nossas habilidades, desde que começamos a pensar, em descobrir os melhores caminhos para nossa satisfação e amor próprio.
Seria fácil se todos nós tivéssemos a genialidade de entender e dominar nossos instintos e comportamentos e pudéssemos saber detalhes de tudo o que a humanidade descobre e faz (worldometers). Talvez muitas pessoas realmente tenham conquistado esse nível de conhecimento, vivendo em paz e harmonia com tudo e todos.
O drama existe quando insistimos na sinceridade pessoal e não admitimos mentiras, exigindo de nós a dúvida se qualquer detalhe carecer de explicações convincentes. Esse pesadelo saudável é essencial ao comportamento livre de fanatismos. Lideranças religiosas, políticas, militares etc. sempre partiram para o convencimento absoluto de suas vontades e de todos aqueles que pudessem cooptar. Assim as guerras, suplícios, submissões espúrias e maldosas se transformaram em padrão de dominação, algo que virou ciência, cultura e negócios; nova forma de dominação: o consumismo e modismos mercantilizados.
Muito pode existir fora de nossa compreensão, ninguém, absolutamente ninguém é dono da verdade nem possui inteligência necessária e suficiente para construir certezas.
Não dominamos todas as ciências universais para podermos fazer afirmações absolutas. Isso percebemos estudando Física e a investigação de suas relações matemáticas em todas as suas formas, entre outras ciências. Equações e leis naturais de senso comum vão se mostrando simplificações até grosseiras à medida que aprofundamos estudos e experiências, um processo que vai apresentando complexidades sucessivas, desafiando permanentemente nossa vontade de chegar ao conhecimento absoluto de qualquer fenômeno.
Durante a vida sentimos que somos ou não privilegiados; sofremos e nos regozijamos com muita coisa que pode ser efeito de nossas decisões, todas elas, contudo, causa e efeito de tudo o que acontece.
O que podemos e devemos, na nossa mais simples imaginação, é descobrir o que de dentro de nós sussurra e eventualmente grita, diz o que fazer (Pessoalmente sempre me arrependi de quando desprezei essa orientação).
Nunca poderemos fazer afirmações a partir de outros corpos e cérebros. Podem ser radicalmente diferentes do nosso conjunto e o são, e nós carecemos de amplitude para atingirmos sozinhos as “verdades” que eventualmente afirmamos. Isso exige respeito (nunca submissão incondicional) pelas orientações diferentes daquelas em que acreditamos. Quem é dono da verdade?
Com certeza um líder sente-se obrigado a fazer a apologia de suas ideias e propostas. Infelizmente a operacionalidade do discurso de mobilização exige pessoas que tenham o dom da oratória, ou seja, saibam transgredir a honestidade intelectual.
A maioria das pessoas padece de preguiça intelectual, pensar incomoda...
Mais ainda, lembrando Michel Foucault, precisamos estar atentos ao que em relação ao passado chamaríamos Arqueologia do Saber (Foucault, A Arqueologia do Saber), título de um livro fantástico desse gigantesco pensador universal. Em que nível de comunicação estamos?
Nada garante que o que denominamos azul seja igual para todos, assim como os sons, sabores, textura, imagens etc. com certeza são diferentes, pois treinamos permanentemente gostos e nossos sensores e softwares são afetados diariamente, degradados pela poluição e acidentes, fortalecidos ou enfraquecidos pela educação.
Nossa preocupação, contudo, é registrar o que possa ser útil e faça daqueles que acreditarem em nossas opiniões e “teorias” pessoas felizes, de bem com a vida e ao final dela não se arrependam do que fizeram, ao contrário, tenham orgulho do que foram e esperança em outras oportunidades além da morte, se existirem.
Acima de tudo esperamos transmitir a beleza da dúvida, a inutilidade das convicções e o perigo do fanatismo e da indiferença em relação a uma vida sadia, prioritariamente racional e fraterna.



 

Introdução


Qualificar, classificar, optar, aceitar, viver em coletividade e trabalhar é um conjunto de ações que qualquer pessoa desde a mais humilde à maior das maiores é obrigada a exercer para poder sobreviver, simplesmente. Mais ainda, dependendo do momento e das exigências ambientais a questão moral e a ética serão diferentes, merecendo do indivíduo uma avaliação própria.
Não existe panaceia.
Os figurinos estão aí, seus criadores naturalmente os defendem com vigor, mas a realidade supera as simplificações. Viver, sobreviver e vencer exige de cada ser pensante e atuante flexibilidade de estilos e capacidade de discernimento em função dos cenários em que estiver.
Assim como a Humanidade evolui ou simplesmente se transforma, nós também mudamos ao longo da vida.
Muitas religiões introduziram conceitos de culpa e penitência que tornam as pessoas crentes inseguras e infelizes. Criaram situações e comportamentos para dominação de seus rebanhos. Os massacres por motivação religiosa são a pura consequência do medo de desagradar ao(s) Deus(es) e uma forma de bajulá-lo(s) assim como a necessidade compulsiva dos donos da verdade em imporem suas vontades.
Se as religiões criaram fundamentalistas, as ideologias políticas (Cascaes, Procurando Saber, Entender, Aprender Filosofia, História e Sociologia - SEM CENSURA ) o fizeram tanto ou mais, pois com elas estavam interesses de classes, de elites, dos donos do Poder. É normal lembrar os tempos passados como sendo idílicos, algo que certamente é fruto da mais absoluta ignorância sobre a História da Humanidade. Provavelmente estejamos num período até superior a todos que existiram, apesar de nações inteiras ainda se digladiarem de forma absurda e imoral.
Qualificar pessoas é um processo extremamente grave, ainda que necessário e permanente. Dependemos de classificações quando estamos na multidão externa a elites restritas e suficientemente poderosas para inibir contestações fora de seus aquários. Qualquer família que já passou por dificuldades de sobrevivência sabe quanto é perigoso um descuido ou um erro que seja notado por outras pessoas poderosas.
Vivemos uma fase de ativismo social e político. De modo geral os cidadãos comuns não lutam a favor de propostas além de seus interesses reais. Os processos coletivos pouco mais são que manifestações de torcidas organizadas, exceto quando os abusos das elites ultrapassam certos limites difusos, mas felizmente existentes. A dominação das classes mais poderosas tem um recurso que é inatingível pela gente humilde, a possibilidade de propaganda intensiva de suas ideias.
Um agravante nesse processo de convencimento é a mídia religiosa, sempre proclamando a necessidade de sacrifícios e penitências e que os bons terão benefícios após a morte ou ainda em vida por vontade divina. Constroem templos e frequentemente esquecem a própria casa. Os escândalos recentes em torno da Igreja Apostólica Romana demonstram o que acabamos de dizer. Nesse episódio sociólogos, cineastas, romancistas etc. ganharam um manancial de estudos e trabalhos que serão extremamente úteis ao conhecimento da natureza humana.
Seja qual for nossa saúde física e/ou mental temos fragilidades tão grandes quanto podemos ser fortes. Somos gigantes quando dominamos nossos vícios debilitantes. Crescemos ao impor aos nossos instintos padrões de comportamentos saudáveis. Em tese existe dentro de nós, qualquer um, os piores e melhores instintos e hipóteses de desenvolvimento.
O dilema é: que modelos vestir?
As religiões e ideologias trazem figurinos completos. É só aceitar, acreditando ou não. Como qualquer roupa o que vestimos prende, atrapalha movimentos de maior liberdade, mas protege do frio, evita contaminações perigosas, identifica e aproxima pessoas. Pode também causar doenças e abrigar micróbios. As grandes pragas de nossa história vieram por aí, mais ainda quando nenhum conceito de higiene intelectual e material eram valorizados. Ao contrário, em períodos obscuros de certos povos a sujeira corporal era considerada piedade religiosa.
A questão sexual, espertamente explorada pelos pregadores, assustava qualquer pessoa (Dantas) e o fanatismo condenava (e condena) a suplícios impressionantes quem ousasse liberar seus instintos sexuais. Derivando desse manancial de complexos de culpa o abrutalhamento das relações humanas chegou ao que ainda existe, preconceitos de gênero radicalizados e a exploração da mulher pelo homem.
Exemplo: (Sexualidade, cristianismo e poder) em Considerações Finais [Sexualidade, cristianismo e poder, (Bruna Suruagy do Amaral Dantas)]:
A sexualidade, portanto, sempre exerceu fascínio sobre o cristianismo, que não cansou de comentá-la, discuti-la, normatizá-la, proibi-la e excitá-la. A Igreja cristã, mais especificamente a Igreja católica, produziu tratados com o propósito de convencer as mulheres a evitar o casamento e dedicar-se à castidade bem como redigiu documentos destinados a ensinar os monges a proteger-se dos desejos que ameaçavam a santidade da alma. Nos primeiros séculos da era cristã, o clero católico procurou combater o matrimônio, instituição laica e privada, recorrente entre os membros da aristocracia romana. Diante de sua permanência, a Igreja promoveu, com certa reticência, a sacramentalização do casamento, autorizando-se, desse modo, a penetrar no quarto do casal, vasculhar sua intimidade e estabelecer os limites entre o permitido e o proibido no âmbito da sexualidade. Homens que, em tese, se privavam de viver a própria sexualidade ficaram responsáveis por orientar a vida sexual de fiéis que não sabiam o que fazer com os próprios desejos e temiam suas manifestações. Tornar o matrimônio uma instituição pública e sagrada permitiu ao clero romano consolidar seu poder político e ampliar sua intervenção na vida íntima dos fiéis. O que pode gerar mais poder a uma instituição do que a capacidade de controlar a intimidade das pessoas e ter acesso a seus segredos?
A Igreja desenvolveu tecnologias de extração da verdade de si, como a prática da confissão, para descobrir o que cada sujeito esconde de sua sexualidade e, dessa forma, aumentar seu poder sobre os corpos dos fiéis. O clero estava interessado em conhecer a vida íntima dos cristãos para melhor controlá-la e aperfeiçoar os códigos de regulamentação dos desejos e da atividade sexual. As técnicas de interrogatório e os procedimentos confessionais possibilitavam a revelação de verdades secretas, desconhecidas do próprio sujeito. O dispositivo da confissão determinava que o verdadeiro cristão deveria “despir” a sexualidade diante do confessor que observava tudo com atenção e interesse. A pastoral católica inaugura a prática da exposição da vida sexual, sem pudores e inibição.
Além da ciência, o protestantismo e logo em seguida o pentecostalismo aprimoraram as técnicas de vigilância e observação da sexualidade, desenvolvidas pelo catolicismo medieval. Segundo Weber (2004), a Reforma Protestante produziu uma forma de dominação e regulamentação da vida privada que se fazia sentir mais fortemente entre os fiéis, pois penetrava de fato nos espaços secretos da intimidade. A sexualidade tornou-se ainda mais central do que já era. Nas Igrejas protestantes e pentecostais, tudo gira em torno dos desejos e prazeres sexuais dos fiéis. As pregações, os documentos teológicos, as orientações doutrinárias e os códigos de conduta fazem constante referência à vida sexual. É preciso vigiá-la, observá-la e confessá-la para não perdê-la de vista. Os seus rastros devem ser seguidos. Nas cerimônias religiosas, ela aparece para ser simultaneamente cultuada e combatida. Desde suas origens, o cristianismo continua preservando o espaço da sexualidade em seus cultos, como se dela dependesse para permanecer vivo.
A história da sexualidade ocidental, narrada sucintamente nesse artigo, permite-nos constatar que o cristianismo sempre se incomodou com a sexualidade, intensificando gradativamente seu sistema de controle para mantê-la sob a tutela e orientação da Igreja. Líderes eclesiásticos promoveram a disciplina do corpo, a regulamentação do prazer, a normatização do desejo e o estímulo à exposição da intimidade sexual por meio dos procedimentos confessionais. Por intermédio das confissões, o clero adquiriu um tipo específico de saber que ampliou o poder de dominação e controle da Igreja. As estratégias eclesiásticas consistiam em utilizar o saber obtido nas práticas confessionais para dominar o corpo e o desejo dos fiéis, tornando-o dócil e obediente, com o propósito de consolidar a autoridade moral e o poder político da Igreja cristã.

Aceitar algum código de ética, admitir padrões morais e viver de acordo com a vontade de alguma tribo pode salvar e fazer muita gente feliz assim como aterrorizar os mais sensíveis.
Os males da Idade Média persistem em países que resistem em aceitar a igualdade perante leis gerais que a ONU (Conheça a ONU) num período de valorização do ser humano criou; até quando essas orientações serão mantidas? Graças a esse período de inspiração a proposta de Direitos Humanos ganhou consistência, mas não universalidade, infelizmente. Note-se que a as leis universais são expostas a votações de delegados de países filiados, podendo ser alteradas quando a relação de forças o determinar. Caminhamos num bom sentido ou outras teses levarão ao esquecimento do ser humano?
É importante transcrever o que isso significa, a Wikipédia dá um bom resumo:
Os direitos humanos são os direitos liberdades básicos de todos os seres humanos. São:
a) direitos civis e políticos (exemplos: direitos à vida, à propriedade, liberdades de pensamento, de expressão, de crença, igualdade formal, ou seja, de todos perante a lei, direitos à nacionalidade, de participar do governo do seu Estado, podendo votar e ser votado, entre outros, fundamentados no valor liberdade);
b) direitos econômicos, sociais e culturais (exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de renda, entre outros, fundamentados no valor igualdade de oportunidades);
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”
— Artigo 1º Declaração Universal dos Direitos do Homem
As ideias de direitos humanos têm origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e veem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário manter termos separados para eliminar a associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John Locke[3]talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.

E no Brasil? (Pergunta que será aplicada diversas vezes ao longo deste livro de forma explícita ou não)
Excelentes romancistas, sociólogos, cineastas e a arte em geral descrevem a sorte de pessoas menos poderosas que contrariaram convenções. Livros memoráveis são uma lição para quem, sendo mais jovem, pode optar por uma vida disciplinada ou não.
Outros mais atentos à vida dos poderosos devem estar avaliando os réus do “Mensalão”, por exemplo, assim como os escândalos que vão do Metrô Paulistano a golpes contra o BNDES. A Operação Lava Jato entrará para a história mundial, tão grande é sua amplitude, convencendo, quem sabe, o criminoso em potencial a procurarem padrões honestos de existência...
O tratamento aos cortesãos, contudo, é outro bem diferente daqueles que estão na planície. Ou seja, agravando a lógica dos julgamentos encontramos situações muito diferentes em função dos poderes adquiridos.
Infelizmente a aplicação das leis é feita por corporações que valorizam formalismo e, via de regra, inibem inquéritos. O Juiz Sérgio Moro, inacreditavelmente, rompeu com essa metodologia graças também a uma equipe extraordinária que merecerá destaque no devido tempo.
É importante pensar, contudo, se também simplesmente não estamos vingando nossa mediocridade ao saborear a agonia de pessoas que conquistaram projeção nacional (Marton). Lamentavelmente a corrupção tem sido uma espécie de endemia no Brasil, doença que se aperfeiçoou ao longo do tempo. De uma certa forma todos os brasileiros e brasileiras são culpados por covardia, omissão, leniência ou cumplicidade, com raras exceções.
Felizmente, contudo, o Brasil tem exemplos atuais inacreditáveis para quem não o conhece. Os escândalos se sucedem graças a uma dinâmica moderna de vigilância e à liberdade de comunicação. Assim sabemos de coisas que antes eram privilégios de alguns iniciados.
Aqueles que não forem brasileiros poderão entender o que pretendemos dizer com os filmes e livros (Trabalho Interno), (Wall Street) e (Economia Bandida), entre outros, da história da economia mundial no século 20 e já agora, século 21; cenários e histórias reais e romanceadas de uma realidade internacional assustadora até para o ex-presidente do Banco Central dos EUA (Greenspan).
Economia, culturas e poderes são a marca da organização humana. O nosso desafio é entender o que aconteceu e imaginar fórmulas de sobrevivência com dignidade, realistas, aplicáveis a nossos descendentes.
Não podemos ignorar, contudo, que a cultura universal se transforma e em cada momento veremos o resultado dos discursos, conhecimentos, hábitos e poderes existentes (Foucault, A Arqueologia do Saber).
Michel Foucault demonstrou, estudou e teve suas análises publicadas em muitos trabalhos que merecem leitura (ou audição e visão – youtube, filmes, quem sabe no cinema em algum dia) e aprofundamento intelectual (Cascaes, Livros e Filmes Especiais), preocupado com interpretações éticas e morais feitas a distância, longe dos caprichos da inteligência humana e seus preconceitos. Sua determinação em viver de forma presencial situações marcantes de sua época, analisando incidentes e processos extraordinários com padrões jornalísticos e filosóficos, ilustra um método de estudo importantíssimo, muito longe do academicismo e das convicções de filósofos universalistas, revolucionários de escrivaninha. Hannah Arendt, inúmeras vezes destacou em seus livros as diferenças entre o consenso universal e a realidade, algo que lhe custou caro após o livro (Arendt, EICHMANN EM JERUSALÉM )[4]·. Ela viveu o pesadelo de expressar suas crenças, algo semelhante ao que aconteceu a inúmeros pensadores de imenso valor para a Humanidade. Mário Vargas Llosa é genial ao descrever histórias fictícias e reais, um marco no registro da história latino-americana. Já Umberto Eco expõe com detalhes sutilezas do pensamento humano universal assim vamos aos poucos tendo condições de compreender muitos cenários humanos que antes pareciam coleções de datas e nomes de ruas e praças.

De qualquer forma, por mais inteligente que o profeta, sábio, professor, filósofo ou ideólogo seja, a certeza absoluta que possam ter de suas propostas é algo perigoso, prejudicial à racionalidade e à otimização da vida humana[5].
O inacreditável em pleno século 21 é sentir que muitos analistas querem que a natureza humana siga um figurino para o qual têm as medidas certas.
O “homo sapiens sapiens” é incrivelmente complexo e com alternativas infinitas de composição de seus elementos criadores; cada pessoa é singular, única. Justiça? Julgamentos? Em tudo sempre devemos separar a necessidade de regulamentação e disciplinamento da convivência da aplicação de conceitos “universais”; até onde são válidos?
Ou seja, sempre que qualificamos alguém devemos ter capacidade de alteridade[6] (Alteridade) e visão holística[7] do que somos eventualmente obrigados a fazer, dizer e até agir de forma radical, quando necessário. Com certeza não é uma postura conveniente a quem manda em qualquer espécie de sociedade atual. Isso Frei Beto explana com muita propriedade em (PÓS-MODERNIDADE E NOVOS PARADIGMAS) e em outros trabalhos sobre o jogo do poder e seus efeitos sobre o comportamento humano.
Atenção a comportamentos éticos em cada momento da História não é capricho, é algo útil e fundamental ao indivíduo; esse primata bípede da espécie homo é um animal que não tem (agora) proteções naturais suficientes para viver instintivamente nas cidades sem grandes sistemas corporativos de segurança; precisa aprender, por bem ou até violentamente, que depende da submissão a códigos morais e éticos para sobreviver em grandes comunidades, ainda que não perfeitos, tampouco sublimes. Para isso leis, decretos, normas, códigos e sistemas de intimidação e isolamento existem e estão em permanente transformação para disciplinar bilhões de pessoas.
A qualidade da submissão a códigos de ética e os próprios códigos dependem da cultura, do grau de instrução e da educação formal do indivíduo e sua comunidade, algo que se transforma permanentemente.
É importante notar que os legisladores podem introduzir constituições completas, mas inúteis se os povos não as entenderem. Da Revolução Francesa aos processos de “redemocratização” da América Latina [ (Gomes), (Marques) etc.] encontramos exemplos concretos da ineficácia e até dos riscos de saltos muito grandes.
Religiões são a base da ética popular e até de grandes lideranças poderosas. Elas existem sobre estruturas consensuais ou não, mas seus profissionais, convencidos de suas pregações, são extremamente eficazes no convencimento de seus seguidores. A retórica, algo analisado em muitos livros de grandes pensadores, é arma perigosa que pessoas engajadas em qualquer coisa usam para convencer, muitas vezes desprezando qualquer argumentação honesta ou realizando prodígios saudáveis, pois convencem pessoas com argumentos que aceitam.
Se o ser humano pudesse realmente entender e utilizar a Ciência em sintonia com verdades absolutas (pelo menos neste convencimento) certamente teríamos orientações seguras dentro do que denominamos “ética”. A fragilidade de nossos comportamentos e conhecimentos, contudo, estimula dúvidas e ajustes assim como adoção de conjuntos de leis, regras, preceitos e doutrinas pré-fabricadas, inclusive religiões e ideologias.
 Temos desde leis universais até pessoais, familiares. Todos nós construímos mesmo sem perceber uma coleção de regras, códigos, padrões morais, etc. e adotamos religiões, estruturas filosóficas e similares.
E nós diante de tudo isso?
A insignificância do “homo sapiens sapiens” é uma realidade que só cresce à medida que o conhecimento humano avança. No passado nossos ancestrais podiam ser arrogantes, era fácil ter certeza de alguma coisa, tudo parecia simples.
Civilizações foram nascendo sobre o conceito antropomórfico da figura e comportamento do que denominaram “Deus”. Era fácil e instintivo pensar assim, como o é e será sempre para a maioria absoluta das mulheres e dos homens.
As certezas são proporcionais ao grau de ignorância do ser aparentemente pensante ou mal orientado. Basta uma noite olhando o firmamento celeste ou procurando com alguma lupa detalhes de uma simples flor para percebermos que nada ou muito pouco sabemos e entendemos. Nossas dúvidas naturalmente se ampliam e se afastam de receitas prontas, remédios genéricos e médicos importados. É o ônus da inteligência e da cultura científica.
O que se percebe, contudo, é a disposição para a alienação; é fácil delegar a terceiros as dúvidas existenciais. Sobreviver com luxos exige dedicação, muito trabalho, redução máxima para a introspecção e leniência diante dos poderosos.
Na sociedade moderna, compulsivamente lúdica e consumista, o tempo para pensar é escasso. A mídia a serviço de grupos de executivos, empresas, ONGs, líderes corporativos etc. usa e abusa do poder de convencimento que esmaga a inteligência humana.
Estar obsessivamente “conectado” com o mundo é o câncer que mata a capacidade de pensar. Esquece-se a inteligência, opta-se pelos instintos oportunistas e a compulsão de ser, estar e pertencer já que é muito difícil mandar e liderar. É analgésico esquecer tudo e simplesmente saborear a vida de forma natural, aproveitando e usando o potencial da Ciência e da Tecnologia para existir de acordo com o mais íntimo e impublicável de nossos instintos.
Com certeza nascemos diferentes e crescemos acentuando qualidades singulares. Essa situação contemplativa e maravilhosa que temos pela Natureza de nossa existência torna a sociedade humana algo fantástico, quando ela se desliga de instintos selvagens. Infelizmente passamos milhões de anos lutando de forma violentíssima para sobreviver se considerarmos que só existimos quando de acordo com os cientistas ganhamos algumas habilidades que definiram como e o que é o ser humano.
Talvez tenhamos superado as imposições das florestas e savanas perigosas e permanentemente desafiadoras.
Talvez por desonestidade intelectual ou ignorância muitos expoentes do pensamento humano promoveram paraísos (e infernos) na Terra e no Céu. Com certeza só não aceitando o que significa viver como animal entre animais e até insetos e micróbios acreditaremos que devamos desprezar radicalmente a violência se tivermos capacidade de defesa pacífica.
O desafio é disciplinar as necessidades e os sentimentos para máximo distanciamento de nossa animalidade, se a bondade é realmente um fim possível, necessário, nobre e justo para os humanos.
Isso não significa o abandono radical de nossos instintos, eles são úteis e podem ser necessários em ambientes selvagens assim como na rotina diária, onde o amor sexual é uma das compensações maravilhosas dessa realidade. No relacionamento sexual o instinto é essencial e parte da beleza do acasalamento.
O amor estimula e precisa de nossos hormônios e eles são também importantíssimos quando estamos entre seres perigosos.
Os relatos da vida em presídios (Varella) e em lugares onde criminosos mandam demonstra a importância de saber se defender em condições extremas, quando palavras e atitudes santificadas têm pouco valor. Nesse isolamento também a sexualidade aparece superando preconceitos. Que laboratório mal analisado.
Vivemos em cidades gradativamente hostis. Nelas, por maior que seja a disposição para a “não violência” ficamos à mercê de pessoas agressivas e sob efeito de drogas, enlouquecidas e mal-educadas. Não tendo capacidade de reação seremos reféns de tudo o que se arma contra nós. Mais indefesos ainda no Brasil onde o povo foi desarmado, exceto em ginásios e academias “esportivas” onde as artes marciais preparam atletas para matar sem armas de fogo, facas e estiletes.
Nossa sociedade improvisadora e cheia de boas intenções está inviabilizando a vida civilizada.




A fragilidade do ser humano

 

De modo geral a sociedade está organizada e regulada partindo de princípios de autonomia e livre arbítrio.
Somos tão poderosos assim?
A análise do comportamento de nações tidas como desenvolvidas e cultas demonstra a nossa incapacidade de fugir de processos educacionais dirigidos estrategicamente, dentro dos interesses das classes dominantes. Os exemplos são assustadores. No último século nações inteiras patrocinaram processos de genocídio absurdos, algumas vezes sob alegações socialistas, noutras valia a lógica do imperialismo, mas os piores instintos dominavam soberanamente de forma implícita nas teses e discursos de qualquer líder daqueles povos. Muitas nações, secularmente crentes de serem superiores às demais, usaram o poder de seus exércitos para a realização de massacres abomináveis.
O Nazismo foi o ápice da mediocridade de uma classe média que se acreditava ter direitos abomináveis e nítidos indicadores de superioridade. A estupidez nas décadas de trinta e quarenta do século passado é uma advertência do que significa a crença em valores fantasiosos e egoístas.
A que devemos tantos riscos e perversões, assim como valores infinitamente sublimes que muitas pessoas demonstram possuir?
Observando lobos que vivem em matilhas, por exemplo, percebemos a hierarquização pela força e a exclusão de outros bandos. São selvagens com alguma organização familiar e social. No meio dessas alcateias é possível enxergar a ternura entre as fêmeas e seus filhotes. Seríamos apenas isso?
Além do que poderíamos definir como resultado de nossos instintos e anseios, nosso corpo é uma montagem que contém elementos perigosos e fascinantes. Somos um tremendo computador com sensores, unidades de lógica, processadores polidimensionais e extremamente compactos ocupando segmentos de nosso cérebro onde um sistema operacional, aplicativos hereditários, sistemas de comunicação, de refrigeração e energia compõem a maioria das nossas virtudes e capacidades. Temos mobilidade, poder de procriação etc., tudo organizado de forma infinitamente complexa e ao mesmo tempo tão simples como só a Natureza é capaz de produzir.
Dentro de nós, em vários lugares do corpo, encontramos glândulas[8] que mudam os parâmetros de muitas equações de decisão. O DNA[9] contém elementos que formam o plano construtivo, o relógio de cada um, as sementes de tecidos, modelos e padrões definindo fases de nossas vidas com determinação orgânica, além, é claro, da sua composição minuciosa.
Cada ser humano é o produto de origens materiais, culturais, ambientais etc. O DNA diz muito ele é o produto de casais que, por sua vez, vêm de outros sucessivamente. Após o nascimento material passamos a ser objeto de inúmeras influências, com destaque o cenário familiar e social em que vivemos.
Ou seja, de modo geral podemos até afirmar que não decidimos sobre as bases em que nascemos, crescemos, fomos educados. Perante qualquer tribunal realmente justo e submetido a leis universais (no sentido amplo) todos seriam vistos como objeto de um processo de transformações, evoluções ou regressões, mas simples produtos de uma miríade de acidentes, incidentes, DNAs, ambientes e até leis humanas.
Onde podemos mudar algo?
O universo matemático pode ser dividido entre o espaço determinístico e o probabilístico; de alguma forma criamos estímulos até pequeníssimos que nos fazem optar por um ou outro caminho. Deterministicamente podemos dizer que o resultado será esse ou aquele, no mundo real, contudo, prevalecem os eventos aleatórios, circunstanciais, distantes de toda espécie de “autoridade”.
Pessoalmente acredito também que alguma espécie de espírito pode nos apoiar, assim vivi sentindo a influência, de meu pai, imagino. Minhas decisões durante décadas tinham (e têm) momentos de inspiração inacreditáveis, algo que simplesmente não posso desprezar.
Ou seja, dentro do mundo que conhecemos e imersos na complexidade do Universo estamos infinitamente longe de explicar tudo o que nos acontece.
De qualquer jeito temos o direito de simplificar e explicar, acreditar em alguma coisa que entendamos como soberana em nossas vidas.
Falamos em glândulas e em períodos de existência. Cada um é um conjunto de composições singulares. E daí?
Nascemos absolutamente egoístas, dependentes. Não fosse assim a sobrevivência da Humanidade estaria em risco, se é que ela ainda existisse.
É importante lembrar isso. O altruísmo depende principalmente da educação que recebemos. O egoísmo deixa-nos dependentes de sentimentos primitivos, de vaidades, vícios e necessidades que diminuem à medida que esquecemos nossos problemas e nos fixamos em ajudar outras pessoas, ou seja, aprendemos a amar o próximo.
A infelicidade é flagrante entre pessoas egocêntricas, sempre apavoradas com a morte, a perda de qualquer coisa, querendo sempre mais para si, nunca estando satisfeitas.
O egoísmo também pode ser o resultado de patologias[10]. Merece leitura atenta o verbete (Psicopata) assim como os livros de Michel Foucault, com destaque para (Foucault, História da Loucura) e inúmeros bons psicólogos e psiquiatras.
Isso tudo demonstra a importância da família, da Educação, da Liberdade onde a aleatoriedade pode evitar a dominação dos tiranos, santos e pregadores.
No Brasil passamos por momentos absurdos de controle de grupos de fanáticos à direita e à esquerda. Nas ditaduras militares e marcadamente ideológicas, desde os tempos de Deodoro, Vargas e mais tarde com os militares que consideravam o Almanaque do Exército o único documento de escolha de presidentes sofremos processos de lavagem cerebral terríveis.
Agora estamos, principalmente, sob o império da mídia[11] comercial e religiosa. Alegando liberdade de imprensa mentem, promovem vilanias ou “santidades”, estimulam comportamentos doentios a serviço de patrocinadores alheios às necessidades mais sadias de nosso povo ou expressam convicções que ferem a liberdade de culto e crenças metafísicas. Com certeza isso é um instrumento de dominação de fanáticos e grupos econômicos e financeiros que se sobrepõem na pirâmide de dominação da Humanidade.
Confunde-se liberdade de imprensa com liberdade de opinião, algo proibido à maioria dos jornalistas, devidamente monitorados pelas equipes de editoria. Sistemas de comunicação convencionais são caros e dependem do poder da mídia e seus patrocinadores para sobreviverem, enquanto os sistemas estatais são implicitamente censurados...
A literatura, emissoras de rádio, TV, redes sociais, portais, templos, etc. formam um conjunto poderoso que, se tivermos censura enérgica e até discreta, irresistível na condução de qualquer nação.
A verdade é uma hipótese sempre que a procuramos e essa vontade de entender cria sentimentos de humildade e dúvidas íntimas que precisam ser valorizadas.
Felizmente temos as redes sociais e a universalização da informação. O Mundo WEB desmonta (por enquanto) até as ditaduras mais ferozes. A aleatoriedade e a acessibilidade quase universal a sistemas modernos de comunicação via telefonia e internet está furando bloqueios seculares.
Sobre a mídia merecem leitura (O Diabo na Água Benta) e (O Cemitério de Praga) fora outros clássicos mostrando como as “verdades” são produzidas.
Ainda estamos num planeta ética e culturalmente subdesenvolvido. São muitos os lugares da Terra em que os fundamentalismos religiosos, políticos e até esportivos criam cenários de terror.
A fragilidade do ser humano está mais do que evidente num mundo em que o desenvolvimento do conhecimento técnico e científico adianta-se velozmente da inteligência e capacidade de assimilação sadia das ciências humanas.
Poderá vir da própria Ciência formal a fórmula de melhor aproveitamento do conhecimento humano universal. Talvez tenhamos recursos para aceleração do cérebro que não sejam tão prejudiciais quanto as drogas existentes.
Precisamos de tudo e de todos para superar nossas limitações.






Responsabilidade, paixões e família


Ao longo da vida passamos por diversas etapas que partem da total dependência dos pais e terminam, se vivermos o suficiente, precisando dos filhos para tudo. A família marca nossos passos e é um equívoco tremendo desprezar esse relacionamento.
Com certeza carregamos glândulas e instintos que trazemos de tempos imemoriais quando os seres humanos pouco sabiam da causalidade do relacionamento sexual e provavelmente o afeto recíproco era secundário diante da necessidade de lutar pela própria sobrevivência.
À medida que evoluímos ganhamos consciência da unidade básica de nossa sociedade mais desenvolvida, a família.
Sistemas totalitários recentes procuraram minimizar a importância da família e atualmente as empresas televisivas (concessionárias), principalmente, procuram enfraquecer a importância dos pais.
Aliás, a liberdade de demolir a família é algo que merece atenção dos nossos legisladores. Empresas que existem aproveitando concessões oriundas dos representantes do povo e lambuzadas com o dinheiro do contribuinte deveriam ser mais cuidadosas com suas programações. Os televisores, principalmente, são janelas permissivas e fora do controle familiar.
Não devemos confundir a liberdade de expressão de convicções com a exploração comercial das taras humanas.
Há poucas décadas defendíamos a liberdade de expressão política e artística. Teatros, cabarés, prostíbulos e outros ambientes fechados eram, por excelência, lugares permissivos. Ver, entretanto, nas paredes de nossas casas, apartamentos e até em lugares públicos histórias e cenas inadequadas a crianças e jovens é algo preocupante. Será que a liberdade de expressão é isso?
As crianças e os jovens são um tremendo mercado consumidor que os patrocinadores da mídia comercial disputam ferozmente, na esperança de que elas imponham a seus responsáveis caprichos e consumos ao gosto e critério da indústria. A promoção de produtos e costumes suntuosos e depravados é uma forma de desmonte da sociedade e instrumento de escravização na ânsia de conquista de luxos e prazeres caríssimos. Não bastasse isso a poluição e degradação ambiental em geral precisam reverter, algo só possível com a mudança de hábitos perdulários. Com certeza os responsáveis pela mídia comercial devem ponderar essas questões e agir preventivamente, antes que sejam vítimas de ações enérgicas contra a deseducação implícita que promovem, apesar dos belíssimos programas educativos que fazem provavelmente com o dinheiro do contribuinte.
Vemos, resumindo de forma simplória, reportagens e programas absurdos, quando menos querendo generalizar hábitos, credos, vícios e compromissos de cidades formadas com padrões muito diferentes daqueles em que nascemos e crescemos. O Brasil tem dimensões continentais, faz sentido adotarmos figurinos paulistas ou cariocas?
O pesadelo dos pais é imenso.
Como convencer os filhos e filhas a serem responsáveis, a gastarem o tempo necessário e, pelo menos, suficiente ao aprendizado social, político e profissional a partir de fontes seguras, saudáveis?
Um exemplo atroz é a mídia esportiva. A duração e o aluguel (patrocinadores) dos programas esportivos demonstram a conveniência lúdica que os responsáveis pelas concessões de emissoras de televisão faturam. Ganham até quando a serviço da Democracia (apesar de serem concessionárias), agora, diante do decreto (Brasil) que permite o desconto de débitos do Imposto de Renda (BRASIL) do horário político não negociado, possivelmente em valor cheio de televisão em rede nacional. Em programas de partidos eleitorais elas, as concessionárias de rádio e TV, têm agora outra fonte de receita considerável. Quanto mais partidos melhor... Usando e abusando de seus privilégios enriquecem seus donos e mandam no Brasil.
O que se pode constatar, resumindo, é a perversidade monumental de programas e propostas via emissoras de TV, até quando?
Ou seja, a família perde espaço para “educadores” mercenários e irresponsáveis, para não dizer: criminosos.
Viver é vencer etapas, primeiro inconscientemente, depois, se a pessoa tiver respeito por si própria e sua família, a construção e manutenção de uma vida pessoal, profissional e social adequada à felicidade e saúde daqueles que a formarem e de seus descendentes, prioritariamente.
Com certeza as pressões centrípetas[12] são enormes. Serão mais fortes nos dois extremos da escala social. Na extrema pobreza e em famílias que se dispersam sem condições de cuidar de seus filhos é quase impossível manter um ambiente saudável, ou melhor, é impossível. O resultado é trágico. Crianças soltas no meio de ambientes insalubres perdem a oportunidade de crescerem de forma segura.
Na puberdade e até antes, percebendo a discriminação social, começam a ser brutalmente lesionadas psicologicamente. Ao contrário de tempos antigos quando a definição rígida de classes sociais por outros motivos e na ignorância do luxo e prazeres dos mais ricos a miséria era razoavelmente aceita, atualmente as telinhas das TVs mostram ao vivo e a cores o que significa ser rico, muito rico. O estímulo a ambições impossíveis e à criminalidade é simples decorrência dessa visibilidade ofensiva dos luxos e vícios de elites podres. O resultado é a demanda por mais e mais penitenciárias e policiamento. Gradativamente os ricos se cercam de guardas e muros, invertendo a condição de prisioneiros e os mais pobres viram simples estatísticas...
Mais ainda, os mais ricos deixam seus filhos por conta de empregados e empregadas. Quem educa as crianças?
Assim o ideal seria que todos sem exceção pudessem e cuidassem com carinho de seus descendentes. Com certeza os ganhos sociais seriam enormes.
Em termos éticos as famílias perdem espaço para a mídia comercial e as crianças se transformam em chorume[13] desse lixo que é a programação em horário nobre das emissoras de televisão.
Lembrando o poder político conquistado graças à manipulação de reportagens e ao interesse mórbido pela propaganda via telinha podemos quase esquecer a possibilidade de mudanças a curto e médio prazo.
Códigos de ética?
Vimos momentos em que a mídia pensou em códigos de ética. Talvez sentindo o efeito de seus “códigos” no faturamento e riqueza dos concessionários descubramos que a ética do dinheiro é soberana, foi mais forte.
E as famílias? Os seres humanos que a formam?
O desafio do século 21 será usar tudo que existe para fortalecer as unidades básicas da sociedade de forma sensata, honesta, cautelosa e dando aos seus responsáveis condições de educar e proteger seus componentes.
Somando as influências deletérias de processos de deseducação, os efeitos da mídia se agravam com as gangues criminosas e dominadoras em torno do comércio de drogas. O império dos narcotraficantes é visível e mortal.
É extremamente importante educar para a sobrevivência e o sucesso com dignidade, de que jeito?
Se as crianças são afetadas pela má propaganda, os pais não são menos vulneráveis, até por que eles estão no pleno uso de instintos sexuais, acima de tudo, num ambiente social em que sair devidamente vestidos para chamar a atenção do sexo oposto é a regra implícita na moda.
Não devemos regredir a proteções e exclusões primitivas, mas devemos estar atentos ao que significa ser alvo e agente de ações de conquistas de terceiros, aleatórias, perigosas.
O casamento é uma formalidade, um ato de compromisso que as religiões faturam.
O nascimento de filhos, contudo, transcende tudo e cria obrigações extremamente importantes.
Naturalmente existem casais mal formados, impossíveis. Se neles a geração de filhos aconteceu, é uma lástima. Existindo irão precisar de cuidados especiais.
Ser pai ou mãe é uma condição de compromisso inalienável.
Como educar? Acima de tudo pelo exemplo. Nada perturba mais uma criança do que a falsidade dos pais, quando percebida. Talvez assim sejam treinadas para muitas profissões, mas é algo que as entristece, magoa.
As desculpas para desvios são abundantes. Romantismo é a mais usada. Inúmeros livros, filmes, peças teatrais etc. foram feitos e continuam em produção transformando paixões em atos nobres. Não dá prestígio mostrar o contrário, com raras exceções. Será por isso que normalmente os romances terminam com a cerimônia do casamento?
Crianças?
A resposta de muitos é: o Governo que cuide delas.
No Brasil pior do que isso é a herança dos tempos coloniais quando o trabalho escravo era usado extensivamente. Degradar famílias de escravos e estimular a procriação sem grandes preocupações era um tremendo negócio. O negro escravo era um objeto que seus donos compravam e vendiam sem qualquer preocupação com os seus sentimentos. Ainda hoje vemos o resultado disso em regiões onde a responsabilidade social ainda não chegou. Principalmente entre homens nota-se o orgulho de ter amantes e ter gerado muitos filhos, deixados aos cuidados de Deus e dos pagadores de impostos. São vítimas de uma cultura de alienação total.
A mídia comercial, ideológica ou religiosa, foi motivo de atenção especial por grandes filósofos, com destaque para Theodor Adorno[14], Noam Chomsky (Noam Chomsky | Talks at Google ) e o Poder em si tema de muitas palestras e livros de Michel Foucault, entre muitos outros em diversos cenários.
A irresponsabilidade de famílias é moda e atributo de sociedades insensíveis (Steven D. Levitt is). Chegamos a descobrir presidentes de nações que se orgulham de abandonar mulheres com as quais tiveram filhos. Que exemplo!
Ou seja, justamente quando a Humanidade poderia conquistar um padrão mais saudável de formação cultural, diminuir o número de presidiários, drogados e pessoas infelizes descobrimos que instintos primários ainda comandam gente de qualquer nível social, econômico e cultural.
Lógicas libertárias e sexualistas foram geradas e conquistaram defensores.




As drogas


A liberdade é um estado de espírito maravilhoso, absolutamente necessário a qualquer ser humano inteligente. Vícios, dependências, manias, comportamentos padrões restringem a liberdade, mas são opções de vida que devemos respeitar. Vivendo em sociedade somos obrigados a fazer concessões. Simplesmente já nascemos com inúmeras limitações, é bom pensar, vale a pena aumentá-las?
A utilização de drogas cresce e outras acontecem sem atenção, como é o caso das bebidas alcoólicas.
O pesadelo das drogas sociais, outras discretas, muitas secretas e até medicinais é o nosso cotidiano. Muitos não percebem sua existência, pois como é o caso do tabaco e da bebida alcoólica fazem parte de nossa história. Os efeitos maléficos do cigarro e similares só agora são uma certeza. Venenos lentos que viciam são extremamente perigosos.
A sociedade em geral agora assume preocupações que não existiam.
Sempre é bom lembrar que até o século 19 da era cristã a humanidade era, em geral, propriedade de algumas famílias. Os sistemas monárquicos com o apoio de instituições religiosas e militares impunham ao povo o que bem entendessem. Eram pouco mais do que “coisas” consumíveis. Os efeitos dessas formas de organização social se estenderam ao mundo burguês, onde o sangue azul deu lugar ao ouro e prata de capitalistas, agiotas, especuladores e latifundiários.
As Guerras do Ópio (Guerras do Ópio) e o imperialismo brutal servem de exemplo da primariedade de povos que se diziam desenvolvidos.
A luta pelos direitos dos trabalhadores e do ser humano em geral até hoje despertam fortes rejeições daqueles que afundaram na lama de ideologias conservadoras.
No passado a humanidade tinha pouco tempo e recursos para pensar.
As pessoas tinham vida curta, as epidemias e as guerras eram monstruosas, tudo conspirava contra a sanidade social.
Fantasticamente estamos mudando, ou melhor, nossos descendentes poderão ter uma vida melhor, principalmente num país distante das taras europeias e asiáticas.
Algo que é fundamental compreender é que só no século 21 a longevidade, ou melhor, viver em média mais que poucas décadas até o início do século 20, tornou-se realidade nos países mais desenvolvidos e em alguns lugares muito especiais.
A “terceira idade” moderna é um cenário emergente na maioria dos países.
A quantidade de idosos cresce continuamente, assim como de pessoas dependentes de inúmeras drogas para a própria sobrevivência.
Nesse século a Medicina terá um arsenal de remédios, calmantes, relaxantes etc. que também poderão viciar. Até curando pessoas poderemos estar produzindo dependências perigosas.
Neste cenário as substâncias absolutamente agressivas ao ser humano, conhecidas como drogas [ (Drogas), (Terra)], vieram para ficar, pelo menos até que alguma indústria ou governo decida investir para valer em pesquisa e desenvolvimento de produtos que provoquem rejeição a essas porcarias e sejam úteis à nossa saúde física e mental.
Isso é possível, mas interessa à indústria do crime e da Justiça?
Enquanto não evoluímos de forma inteligente na inibição de vícios degradantes o que podemos fazer é educar e aprender a se defender dessas pragas.
Para entender podemos começar com um digrama (sujeito a atualizações) apresentado pela Wikipédia:

Drogas, danos físicos – dependência



Esse diagrama mostrado acima é o resultado de muitos anos de avaliações de diversas fontes e diz muito, merece atenção. Derivativos e combinações entre elas aparecem continuamente, tornando a proibição um desafio quase inútil. Novas drogas aparecem sempre, complicando tremendamente a inibição a seus usos.
Outras fontes trazem detalhes organizados em gráficos e diagramas (Revista Época 63). Podemos, portanto, mergulhar no mundo das drogas conscientemente ou, principalmente em momentos de relaxamento moral muito bem ilustrados no filme “O Lobo de Wall Street” (Scorsese), onde vemos o personagem principal experimentar o crack, induzido por um “amigo”, e não saindo mais desse circuito, até a própria destruição social e econômica, parando num presídio federal dos EUA. Nessa etapa perdera família, amigos (que acabou traindo), amor próprio, saúde etc.
A situação mais covarde e perigosa é a que envolve crianças e jovens. É um tremendo desastre com muitas explicações. Absurdamente percebemos que quase nada é feito pelo Governo, entidades privadas, ONGs, maçonarias etc. De modo geral todos param no discurso vazio.
Os crimes facilitados pelas drogas compensaram?
Com certeza a utilização de substâncias legais ou não para relaxamento, desinibição, estímulos intelectuais não é por si só algo tão grave a ponto de condenar a pessoa ao inferno (Brum), mas a estratégia de combate ao tráfico desses produtos criou indústrias e comércio criminosos (que talvez não existissem se houvesse maior liberdade (Duarte) e (Niven)). Falta lugar nas penitenciárias, vigilância e policiamento para sustentação de uma política puritana. Infelizmente podemos acreditar que se as piores quadrilhas perderem este “filão” procurarão outro objeto de trabalho, mas a expansão de pessoas envolvidas pelos traficantes é um pesadelo [ (Maronna), (Pellegrini), (Francisco Inácio Bastos)] notavelmente assustador.
A organização de atos agressivos para roubar e dominar é algo tão antigo quanto a própria humanidade, afinal, não seria isso que os europeus fizeram ao chegar ao “novo mundo” e o que faziam aqui as nações pré-colombianas entre si? O conceito de crime veio aos poucos com a evolução de um comportamento de mútuo respeito entre seres humanos e comunidades.
A produção e comercialização de drogas é algo hediondo nessa fase de nossa história, pois agora sabemos de toda a virulência desses venenos, ou seja, era e é o comércio da morte.
De qualquer forma o problema foge nitidamente ao controle de nossas autoridades e merece uma estratégia mais inteligente de contenção, mais ainda num país em que só parte de suas crianças têm o privilégio de estudar em escolas bem montadas e as creches são um luxo raro para o povo mais humilde, sem esquecer as dezenas de milhares de quilômetros de fronteiras e praias e a dispersão de nossa gente.
O pior, contudo, é constatar que simplesmente a situação das crianças brasileiras não comove nossa burguesia material e intelectual. Chegamos a um tremendo grau de artificialismo emocional. Os rituais substituíram as ações, são menos perigosos.
Pior ainda, a fragilidade das classes sociais mais pobres e a mercantilização da Justiça cria um cenário de perversões incríveis. É importante lembrar as razões para mudanças que aconteceram e começam a se ampliar [ (Cascaes, Drogas e drogas), (Política holandesa sobre drogas)] podendo atingir níveis insuportáveis. A injustiça poderá explodir de forma imprevisível.
Não temos pena de morte nem processos tão rápidos quanto necessários, os bandidos os têm. Diariamente fazemos mais e mais leis inúteis, falta o essencial, a autoridade e eficácia de nossas instituições.
Nossa legislação e jurisprudência criaram um marco pueril, definindo um número de anos, meses e dias que separam o jovem infrator do adulto criminoso. Nossos legisladores não foram capazes de elaborar algo melhor, assim colocaram nas mãos dos grandes traficantes milhões de jovens inimputáveis (e influenciáveis) até completarem exatamente 18 anos de vida biológica.
A importância da Holanda nesse padrão de política merece análise e transcrição de seu site oficial:
“Os Países Baixos são famosos por sua política de tolerância às drogas. Mas, muitas pessoas não sabem que, na verdade, drogas são ilegais nos Países Baixos. Entenda a política de drogas do país para evitar problemas no futuro.
Todas as drogas são proibidas nos Países Baixos. É ilegal produzir, possuir, vender, importar e exportar drogas. No entanto, o governo criou uma política que tolera o uso de maconha em alguns termos e condições específicos.
Cafés
Cafés podem vender apenas drogas leves e não mais que cinco gramas de maconha por pessoa por dia. Os cafés são regulados por leis rígidas, que controlam a quantidade permitida de drogas leves e as condições nas quais podem ser vendidas e usadas. Os cafés não podem fazer publicidade das drogas. Pessoas com menos de 18 anos não podem comprar drogas e não podem entrar em cafés.
Política de drogas
A política de drogas nos Países Baixos visa: reduzir a demanda por drogas, o fornecimento de drogas e os riscos aos usuários, a seu ambiente e à sociedade.
Os holandeses reconhecem que é impossível proibir as pessoas de usarem drogas totalmente. Por isso, os cafés têm autorização para vender pequenas quantidades de drogas leves. Essa abordagem pragmática faz com que as autoridades possam se concentrar nos grandes criminosos, que lucram com o fornecimento de drogas pesadas.(destaque nosso)
Fatos
A política holandesa sobre drogas tem tido certo sucesso em comparação às políticas de outros países, especialmente em relação à prevenção e cuidado. O número de usuários dos vários tipos de drogas não é maior que em outros países, enquanto o número de mortes relacionadas às drogas, de 2,4 por milhão de habitantes, é o menor da Europa. 
O melhor é não usar maconha. Se você estiver planejando fumar maconha, informe-se para não ter problemas. Saiba quais são os riscos e os efeitos da droga leve. Para obter mais informações sobre a política holandesa, procure oMinistério da Saúde, Bem-Estar e Esportes.”

Podemos afirmar por tudo o que aprendemos ao longo de décadas de existência viajando muito, convivendo com todo tipo de gente e situações, é a de que os vícios, principalmente de substâncias que usamos rotineiramente sem restrições legais ou não, são tremendamente prejudiciais. Ou seja, tudo se agrava com a dependência, a impossibilidade de não usar algo que não é saudável.
O desafio dos pais e responsáveis por pessoas ainda imaturas é o estabelecimento de uma estratégia inteligente de educação. É um processo difícil, pois a mídia comercial tem na propaganda direta e indireta de hábitos nocivos ao ser humano uma tremenda fonte de renda.
Naturalmente as empresas que têm custos elevados procuram recursos para existirem. Isso nós vemos até em clubes de serviços, ONGs e entidades que se declaram combater os vícios. No desespero de mostrarem “boas atividades” aceitam dinheiro e apoio de pessoas e organizações quase criminosas, assim como de associados visivelmente comprometidos com “esquemas” impublicáveis.
Os mais velhos nasceram e cresceram em um país onde o consumo de cigarro e bebidas era fator de distinção entre jovens e adultos. E agora?
Em torno do combate aos vícios e produtos que destroem a saúde física, mental e social das pessoas há muito a ser discutido.
Nesse projeto devemos relembrar os ensinamentos de Michel Foucault ao tratar de filósofos cínicos, principalmente, que ele exaltou e mostrou valores maiores. Na última fase de sua vida batalhava para promover atitudes sociais e firmes.
A coragem da verdade e a determinação de lutar pelo aprimoramento da vida são disposições complexas e difíceis, mas organizáveis e Foucault as defendeu de forma brilhante. Um filósofo diferente, atento à vida e procurando na Filosofia e na História da Humanidade razões para acreditar no futuro...
Os profetas também assim o fizeram, mas alicerçaram seus ensinamentos no temor a Deus. Era até fácil, a vida era curta, a convivência com a morte uma rotina. À medida, contudo, que a Humanidade perde esses temores e ganha confiança, os seres humanos se dispersam e enveredam por caminhos frívolos e inúteis (Ferry). Chegamos a novas propostas simplificadoras, bem colocadas por Pierre Zaoui em (A Filosofia Francesa Depois de Maio de 68 - Pierre Zaoui ). Nós, brasileiros, sentimos um imenso vazio sofregamente ocupado por novas religiões, talvez incutindo em nossos jovens uma cultura de exclusão assustadora.
Como dizer simplesmente que a vida poderá vir a ser um inferno aqui na Terra se cuidados permanentes contra os maus hábitos não forem assumidos?
Como dizer para pais e mães, educadores e lideranças eventuais que o exemplo é fundamental? Que podem estar destruindo as pessoas que amam e querem proteger?
Que devemos construir um Brasil a partir de investimentos pesados da proteção e educação de crianças e jovens?
Temos excelentes trabalhos que merecem atenção e colocados no blog (Cascaes, Mirante da Educação), merecem ser lidos e ouvidos com atenção.
Não podemos esquecer que a liberação do porte de drogas para consumo próprio não trata de forma adequada a distribuição, produção, preparação das drogas etc.
É um desafio monumental formatar de maneira eficaz uma legislação de inibição das drogas e viabilizá-la no menor prazo possível.





Limites humanos, profissões, carreiras, subir descer montanhas sem cair?


Qual é o limite de coerência e de competência de qualquer ser humano?
Existe o superhomem ou a supermulher?
Alguém é perfeito?
Podemos manter permanentemente a vitalidade juvenil?
O envelhecimento[15] significa o quê?
Obviamente não; todos têm limitações e a capacidade e competência de qualquer “homo sapiens sapiens” segue um gráfico com eixos e parâmetros bem definidos. O envelhecimento sinaliza limitações que fogem à percepção da maioria das pessoas, criando situações constrangedoras e perigosas.
Com certeza a evolução da Medicina promete soluções mágicas, mas até elas chegarem a bons padrões haverá necessidade de muitos cuidados (Cascaes, Os idosos no Brasil).
Ao longo da história, principalmente nessas últimas décadas, pessoas que começaram com propostas morais, políticas, sociais e familiares mostraram que a vida é de fato um enredo de teatro ao longo do qual encenamos peças difíceis, terminando, muitas vezes, em comportamentos típicos de tragédias gregas[16] ou brasileiras, simplesmente. Ou seja, o famoso “amadurecimento” parece ser sinônimo de hipocrisia e cinismo da pior espécie.
Grandes filmes mostram pessoas ilustres no ocaso de suas vidas, poucas mantiveram a dignidade e qualidade de seus discursos mais lúcidos. Outras amargaram isolamentos dolorosos (Le Promeneur du Champ de Mars ) e (O general em seu labirinto).
Vencedores que têm sucesso em suas carreiras souberam escalar montanhas e também aprenderam a descer delas, se souberam manter a dignidade no ocaso de profissões e vidas (Cascaes, Saber envelhecer ).
A democracia[17] criou uma oportunidade muito especial de se entender até onde os líderes conseguem manter confissões éticas e quanto conseguem suportar quando seus interesses pessoais, vícios e convicções íntimas as governam. Mais ainda, é muito evidente a degradação quando no ápice de suas posições, mostram que de fato o Poder corrompe (Cascaes, A favor da democracia no Brasil).
A força pessoal é sempre testada em qualquer lugar, da família à empresa, em clubes e partidos políticos, inclusive em sociedades religiosas.
Somos “humanos, demasiadamente humanos” (Nietzsche).
O que isto significa quando pensamos em ética e moral?
A angústia e estados depressivos aparecem, são doenças psicossomáticas[18] que surgem quando contrariamos o que acreditamos sinceramente.
Algo simples e elucidativo está nos ensinamentos de Sigmund Freud ao mostrar como o nosso comportamento reage ao nosso íntimo, nossa educação, ao diagramatisar nossas decisões como uma divisão entre os três segmentos de influência e decisão comportamental:
Da Wikipedia temos:
Id, ego and super-ego are the three parts of the psychic apparatus defined in Sigmund Freud's structural model of the psyche; they are the three theoretical constructs in terms of whose activity and interaction mental life is described. According to this model of the psyche, the id is the set of uncoordinated instinctual trends; the super-ego plays the critical and moralizing role; and the ego is the organized, realistic part that mediates between the desires of the id and the super-ego ( Snowden, Ruth (2006). Teach Yourself Freud. McGraw-Hill. pp. 105–107. ISBN 978-0-07-147274-6). The super-ego can stop you from doing certain things that your id may want you to do ("The Super-ego of Freud." "http://journals1.scholarsportal.info.myaccess.library.utoronto.ca/tmp/).
Even though the model is structural and makes reference to an apparatus, the id, ego and super-ego are functions of the mind rather than parts of the brain and do not correspond one-to-one with actual somatic structures of the kind dealt with by neuroscience.
The concepts themselves arose at a late stage in the development of Freud's thought: the "structural model" (which succeeded his "economic model" and "topographical model") was first discussed in his 1920 essay Beyond the Pleasure Principle and was formalized and elaborated upon three years later in his The Ego and the Id. Freud's proposal was influenced by the ambiguity of the term "unconscious" and its many conflicting uses.
Isso ilustra o que desde Freud sabemos; temos uma “voz da consciência” e outras mensagens que simplesmente mal percebemos. Nossos ilustres chefes e as Suas Excelências, tão humanos quanto todos nós, também as têm. A demonstração é a figura até patética que percebemos entre pessoas que se julgavam acima das leis humanas ou assumidamente se afastam de discursos antigos.
Precisamos, portanto, principalmente diante daqueles a quem amamos, praticar a honestidade intelectual, um imperativo categórico[19] (Kant por Fernando Savater La aventura del pensamiento avi.) dominante, ou pelo menos desejável. O exercício do diálogo sincero, franco, é um tremendo filtro de amizades.
O relacionamento conquistado com base em mentiras é frágil, pode se transformar em ódios irreversíveis.
Ter amigos e amigas dispostos a conversar com sinceridade é um privilégio inestimável. Eles nos ajudam em momentos importantes, pois, afinal, quais são os nossos limites?
Exatamente por termos limitações e desconhecermos plenamente a nós mesmos é importante alguns cuidados diante de decisões que afetarão nossa vida inteira.
A prudência sugere autocríticas e leva à percepção de que tudo o que pretendemos poderá não acontecer. Isso é perfeitamente normal, mas a vaidade e a ingenuidade bloqueiam análises pessoais importantes.
Todos, vivendo muito, passarão por momentos extremos em todos os sentidos.
Como enfrentaremos as adversidades? Elas são inevitáveis, a menos que sejamos os primeiros das listas do cemitério.
E no início de nossas vidas profissionais? As dúvidas costumam ser enormes.
O que realmente desejamos ser? Felizes, no mínimo.
O que podemos alcançar, conquistar? Proteger? Cuidar? Ter?
Aqueles que dependem de nós precisam da força e competência que tivermos. Colocá-los em risco, sabendo que não suportaremos derrotas, é uma tremenda irresponsabilidade. Por outro lado, devemos treiná-los, prepará-los para os momentos ruins.
O ser humano que se fragiliza torna-se parte dos problemas da vida dos demais, muitas vezes exigindo atenção que seria necessária a pessoas amigas que realmente precisam de todos.
É uma cena típica de grandes acidentes ver indivíduos que deles saíram ilesos criarem pânico, confusão, exigirem atenção enquanto à volta deles, às vezes por falta de alguns segundos de cuidados, outros acabam morrendo ou agravando suas lesões.
Sempre a avaliação de cenários e análise de prioridades é essencial a qualquer líder.
Podemos escolher, ser grandes ou pequenos, frágeis ou fortes. Isso depende muito mais de nosso caráter do que exatamente da riqueza material ou força física.
Construímos nossas capacidades e competências ao longo de nossa existência. O capricho nessa obra compensa.
Entre as muitas decisões que devemos tomar está a vida profissional.
A opção por uma profissão é algo de extrema importância na vida de qualquer um. Cada atividade profissional exige um padrão mental, físico, comportamental e moral. Um jovem desenvolve seus desejos pelos exemplos familiares e diante do que a Mídia, amizades e escolas ensinam.
É importante compreender que a opção de emprego, empresa, submissão ou não etc. afetam o relacionamento familiar. O casamento normalmente acontece em momentos de paixão, a vida mergulha o casal em rotinas pesadas.
Tanto sob o ponto de vista social quanto familiar o compromisso de trabalhar e sustentar famílias exige muito de todo ser humano, mais ainda quando tem pretensões maiores.
Muitas vocações e profissões não têm visibilidade adequada. As percepções podem enganar e insinuar caminhos equivocados. Por isso tudo é importante o apoio de especialistas, se possível, na hora de adotar um circuito que levará ao diploma, é aconselhável quando possível.
Infelizmente os vestibulares testam conhecimentos, não avaliam e selecionam de acordo com vocações em potencial.
Lamentavelmente os testes vocacionais[20] saíram de moda, ou melhor, poderiam ser mais valorizados e aperfeiçoados. Eles existem na admissão a empresas, mas aí o candidato já terá perdido muitos anos em alguma escola profissionalizante.
Na maioria dos vestibulares, o que vale é a capacidade de memória e o volume de conhecimentos, eventualmente raciocínio.
Diplomas confundem, dão a percepção de que o jovem ou adulto pode fazer e quer. As frustrações serão violentas se ao longo da vida o candidato a alguma profissão perceber que não alcança o nível desejado ou terá feito opções que não gosta. Recomeçar frequentemente é mais saudável do que insistir em caminhos errados, com a vantagem de partir com uma formação que os companheiros da futura profissão raramente terão.
Felizmente vivemos numa época em que refazer a vida profissional (inclusive com o Ensino a Distância) é possível, assim como todas as outras.
A rigidez de compromissos típicos de antigamente deu lugar a uma sociedade dinâmica, que, entretanto, cobra um preço elevado no relacionamento familiar, onde os prazos e compromissos são bem concretos e de extrema importância para as pessoas que dependem de nós.
É, portanto, essencial saber que potencial temos e o preço que estamos dispostos a pagar na conquista de uma carreira. Graças à internet existem portais que dão um apoio que poderá ajudar muito [ (Teste Vocacional), (Testes profissionais), etc.], isso sem falar de especialistas nessa arte do bem querer uma profissão.
Nem sempre existe sinceridade na oferta de oportunidades de trabalho assim como naturalmente criamos imagens que talvez não interessem aos empregadores. Frequentemente as opções não satisfazem o ambiente social em que vivemos. O corporativismo bloqueia análises que poderiam ajudar muito; podemos enfrentar a resistência de pessoas que se encontram em espaços que não são capazes de sustentar.
Em qualquer atividade humana as barreiras explícitas e discretas afetam o trabalhador. Note-se que obstáculos existem para serem vencidos ou aceitos. Tudo depende de nossa capacidade de enfrentá-los.
No Brasil o debate em torno do atendimento médico (Programa Mais Médicos) foi antológico. Revelou um comportamento e situação de atendimento que poucos brasileiros que vivem em grandes cidades conheciam. Apesar de muitas faculdades de Medicina mantidas pelos contribuintes os resultados a favor do povo brasileiro e do cidadão comum são pequenos. A importação de médicos e o compromisso deles de trabalharem onde nossos profissionais não aceitam viver foi a revelação de que muito precisa ser corrigido.
O que sabemos, mesmo com todos os benefícios razoáveis de uma família “classe média” vivendo em um centro com muitos recursos, é que não é difícil encontrar profissionais sem vocação, apesar de eventualmente serem bem preparados. Um profissional desmotivado é perigoso, mais ainda quando lida com pessoas eventualmente no limite de resistência.
A opção errada de vida gera prejuízos para todos, possivelmente maior para aqueles que erraram ao escolher uma profissão, uma cidade para viver, amigos etc.
O desprezo pela realidade é um erro primário.
E os vícios culturais e comportamentais em família?
Viver alienadamente é muito mais “gostoso” do que enfrentar a realidade. Talvez por consequência de milhões de anos extremamente difíceis o ser humano evoluiu, mas transformou-se reforçando um padrão de comportamento alheio ao ambiente em que existe.
Um dos vícios culturais mais desastrosos é o desprezo pela prudência financeira.
Inacreditavelmente casais mimados esquecem custos e benefícios de suas atividades. O que aprendem? O que podem provocar?
Como dissemos o exemplo é fundamental, educamos principalmente mostrando pelas nossas atitudes o que deve ser feito.
A diferença entre casais responsáveis e outros é impressionante, principalmente na educação dos filhos.
Disciplina, higiene, segurança, planejamento de vida, cuidados e valores bem transmitidos evitam desmontes que acontecem com facilidade quando os pais fogem da compreensão de suas limitações.
A felicidade não se conquista com facilidades.
Ao contrário, deve-se valorizar cada conquista. Talvez um dos grandes equívocos de qualquer casal já comece na famosa “Lua de Mel”, frequentemente relativamente deslumbrante para ao retorno enfrentarem o choque de realidade criando frustrações que poderão perdurar e destruir um casal.
Existem limites que educam, excessos que desmoralizam, deseducam.
Tudo, em tudo, sempre e em qualquer atividade devemos respeitar limites de prudência ou ter consciência do que a derrota significará.
A pior derrota é a luta que se perde em batalhas subdimensionadas... A burrice dói quando a percebemos.
Ser feliz significa equilíbrio emocional, estar de bem com a vida. Momentos de muita alegria são insustentáveis, mas inesquecíveis quando merecidos.
Temos limites até para o prazer.





Paradigmas modernos

Participamos de uma inspeção de um prédio; entre nós um senhor humilde e mal vestido era o mestre pedreiro que apoiava os engenheiros e vendedores. Ninguém se interessou pela personalidade, pela vida daquele senhor que construiu a partir do zero uma carreira honesta, com certeza inúmeras vezes arriscando sua vida. Seu salário? Não tivemos coragem de perguntar, deve ser ridículo em relação à importância de suas atividades.
Será que seus filhos sabem quanto o pai é valoroso?
O Ministério do Trabalho e os sistemas de saúde têm estatísticas dos heróis do trabalho. Anualmente, principalmente pelo desprezo de seus patrões, centenas de milhares de brasileiros sofrem acidentes graves, morrem ou ficam com lesões permanentes em atividades de risco e insalubres. Formam um contingente de heróis na luta pela construção do Brasil, existe algum monumento ou praça, ou museu dedicado ao trabalhador anônimo que fez, constrói e trabalhará pelo Brasil?
As lutas ideológicas e principalmente o pavor das elites de que o cidadão honesto, comum, trabalhador e dedicado a uma profissão produtiva ganhe destaque explica muito da alienação a seus valores. Ao contrário, interessa a quem manda a alienação, a dispersão de atenção fora do horário do trabalho.
Até poucos tempos passados só os profissionais das guerras imperialistas mereciam respeito, afinal davam a vida em favor dos interesses alheios às suas necessidades...
Felizmente os tempos mudam. Atualmente em qualquer residência os seres humanos descobrem a importância do bom eletricista, encanador, pintor, do artífice ao profissional de nível superior que falhando transformará a vida da família em um pesadelo.
Em países mais desenvolvidos descobrimos museus fantásticos dedicados ao trabalho, à tecnologia, ao resultado de inovadores, inventores e sábios. As bibliotecas e museus tecnológicos são templos do conhecimento e dentro deles encontramos trabalhos interessantes e guias escolares mostrando a seus alunos o que encontram e explicando para quê existem.
De qualquer maneira o famoso “mercado” descobriu que a contracultura dá dinheiro, principalmente se dirigida aos jovens.
Vivemos uma época em que a grife ganhou uma importância tão grande que até nossas madames gostam de servir de outdoors. Jogadores, esportistas e atletas ostentam marcas de produtos industrializados. Os patrocinadores da mídia viabilizam programas imensos e vazios. Os especialistas em merchandising trabalham para esvaziar a mentes e encher corações de banalidades.
O que nos preocupa é o que constatamos pessoalmente fazendo enquetes em bairros mais humildes: a maioria dos jovens quer ser jogador de futebol. E se não forem? Continuarão fascinados com as riquezas e poderes de seus ídolos? Pensarão em outras profissões? Terão orgulho de suas opções não esportivas? Serão competentes? Vão aderir ao ganho fácil da criminalidade?
Parece que instintivamente percebem, gradativamente e talvez tardiamente, que poderão ser tão vazios quanto as bolas que chutam. A vida adiante dará um choque de realidade e a percepção do tempo perdido.
Precisamos promover a honestidade, não?
As manifestações contra a corrupção ganham força e esperamos que continuem se avolumando. Mais importante seriam atos de vergonha nacional; o dia da vontade de trabalhar merece ser criado. Que as profissões, trabalhadores e suas corporações já com dias consagrados gastem esses momentos promovendo suas carreiras, especialistas, seus heróis e mártires.
Exemplificando, sempre que passamos por Itajaí, Santa Catarina, lembramo-nos do cidadão que morreu fechando válvulas de um terminal de gás que, incendiado, explodiria boa parte da cidade. Será que seu nome é relembrado anualmente?
No Setor Energético colecionamos vítimas. Os museus das concessionárias não fazem referência a esses heróis...
Algum sindicato tem galerias e museus mostrando seus grandes profissionais e suas qualidades? Quando muito aparecem em revistinhas de uso exclusivo dos seus associados, quanta alienação!
Nossas cidades se preocupam em valorizar os bons profissionais? Esquecem que a notoriedade e seus predicados dependem de idealistas, planejadores, construtores e operadores excepcionais? Naturalmente existem exceções, são poucas, contudo.
Com certeza isso existe, ainda que residualmente. Muitas ruas e praças têm nomes de professores e de outros trabalhadores, empreendedores e artistas locais; nelas descobrimos porque assim são denominadas?
Precisamos de circos, arenas, coliseus e gladiadores, gostamos atavicamente de acreditar que temos algo em comum com essa gente que corre atrás de um esférico. Ganhamos anéis de concreto monstruosos. As cidades passam a ter coisas “arquitetônicas” como se fossem bolhas de insanidade além das famigeradas “torcidas organizadas”.
Agora só falta construirmos imensos hospitais, escolas, boas creches e em número suficiente, fábricas, ateliês, objetos educativos e cidades decentes. Aproveitando o que precisamos fazer vamos trabalhar para valorizar nossos cientistas, planejadores, urbanistas, engenheiros etc. Há muito a ser feito.
A propósito, quem sabe o nome e a vida dos valentes lutadores e pesquisadores contra nossas endemias? Quem foram aqueles que de fato viabilizaram a agroindústria no Brasil? Onde estão os nomes dos técnicos e engenheiros que nos deram a infraestrutura energética de nosso país?
Está na hora de descobrirmos o Brasil que trabalha, estuda, luta pela construção de nossas vidas.
Nos finais de semana, em momentos de alienação saudável e necessária, vamos torcer pelos nossos times. Cuidado apenas para não engordar comendo salgadinhos e tomando bebidas alcoólicas, principalmente estas, patrocinadoras dos circos de concreto e espetáculos que inauguraram.
Nossos heróis serão modelos para nossos filhos...




Acreditar em Deus antropomórfico melhora a vida da Humanidade?


Hipóteses


1 - Deus é um conceito que remete a um ser, substância (Yalon) ou criador absolutamente distante de nossa capacidade de compreensão.
2 – O que não compreendemos não podemos conceituar de forma objetiva.
3 – A visão antropomórfica é perigosa à medida que atribui a Deus vícios e caprichos humanos.
4 – O pensamento metafísico é inerente ao ser humano, singular, pessoal.
5 – O ser humano não merece semelhança a um ser perfeito, eterno, onisciente e absolutamente poderoso.
6 – As convicções que se transformam em ações são perigosas na justa medida que afetam a liberdade e direitos de outros seres humanos.
7 – O respeito à individualidade, singularidade, ao direito de qualquer ser humano ser e agir de acordo com suas crenças, desde que não agridam materialmente outros seres humanos, é essencial à sobrevivência da Humanidade.

Tese


Para segurança e evolução da Humanidade é fundamental a consolidação de uma visão laica e objetiva do que possa ser a ética e a moral, independentemente das crenças pessoais em Deus(es).

Ponderações


Hannah Arendt em seu livro  (Arendt, Entre o Passado e o Futuro) relata o aprimoramento do conceito de Deus e suas motivações, dá um excelente histórico da criação e evolução dos deuses.  Ou seja, foi a maneira que os seres humanos encontraram para encontrarem paz e esperança, nem sempre com boas intenções.
Da cultura judaica ganhamos a crença num Deus único, mas sempre com características típicas dos seres humanos.
Giordano Bruno, Galileu Galilei e inúmeros outros pensadores no mundo cristão foram martirizados e condenados a prisões e fogueiras ao longo da história cristã simplesmente por discordarem veementemente das religiões dominantes.
Baruch Spinoza (judeu) pagou caro por sua visão diferente[ (Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras), (Baruch de Espinoza)]  que, por muito pouco, não lhe custou a própria vida.
As ditaduras religiosas têm causado extremo sofrimento àqueles que ousam contrariá-las.
Bertrand Russell e outros grandes pensadores enfrentaram e demonstraram a falsidade, inúmeras vezes, da afirmação: “se eu não acredito em Deus posso fazer qualquer coisa” (Umberto Eco). Sempre foi usada como antídoto a comportamentos de rejeição ao teísmo.
O comportamento religioso espraiou-se pela ação política onde lideranças habilidosas e capazes de criar idolatrias geraram guerras e holocaustos.
É importante registrar que a pregação religiosa serviu de justificativa a ações imperialistas ou simplesmente lutas de mútuo extermínio entre nações fanatizadas [ (R. F. Miller), (Llosa, O sonho do Celta), (Cascaes, Procurando Saber, Entender, Aprender Filosofia, História e Sociologia - SEM CENSURA )...].
Com certeza a pessoa comum e de baixa capacidade de raciocínio poderá se deixar influenciar fortemente pelos pregadores religiosos e políticos. Isso é rotina e levou a Humanidade a inúmeras guerras, terrorismo, genocídio, xenofobia etc., pois as religiões e as crenças ideológicas, versão “materialista” das religiões clássicas, foram e são instrumentos de organização social e disciplinamento de pessoas a cargo de profetas, místicos, sacerdotes, pastores, políticos e profissionais.
O ser humano comum só nesses dois últimos séculos começou a ter acesso à cultura universal e poder ler e escrever graças à multiplicação de escolas, livros, museus, bibliotecas e finalmente os mais modernos meios de comunicação via internet, sistemas de rádio e televisão, fotografias, filmes etc. Essa era uma exceção absoluta e pior ainda, vivia-se pouco, ou seja, raros indivíduos chegavam à idade necessária e suficiente a aprender e digerir ensinamentos éticos e filosóficos, quando isso era possível.
As religiões e ideologias ditatoriais impõem ensinamentos censurados e completos dentro dos limites que lhes convêm, ou seja, era e ainda é proibido discordar.
Onde e quando a ignorância imperava a imposição de religiões foi importante para disciplinar tribos, nações e estados sem padrões de vida harmônicos e incapazes de decidir individualmente. Pouquíssimas pessoas podiam realmente estudar algo mais que suas profissões.
Povos mais organizados ganharam dianteira em relação ao mundo ocidental. Pararam, contudo, talvez pela dificuldade de universalizar sua própria cultura, quem sabe por efeito de padrões de registro complexos demais se comparados ao que desenvolvemos na escrita contínua com letras, palavras, frases e números (A AURA DO LIVRO NA ERA DE SUA REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA).
A Inquisição (A Inquisição) manteve a hegemonia da Igreja Católica no mundo ocidental; o nazifascismo felizmente praticamente implodiu ao final da Segunda Guerra Mundial; os países “comunistas” gradativamente perdem a rigidez ideológica, mas a cultura do servilismo alienante continua a criar campos de concentração e o fundamentalismo religioso volta a assustar os povos livres.
Temos, portanto, exemplos inequívocos dos efeitos do fanatismo religioso e político que pudemos observar ao vivo e a cores no século 20 e no atual. Não encontramos ainda nada parecido ao agnosticismo[1] ou materialismo generalizado, pois dificilmente algum povo os adotaria como lógica geral, apesar da insistência das democracias ditas burguesas em estabelecer estados laicos e os países “comunistas” adotarem o materialismo.
O que podemos imaginar, contudo, é a evolução da cultura universal e da inteligência humana, chegando, quem sabe, a viabilizar a convivência harmoniosa sem o terrorismo intelectual e material.
É justo afirmar, contudo, que as ditaduras matam a inteligência e mediocrizam qualquer vida, exceto dos poderosos de plantão.
Lamentavelmente a censura e a imposição de comportamentos podem e existem com outros formatos. No “mundo livre” a plutocracia material e/ou intelectual existem e sabem se camuflar e confundir.
E podemos viver sem crenças religiosas e convicções ideológicas?
Viver é antes de mais nada sobreviver e sucessivamente seguir ocupando espaços e ganhando sentimentos tão bem ilustrados pela Pirâmide de Maslow[2] (Hierarquia de necessidades de Maslow). A demonstração dessa afirmação é notável na vida; vamos sentindo sua pertinência à medida que vivemos e convivemos com muitas pessoas.
Nessa lógica, o que sugerir aos nossos filhos e netos?
Na leitura do livro (O Enigma de Espinosa) encontramos possíveis motivos para a obra (Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras) cuja edição brasileira, Série Ouro da Martin Claret, traz uma introdução feita por (Huberto Rohden)[3] que é uma excelente tradução do pensamento de (Baruch de Espinoza). A definição que Spinoza traz do que possa ser entendido por Deus um enfoque mais realista e de imenso valor para entendimento do que possa ser Deus para quem não admite a existência de um Criador cheio de caprichos e vontades aleatórias.
 O aspecto positivo da introdução do Dr. Huberto é chamar a atenção para a importância da bondade e do amor, algo que extrai de Spinoza[4] e que, visto a partir da natureza humana, deve dar muito mais felicidade do que o contrário (visão utilitarista? Darwinista?).
Com certeza em todas as deduções até o desenvolvimento recente do conhecimento mais científico do ser humano [e aí merece ser lido (Foucault, História da Loucura)] tínhamos uma visão sentimental do que seriam os crimes e castigos necessários (Foucault, Vigiar e Punir). A Humanidade procurava no colo dos deuses a razão para seus comportamentos e diretrizes. Tudo era envolvido por lendas e imagens ao gosto e compreensão popular. Qualquer obra mais complexa seria inatingível pela maioria absoluta das pessoas ignorantes ou não.
E agora?
 A ignorância pode ser superada facilmente; no mundo da WEB é possível acessar e conhecer lugares, histórias, ciências e opiniões que eram impossíveis ao ser humano comum até há pouco tempo.
A Humanidade tem a bola, o campo de esportes, treinadores etc., terá condições naturais para aproveitar bem isso? Pode dispensar o medo a um ser superior?
E Deus?
Líderes, muitos talvez sábios, criaram as religiões, algumas delas extremamente bem elaboradas. Para absorver tribos, nações e a humanidade, a amplitude depende de circunstâncias estimuladoras dos sábios de plantão; inventaram Deus com características similares às do ser humano.
Na Bíblia judaica em algum lugar, provavelmente no Gênesis, está escrito que o ser humano foi feito por Deus à sua imagem e semelhança. O contrário é mais provável; assim gente ignorante, crédula, sensível e dependente passou a “conversar” com Deus.
O Criador, o Todo Poderoso com raiva, amor, senso de beleza e feiura, vingativo e capaz de dar medalhinhas tornou-se a base de empresas multinacionais, apoiadas por exércitos de fanáticos e mercenários.
Papas e similares afetaram tremendamente a história da Humanidade...
A convicção na existência de ser criador do Universo é onipresente inclusive entre cientistas e gênios da Humanidade, gente sofisticada que é capaz de mentir solenemente simplesmente declarando a fé e descrevendo a essência de Deus de forma a simplesmente identificá-lo à Natureza. A lógica moderna não consegue suportar conceitos antigos.
As grandes religiões são populares, contudo. É natural. Assim o terrorismo, o fanatismo, a censura e a injustiça existem em grande parte da Terra.
Graças a Deus?
Maravilhosamente as pessoas, o conhecimento científico e o social evoluem. Isso com certeza deve afetar conceitos pré-históricos, definições pré-científicas e arcaicas. Será?
Podemos, isso sim, intuir que existem hipóteses de sobrevivência e outros padrões naturais, tudo o que existir será natural. Quem não teria situações intrigantes para relatar?
Sempre que questionado a respeito de algum padrão de crença digo que o Espiritismo estaria muito próximo do que “sinto” existir, mais ainda após momentos incríveis de muita “sorte”. Sempre lembrando que meu pai e avô, pai do meu pai, eram eletricistas e de que tive um relacionamento muito forte com o Pedro Cascaes de que muito me orgulho fico com a impressão de que fui protegido por ele, meu pai, acima de tudo.
Acreditar é uma palavra forte e exige dados e fatos demonstráveis, de que jeito?
A invenção humana em torno de Deus e o relacionamento que possamos ter com o Criador é produto de nossa extrema arrogância. Esse ser infinitesimal pretender ligações de afeto e cuidados especiais com o Criador do Universo ultrapassa qualquer limite do aceitável lucidamente. Nada impede, contudo, que outros cenários de alguma espécie de vida existam e que estejam fora de nossa percepção direta.
Nossa incapacidade de conhecimento de todos os detalhes da vida e do Universo é flagrante. Não era assim antigamente. Na simplicidade dos poucos conhecimentos humanos era fácil ter certeza de que Deus estava logo ali e todos nós muito próximos do Criador e de suas vontades.
O universo cresce sem parar em nossas contas, e estamos apenas num pontinho dele com alguns instrumentos de testes e medidas. Podemos e devemos acreditar no que estiver ao nosso alcance físico e intelectual.
Como tanta gente se declara firmemente convicta da existência de Deus?
Pior ainda, acreditam em algo que nem podem sabem definir?
O pesadelo das convicções está no fanatismo, na autoflagelação e hostilização de pessoas discordantes.
As organizações religiosas agem como se fossem torcidas organizadas de times de profissionais. Os atores principais, os atletas, são mercenários. Os torcedores que se declaram esportistas ou desportistas se deixam fanatizar sem participar dos jogos efetivamente. O esporte em si é o que menos praticam. A semelhança é tremenda com as organizações religiosas. Crentes que se organizam apaixonadamente em torno de rituais e catecismos que não seguem à risca, simplesmente dizem acreditar e por essa pantomima se dispõem a perder a vida e a liberdade. Pode?
O fundamental é que todo ser humano tenha dúvidas e não esconda seus pensamentos. A hipocrisia é sócia do medo. A coragem de dizer a verdade é essencial. Em torno dessa questão mais uma vez merece atenção a obra de Michel Foucault. A evolução da sociedade humana depende da honestidade intelectual e da coragem de enfrentar o que for real. Assim podemos sofrer e perder muito, mas o prazer de ser coerente é imenso (Foucault - a coragem da verdade); o preço que assumimos quando queremos ser responsáveis e justos é compensador.
O desafio, portanto, é ser crente ou não, sinceramente acreditar ou não em Deus e poder explicar de forma satisfatória o que se entende por “Criador do Céu e da Terra”.
Algo tenebroso é a percepção de erros intelectuais, aqueles que moem a consciência ao longo da vida. Se alguém deseja envelhecer e morrer com tranquilidade deve, acima de tudo, ouvir sua consciência, pensar e analisar os efeitos sobre si mesmo de tudo o que faz. Com certeza, sendo uma pessoa sadia, terá por aí diretrizes saudáveis, dispensando medos e fobias maiores, como, por exemplo, se agrada ou não algum ser superior.
É importante, contudo, expressar o que sentimos após muitas décadas de reflexões, experiências, ansiedades, frustrações, erros e acertos. Erramos?
Não é importante, ou melhor, pouco muda se acreditamos em Deus ou não, o essencial para não aceitarmos radicalismos é a compreensão de nossa incapacidade de compreender, explicar, conceituar o que seja Deus, não temos palavras nem competência para esta tarefa hercúlea. Mas dentro de nós encontramos mensagens, intuições, com sorte vivenciaremos situações inexplicáveis de forma racional e quanto mais estudarmos mais nos sentiremos confusos diante da Natureza.
Somos parte de um Universo e dentro de nós existe um espelho desse cosmos fantástico e ele nos manda mensagens de diversas formas.
Precisamos descobrir, selecionar, saber o que fazer. Os melhores filósofos conhecidos (quantos existiram?) deixaram a mensagem: primeiro conheça-se, depois..., ao que acrescentaríamos: e saiba fazer de si o melhor para sua consciência, pois se Deus existe de alguma forma Ele estabelece propostas e ações.
A Humanidade carece de atitudes positivas, temos excesso de gente preocupada com o outro mundo, esquecendo que é neste que construímos a próxima vida, se existir. Não acontecendo mais nada, que tenhamos no último suspiro a certeza de termos contribuído para uma vida inteligente e sadia daqueles a quem influenciamos, pelo menos isso.


Sacrifícios humanos, martírio, auflagelação, doações a igrejas etc.


A evolução dos seres humanos pode ser compreendida na relação com seus deuses e crenças na disposição para o martírio, as cerimônias de sacrifício humano, autoflagelação, penitências intermináveis, doações etc.
A crença radical em pecados e ofensas ao Senhor e a esperança de conquistar simpatias de seres superiores demonstrando lealdade absoluta é nesse momento da História mais uma vez um tremendo perigo a nações e seres humanos mais crédulos.
Desde a origem dos tempos, quando o ser humano começou a existir realmente, a preocupação em influenciar, decidir, agir com segurança levou até a sacrifícios humanos e de entes queridos como prova suprema de submissão a Deus(es).
Templos e altares de pedra ainda existem com histórias horripilantes e servindo de pano de fundo para selfies de turistas felizes sem consciência do sofrimento monumental que lá aconteceu. Cidades históricas que ainda guardam escombros de arenas, coliseus, templos, altares agora dão dinheiro atraindo turistas e alguns pesquisadores.





Ideologias


A visão idealista criou ideologias[5] e uma coleção interminável de derivativos. A visão idealista da vida é um dos efeitos das religiões, sempre induzindo as pessoas a acreditarem em seres superiores e verdades transcendentais.
Os séculos 19 e 20 serviram de campo de conflitos entre teóricos e militantes de propostas de organização social que mergulharam a Humanidade em muitas guerras colossais.
A negação do conhecimento pleno, saber da impossibilidade de dominar ciências tão difusas quanto muitas que afetam a vida humana ajuda no desprezo pelos figurinos, e isso é extremamente importante.
Não existe ainda outra proposta melhor do que a da defesa da liberdade, a da igualdade de oportunidades e a preocupação com a fraternidade entre os povos.
Acrescente-se a tudo isso a preocupação crescente com o meio ambiente, o futuro próximo das condições de sobrevivência e veremos que a união dos povos em torno de sua sobrevivência é essencial.
Temos condições técnicas de até desviar corpos celestes previamente identificados, poderemos, entretanto, desaparecer por efeito de montanhas de lixo que produzimos sem pensar no que isso significa.
Podemos considerar valores comportamentais como essenciais ao aprimoramento da vida humana, talvez entre elas a valorização da sinceridade, da verdade, da preparação das pessoas para ouvirem e falarem a verdade.
Michel Foucault ([org.], Foucault - a coragem da verdade) desenvolve com profundidade o tema “a força da verdade” e resgata a Escola Cínica[6] talvez querendo valorizar o imperativo categórico de Kant:
(fonte Wikipédia) Imperativo categórico é um dos principais conceitos da filosofia de Immanuel Kant. Sua ética tem como conceito esse sistema. Para o filósofo alemão, imperativo categórico é o dever de toda pessoa doar conforme os princípios que ela quer que todos os seres humanos sigam, se ela quer que seja uma lei da natureza humana, ela deverá confrontar-se realizando para si mesmo o que deseja para o amigo. Em suas obras Kant afirma que é necessário tomar decisões como um ato moral, ou seja, sem agredir ou afetar outras pessoas.
O imperativo categórico é enunciado com três diferentes fórmulas (e suas variantes), são estas:
1)Lei Universal: "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal."
a)Variante:"Age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua vontade, em uma lei universal da natureza."
2)Fim em si mesmo: "Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio"
3)Legislador Universal(ou da Autonomia): "Age de tal maneira que tua vontade possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através de suas máximas."
a)Variante: "Age como se fosses, através de suas máximas, sempre um membro legislador no reino universal dos fins."
 Ou seja, desde tempos imemoriais, de uma forma ou de outra, grandes profetas e filósofos defenderam ou estruturaram suas propostas a partir de algo tão simples como poderíamos dizer: ame seu próximo como a si mesmo sendo sincero, honesto, justo. Naturalmente na submissão a seres superiores a maioria absoluta desses líderes passados e presentes escora suas convicções no medo de desagradar algum ser superior e/ou na convicção de trocas de simpatias com os deuses, quem sabe usando esses argumentos para serem aceitos...
O essencial, contudo, é que a vida pode ser muito melhor, gratificante e produtiva quando a maioria das pessoas acredita na força da verdade e trabalha com a preocupação de interagir e ser útil.
Qualquer que seja a relação econômica e política entre as pessoas os resultados podem ser bons.
Qualquer estrutura dá bons resultados se as pessoas forem boas, competentes, e esse é o grande mandamento de qualquer empresa ou sociedade: bons resultados.
Convicções que criam conflitos violentos, inimizades, rancores e demolição mútua são a negação da inteligência.
A prática da sinceridade é o grande instrumento de aprimoramento da vida, é a grande ideologia.
Mas, e as ideologias?
Apesar dos discursos não passam de leves tinturas que desaparecem ao primeiro esforço de tirá-las. Com raras exceções as pessoas se apegam a modismos e figurinos mentais, sem convicção, na maioria das vezes a partir de motivações triviais [merecem leitura (Eco, O Pêndulo de Foucault), (Llosa, Conversa no Catedral)].
O que fazemos ao escolher um clube de futebol para torcer e até morrer de melancolia ou explosões de fúria é o que criamos ao declarar simpatias políticas, raramente lúcidas.
Ao longo da vida vimos a evolução e regressão de praticamente todos os líderes que nos empolgaram. Simplesmente mostraram que eram humanos, demasiadamente humanos, lembrando Nietsche.



31 de março ou 01 de abril de 1964 – um tema exemplar e exemplo de equívocos ideológicos


O desgoverno reinante está preocupado com a aproximação do aniversário da revolução, golpe, contragolpe etc. do movimento militar de 1964 que mudou a história do Brasil. Isso não seria problema se o mês de junho de 2013 não tivesse mostrado a insatisfação popular contra tudo e todos que mandam no Brasil.
Razões não faltam e preocupam demais.
É natural, afinal estamos vendo o desmonte de nossas grandes estatais e as empresas brasileiras encaminham-se para o mercado internacional, inclusive a propriedade e o comando delas. Abdicamos da Tecnologia, assumimos a posição de exportadores de commodities e montagens industriais.
As concessionárias (públicas e privadas) colocaram como objetivo principal maximizar lucros; a qualidade e a universalidade de serviços foram abandonados.
Nossas universidades não técnicas se multiplicam, faltam profissionais e grande parte de nossas cidades vê de longe os privilégios das grandes cidades. Nelas a violência cresce, a mídia consumista cria desesperos e todos se sentem mal, com medo, pressentem que falta algo.
O cartel financeiro manda soberanamente. O Poder Político instalado esquece o povo e enaltece os poderosos. No jogo das trincheiras políticas o apadrinhamento de “companheiros” deixa o Brasil sem rumo. Mais e mais dirigentes indicados pelos patrocinadores de campanha desmoralizam desde concessionárias importantes até simples postos de trabalho em qualquer repartição pública.
Temos tido sucesso em algumas áreas. A riqueza nacional viabilizada por décadas de pesquisa e desenvolvimento da EMBRAPA e de algumas empresas que realmente investiram em tecnologia assim como na exportação de minérios e lingotes a preços ridículos, considerando o volume das vendas, geram divisas que viabilizam os prazeres estrangeiros, sempre idolatrados pelas elites mais ricas, em condições de mandar seus mauricinhos e patricinhas, principalmente, para a Europa de onde voltam com trejeitos e hábitos refinados.
O custo das viagens internacionais desabou e agora uma multidão de brasileiros corre para o exterior, a maioria absoluta para registrar e mostrar orgulhosamente coleções de fotografias padrão “eu estou aqui, onde mesmo? ”, como diria Jô Soares, “é um espanto”.
Países, nações, tribos, famílias e indivíduos procuram valores de diferenciação entre si. O sentimento natural de propriedade, força, dominação e utilização de terceiros e de tudo o que existir faz parte de nossos instintos. Pobre do ser humano e de suas formas de aglomeração que desistem de se defender. Exemplos clássicos: os Moriori (Moriori people), habitantes da Chatham Island (Nova Zelândia), quase exterminados por não saberem se defender. Assim também muitos povos pré-colombianos foram sacrificados e os sobreviventes escravizados simplesmente por não terem condições de se defender de povos invasores. O darwinismo é algo inerente à Natureza.
A escravização e o genocídio sempre tiveram razões aceitas pelas pessoas mais rudimentares. A satisfação de ambições e a indiferença diante do sofrimento causado, entretanto, é algo que persiste em comportamentos de organizações corporativas em nossa sociedade. A esperança é a de que evoluamos no sentido da fraternidade e tolerância.
E as comemorações cívicas e religiosas? Tanto as grandes organizações religiosas quanto ideológicas procuram colocar na mente das pessoas rituais e símbolos que simplifiquem e sirvam de camuflagem às suas intenções. Afinal o ser humano é um conjunto de órgãos, dispositivos e funções que exigem um trabalho habilíssimo para serem otimizados, e podem sê-lo em qualquer direção. É muito pouco provável que qualquer um de nós, tenha a idade que for, evolua suficientemente para fazer afirmações razoavelmente lúcidas.
Não faltam livros, filmes e trabalhos científicos à disposição dos estudiosos. Se o estudante (de qualquer idade) quiser verá que as dúvidas só aumentam à medida que se aprofunda e for capaz de raciocínio independente e lúcido. Talvez a evolução de cérebros naturais e artificiais algum dia permita conclusões e diagnósticos plausíveis e sensatos.
Precisamos, contudo, estudar o passado para salvar o futuro.
A Revolução de 1964, em princípio pacífica em relação a similares, apesar de violenta em alguns cantos de nosso imenso Brasil (ainda desconhecidos ou mal analisados), merece mais e mais estudos, se possível isentos de paixões e cacoetes ideológicos. Lamentavelmente até entre pessoas aparentemente cultas o radicalismo inibe a isenção de espírito e a honestidade intelectual; é algo que podemos entender observando as torcidas organizadas de clubes profissionais de futebol.
As limitações humanas são imensas (Nietzsche) e talvez o ideal seja simplesmente ser feliz, alienando-se tanto quanto possível (Ferry).
Teimando em pensar e nunca esquecendo os ensinamentos de Michel Foucault, com destaque para os livros [ (Foucault, A Arqueologia do Saber), (Foucault, História da Loucura), (Foucault, Vigiar e Punir), (Foucault - a coragem da verdade)] e muitos outros livros e filmes recentes sobre a história da Humanidade e do Brasil (Livros e Filmes Especiais), com quase setenta anos (ufa, não mais serei obrigado a votar), tendo iniciado a militância política na década de sessenta em Blumenau, nascendo e crescendo conversando com meu pai e ouvindo aulas extremamente interessantes, agora me atrevo a escrever algo na esperança de contribuir com alguma coisa a favor da inacessível e misteriosa verdade.
No Brasil estivemos, desde suas origens lusitanas, submetidos a interesses de potências estrangeiras. A independência de Portugal levou-nos ao colo da Inglaterra. A aceitação de regras de mercado matou qualquer veleidade de industrialização mais sofisticada, que, aliás, não era vocação dos imigrantes até o início do século 19. A formação do Império deu sustentação à unicidade territorial. A Corte Brasileira (Gomes),, contudo, centralizadora e forte impôs atrasos monumentais. A riqueza de nosso solo foi nossa perdição, viabilizando o extrativismo e a monocultura e valorizando a escravidão.
Nos países mais desenvolvidos o “chão de fábrica” era uma experiência vil, atroz, mas reunia trabalhadores que aos poucos souberam impor seus direitos. Aqui o culto etéreo à bandeira e a violência das elites gerou constituições, leis, padrões de exclusão que persistem até nas maiores e melhores cidades de nossa terra.
O mundo ocidental está apenas um pouco adiante de nós em certos aspectos, mas as revoluções violentas e guerras sucessivas quase por milagre deram força aos ideais de solidariedade, liberdade e Justiça real. Aqui, América Latina, ganhamos arremedos de democracia que viabilizaram caudilhos e ditaduras ferozes, só não muito piores porque, como aconteceu com a ilha de Cuba, o êxodo evitou a necessidade de prolongamento dos paredões.
O que é terrível, contudo, é em pleno século 21 estarmos assustados com teses e paixões do século 19, visíveis no relacionamento íntimo com lideranças perversas deste lado do mundo. Isso não significa que a alternativa seja saudável. Nos EUA grupos econômicos poderosíssimos manipulam e se intrometem em tudo, inclusive em nossos emails, para quê?
Em nossa história as Forças Armadas, consolidadas na Guerra do Paraguai e amarguradas com o tratamento recebido após a guerra, influenciadas pelo Positivismo e o culto da excelência corporativa assumiram posições políticas.
Criaram motins, levantes, quarteladas e mudanças radicais em nossa história republicana. Datas festivas? Acima de tudo o 15 de Novembro, e outros existiriam se vistos com mais atenção, momentos bons e maus, festivos ou de tristeza, tudo dependendo dos pontos de vistas dos analistas.
A dúvida maior e fator de questionamentos agora é a comemoração do 31 de março de 1964. Após esse evento traumático à democracia o Brasil mudou muito. Que democracia existia? O período militar que se estendeu até o início da década de oitenta foi bom para o Brasil? O cenário político atual satisfaz as pessoas mais preocupadas com o futuro dos brasileiros?
31 de março é uma data importante por muitas razões positivas também e até os seus efeitos negativos mereceriam debates inteligentes. No último período militar o Brasil iniciou um processo de formação de infraestrutura e industrial que teria feito de nosso país uma potência se não tivessem acontecido os erros colossais de avaliação das crises de petróleo e a influência nefasta e criminosa de grandes grupos econômicos nacionais, que se lançaram vorazmente sobre as oportunidades oferecidas, deixando para o BNDES e em alguns casos escombros o que deu errado.
Os montepios dito militares martirizaram milhões de idosos e idosas...
Perdemos, e isso foi uma lesão gravíssima na continuidade democrática. Partidos bem estruturados e caracterizados deram lugar a agremiações inconsistentes.
Após 1988 o sindicalismo e o corporativismo ganharam força demais assim como outras guildas. Lideranças sindicais, sempre prontas a negociar qualquer coisa para satisfazer suas categorias agora dominam o Brasil trabalhador enquanto oligarcas faturam bilhões de reais à custa de nosso povo ingênuo.
Devemos prosperar, contudo. Estamos em momento de transição econômica. Grandes centrais de energia deverão começar a operar viabilizando mais alguns pontos no PIB e no desenvolvimento de nosso país e outras obras estruturais serão inauguradas nos próximos anos. Universidades evoluem e os sistemas de comunicação (Cascaes, Ensino e literatura século 21) permitem, entre outras maravilhas o EAD, o Ensino a Distância.
Assustador mesmo é ver o povo desarmado diante do crime organizado e a facilidade e benesses dos corruptores, especuladores e agiotas, até quando?
Agora o desmonte das estatais é a ordem do grande mercado de capitais que assim transforma os serviços essenciais em objeto de lucro a qualquer custo, pois simplesmente carecemos de Justiça eficaz contra os abusos dessas empresas assim como todos os órgãos de regulamentação e fiscalização sempre foram travados por contingenciamentos de verbas e ingerências até sexuais na formação de suas equipes. Parece que o inferno em que vivemos é proposital.
Para entender o que aconteceu após a “redemocratização” assim como compreender a dinâmica do mercado financeiro internacional, a nova forma de imperialismo, não de nações, mas de oligarcas absolutamente inescrupulosos devemos buscar depoimentos e trabalhos de pesquisa escondidos... Para isso temos de sobra bons filmes recentes e alguns livros clássicos, sempre lembrando que qualquer obra literária aparece após algum tempo, ou seja, é anacrônica nesses tempos supersônicos de grandes transformações (positivas e negativas) da informação e processamento do conhecimento humano (Cascaes, Livros e Filmes Especiais).
Mas estamos nas vésperas do aniversário de mais um evento promovido pelos militares, como o foi a proclamação da República, (Gomes).
 31 de março de 1964 e 15 de novembro de 1889, dois momentos históricos que ilustram bem a inépcia dos civis e a força do corporativismo militar, nos dois casos decisivos para a ruptura institucional. Com a proclamação da República livramo-nos de uma sucessão imprevisível e critérios aristocráticos de comando do Brasil, a Revolução de 1964 salvou nosso povo de uma guerra civil que ganhava contornos assustadores, mas penamos duas décadas ao sabor do Almanaque do Exército e sob o arbítrio imprevisível de pessoas que usavam a farda como instrumento de império.
Devemos registrar que na confiança de escalões superiores muitos subalternos usaram e abusaram do direito de mandar indiscriminadamente. Disso fomos testemunhas amarguradas com os rumos do 31 de março de 1964.
É importante lembrar que a divisão ideológica da Humanidade viabilizou a Segunda Guerra Mundial, efeito do racismo, da xenofobia e ódios que parecem renascer na ex-União Soviética. Conhecendo mais profundamente as causas desse fenômeno chegaremos à compreensão da formação de novos grupos de poder, desde oligarcas a cartéis explícitos e implícitos, assim como o império de grupos que simplesmente especulam com a capacidade de trabalho da Humanidade.
A escravidão volta mais sofisticada, estimulada pelo consumismo e vaidades ingênuas, sempre pressionando as pessoas a gastarem a vida em frivolidades.
Lamentavelmente estamos num momento atroz. O que realmente nossos governantes em todos os níveis querem fazer? Obedecem a quem? Sabem governar?
A degradação espantosa dos serviços essenciais, cada vez mais importantes, camuflada por alguns progressos, sempre, contudo, muito abaixo do possível e desejável, assim como a definição de prioridades ao gosto da mídia, essa sob contratos formais de patrocínio, angustia quem sonha com um Brasil melhor.
Talvez para milhões de brasileiros as esmolas que recebem sejam tão maravilhosas, e são, que beijam as mãos de quem lhes dá um mínimo a que sempre tiveram direito. Isso viabiliza a cooptação e utilização de milhões de brasileiros eleitoreiramente. As desigualdades regionais, fruto de elites podres em algumas regiões, são instrumentos de perversões assustadoras, inclusive de preconceitos que desmoralizam qualquer iniciativa e esforço de discussão de reformas saneadoras e necessárias.
Mais ainda, o eterno pesadelo demasiadamente humano do apego ao Poder e às suas benesses é onipresente. O efeito deletério dos palácios contamina pessoas que pareciam boas, mas se deixam levar pelos áulicos e logo desenvolvem comportamentos doentios.
O povo vê atônito o desmanche de ídolos e no jogo dos minutos e segundos do horário eleitoral a formação de alianças espúrias mata o sonho de um Brasil melhor. O cenário foi preparado para que se algo mudar tudo fique como está (Il Leopardo fez escola).
De que forma recuperar a dignidade? Hannah Arendt tratou disso em um de seus melhores livros (Sobre a Revolução) assim como registrou processos vis de transformação da sociedade humana (Arendt, As Origens do Totalitarismo) e o perfil dos seres humanos relatando quase jornalisticamente o que descobriu e contou em (Arendt, EICHMANN EM JERUSALÉM ).
Concluindo um tema interminável, o que fazer?

Cascaes
12.3.2014




[1] Wikipédia em 2 de setembro de 2015 – Agnosticismo é a visão filosófica de que o valor de verdade de certas reivindicações, especialmente afirmações sobre a existência ou não existência de qualquer divindade, mas também de outras reivindicações religiosas e metafísicas, é desconhecido ou incognoscível. Agnóstico vem do grego: a-gnostos, ou seja, não-conhecimento, aquele que não conhece. Para um agnóstico, a razão humana é incapaz de prover fundamentos racionais suficientes para justificar tanto a afirmação de que Deus existe quanto a afirmação de que Deus não existe. Na medida em que uma defende que nossas crenças são racionais se forem suficientemente apoiadas pela razão humana, a pessoa que aceita a posição filosófica de agnosticismo irá perceber que nem a afirmação de que Deus existe nem a afirmação de que Deus não existe é racional. O agnosticismo pode ser definido de várias maneiras, e às vezes é usado para indicar dúvida ou uma abordagem cética a perguntas. Em alguns sentidos, o agnosticismo é uma posição sobre a diferença entre crença e conhecimento, ao invés de sobre qualquer alegação específica ou crença. Dentro do agnosticismo existem ateus agnósticos (aqueles que não acreditam que uma divindade ou mais divindades existam, mas não afirmam saber isso) e os teístas agnósticos (aqueles que acreditam que um Deus existe, mas não afirmam saber isso).
[2] Wikipédia em 2 de setembro de 2015 - Abraham Maslow (1 de Abril de 1908Nova Iorque — 8 de Junho de 1970Califórnia) foi um psicólogo americano, conhecido pela proposta Hierarquia de necessidades de Maslow. Maslow era o mais velho de sete irmãos, de uma família judia do Brooklyn, Nova Iorque, Trabalhou no MIT, fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group Dynamics.
A pesquisa mais famosa foi realizada em 1946, em Connecticut, numa área de conflitos entre as comunidades negra e judaica. Aqui, ele concluiu que reunir grupos de pessoas era uma das melhores formas de expor as áreas de conflito. Estes grupos, denominados T-groups (o «T» significa training, ou seja, formação), tinham como teoria subjacente o facto de os padrões comportamentais terem que ser «descongelados» antes de serem alterados e depois «congelados» novamente — os T-groups eram uma forma de fazer com que isto acontecesse.

[3] Huberto Rohden (São Ludgero, 31 de dezembro de 1893São Paulo, 7 de outubro de 1981) foi um filósofo, educador e teólogo catarinense, radicado em São Paulo. Filho de Johannes Rohden e de Anna Locks. Precursor do espiritualismo universalista, escreveu mais de 100 obras (ao final da vida, condensadas em 65 livros), onde franqueou leitura ecumênica de temáticas espirituais e abordagem espiritualista de questões pertinentes à Pedagogia, Ciência e Filosofia, enfatizando o autoconhecimento, auto-educação e a auto-realização. Wikipédia
[4] Baruch de Espinoza1 (também Benedito Espinoza; em hebraico: ברוך שפינוזהtransl. Baruch Spinoza) (24 de novembro de 1632Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677Haia) foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador docriticismo bíblico moderno. Wikipédia
[5] Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerada um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.
Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.
A ideologia também foi analisada pela corrente filosófica do pós-estruturalismo, a qual é apontada por muitos autores como a superação do marxismo.

[6]cinismo foi uma corrente filosófica fundada por um discípulo de Sócrates, chamado Antístenes, e cujo maior nome foi Diógenes de Sínope, por volta de 400 a.C., que pregava essencialmente o desapego aos bens materiais e externos. O termo passou à posteridade como caraterização pejorativa de pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio (que em nada se assemelha a origem filosófica da palavra).
Esta atitude era parte de uma procura da independência pessoal. Alguns foram longe demais, rejeitando mesmo as decências básicas. Para poderem manter a compostura face à adversidade, reduziam as suas necessidades ao mínimo para garantir a sua autossuficiência. Mais do que uma teoria, era um modo de vida.  Para os Cínicos, a vida virtuosa consiste na independência, obtida através do domínio de desejos e necessidades, para encorajar as pessoas a renunciarem aos desejos criados pela civilização e pelas convenções. Os cínicos empreenderam uma cruzada de escárnio anti-social, na esperança de mostrar, pelo seu próprio exemplo, as frivolidades da vida social. Wikipédia



Dia para muitas reflexões do pessoal dos anos sessenta


31 de março é uma data que entrou para a história do Brasil com o golpe, contragolpe, quartelada ou revolução de 1964. Teve bons e maus resultados. Em reportagens recentes vimos o que existiu de pior, a tortura injustificável e brutal e atos clandestinos de Estado, algo absurdo por qualquer ângulo de análise, ainda que até “naturais” até recentemente em quase todos os países que formam a constelação institucional da Humanidade.
Felizmente o senso comum evolui, algo que marca a natureza eventualmente inteligente do ser humano.
O lado dolorido, pesaroso, inaceitável para nós da geração de jovens da década de sessenta do século passado foi a violência contra amigos e amigas que desapareceram em conflitos secretos, discretos e notórios entre as famigeradas “esquerdas” e “direitas”.
O maniqueísmo ideológico foi, é o maior sinal de atraso de nosso desenvolvimento da arte de pensar, aliás, em tudo vemos os efeitos de coisas tão primárias quanto “torcidas organizadas” a partidos políticos radicais. O sectarismo[1] é uma patologia social de extrema gravidade.
No Brasil há muito espaço de crescimento intelectual e social, nosso atraso é enorme.
O início deste ano foi emblemático de episódios e comportamentos que mereceriam análises de gênios da humanidade. O que aconteceu com o Setor Energético é um exemplo forte da leniência, ignorância, malícia e, provavelmente, crimes monumentais contra o povo brasileiro.
Exemplificando, só agora “descobriram” o que acontecia com a Petrobras? Em tudo e por tudo o que temos é um crime coletivo gigantesco e até primário, se pesquisarmos, entre outras coisas, as habilitações dos membros das diretorias da Petrobras e de seu grande Conselho de Administração. O que faziam? Liam gibis enquanto assinavam decisões absurdas?
Os serviços essenciais (Cascaes, Serviços Essenciais) no Brasil se transformaram em pasto gordo para manadas de vigaristas...
As eleições para a Presidência estimulam a concentração da artilharia contra a presidenta do Conselho de Administração, a economista (?) Dilma Rousseff, nossa Excelentíssima Presidenta da República, e os outros?
No Brasil a corrupção foi argumento pesado até para a proclamação da República (Gomes), tudo, contudo, adiante se mostrou pura perfumaria escondendo intenções reais, entre elas o tenebroso corporativismo exacerbado das Forças Armadas e as conveniências de bispos a latifundiários e fazendeiros escravagistas.
É privilégio do Brasil? Um romance de Umberto Eco (O Cemitério de Praga) ilustra bem o que era o comportamento humano enquanto (O Diabo na Água Benta) relata os efeitos da propaganda e mídia que viabilizaram a Revolução Francesa. Se os exemplos são remotos podemos simplesmente estudar com profundidade o processo de construção dos regimes totalitários, dos quais Hannah Arendt (Livros e Filmes Especiais) foi uma primorosa analista. Os regimes capitalistas, por sua vez, caminham celeremente em direção à criação de uma ditadura universal...
De modo geral as “democracias” e regimes comunistas convergiram para quase dinastias e plutocracias[2] da pior espécie. Por quê?
As limitações de aprendizado eram gigantescas. Com tremenda facilidade manipulava-se multidões. As redes sociais não existiam e o potencial de difusão do conhecimento humano era restrito a poucos e caros livros em meio a populações majoritariamente analfabetas. A WEB e os computadores possibilitam maravilhas, por isso mesmo assustando ditadores em potencial e ditaduras consolidadas.
O ser humano é um animal pensante em construção. Maravilhosamente evoluímos realmente e graças à massificação da cultura, onde os famigerados “direitos autorais” não atrapalham, a educação e a inteligência poderão, aliadas ao aumento da expectativa de vida sadia, produzir ainda neste século 21 gerações de pessoas infinitamente melhores do que as nossas mais antigas.
O desafio, entre outros, será ajustar a mídia comercial e institucional para a evolução da inteligência e educação e trazê-la para o chão dos Direitos Humanos, dos quais tivemos uma excelente exposição do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sérgio Luiz Kukina  (Direitos prestacionais, Direitos Sociais Prestacionais, Ministro Sérgio Luiz Kukina, o STJ e os Direitos das PcD, ). É fundamental em tempos que sinalizam a possibilidade de regressões assustadoras a construção de bons paradigmas, valores e educação ainda que sempre aberta (a Mídia) a programações contraditórias e necessárias. Não devemos confundir liberdade de expressão política e filosófica com o direito de destruir crianças e jovens com mensagens doentias.
Mas 31 de março de 1964, 15 de novembro de 1889, o getulismo, tenentismo etc. assim como o encilhamento[3], as bolhas especulativas na Economia, a escravidão e muito mais formam uma coleção de assuntos que deveriam ser conhecidos por todos os adultos com o máximo de profundidade possível. A História é uma coleção de fatos e pessoas emblemáticas, boas e más.
Acima de tudo não queremos ditaduras, tortura, polícias secretas, processos ocultos, censura, arbitrariedades, iluminados dizendo o que devemos fazer. Para enfrentar todos os tipos de ditadura devemos ter condições de diálogo, humildade e aprendizados essenciais à dignidade humana. Mais ainda, estar atentos a doenças sociais e políticas que desmoralizam os ideais de liberdade, fraternidade e igualdade.

Cascaes
31 de março de 2014










O que entendo por Deus


O livro (Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras) de Baruch Spinoza[4] dá uma visão dele sobre a figura do Criador em uma época em que se declarar ateu ou até agnóstico poderia significar a morte e torturas aplicadas pelos fanáticos após qualquer denúncia. Seu livro só foi publicado após sua morte e sob cuidados especiais. É uma obra extraordinária que merece leitura e releitura inúmeras vezes.
Assim, lembrando, mas fugindo do seu rigor matemático, o roteiro de Spinoza proponho a seguinte definição para o que seria ou é Deus:
1 – Entendo como ser universal, a quem denomino Deus, o ente formado pelo conjunto das leis que governam a Natureza (não o contrário).
2 – O Universo é absolutamente tudo o que existir de forma material (no binômio “matéria- energia” enquanto não se descobrir mais nada).
3 – A natureza de Deus é inacessível por qualquer objeto ou ser de sua criação.
4 – Deus, sendo o que é, não modifica sua vontade arbitrariamente.
5 – Deus é absolutamente infinito, isto é, um conjunto material/energia eterno e com leis definidas objetivamente (sem paixões).
6 – O que é perfeito e onipotente não muda e não depende de esforços humanos.


Ponderações


A Humanidade inventou a figura de Deus para ter proteção e esperanças. O conceito do que possa ser Deus é manipulável, pois é vago e pessoal, apesar das pessoas fazerem afirmações peremptórias, tanto mais veementes quantos mais oportunistas e medrosas forem. A falta de instrução, a ausência de conhecimentos em Ciências Exatas assim como de História e Filosofia fortalecem comportamentos radicais, que também aparecem quando o jovem é submetido a uma educação dirigida fortemente para alguma religião.
Podemos qualificar a Humanidade e o comportamento de nações a partir de suas religiões dominantes. A história e o noticiário atual em qualquer época adiante sempre ilustrarão as convicções existentes.
Deus, existindo de alguma forma, seja ela qual for, estará infinitamente acima de nossa capacidade de verificação e questionamentos diretos. Podemos, quando muito, intuir e aceitar, até mesmo acreditar com forte convicção, mas isso será sempre algo singular, íntimo.
Imaginando que Deus exista e de alguma forma transmita seus “recados”, temos o direito de fazer meditações, análise de nossas consciências mais nobres. É pouco verossímil imaginar que um Ser Supremo seja instigador de atos agressivos, maus, vingativos etc.
A visão antropomórfica do Grande Arquiteto do Universo é perigosa, pois temos defeitos demais para acreditar que fomos “feitos à imagem e semelhança de Deus”.
Imaginar Deus com atributos positivos e lembrar que Ele não será bajulável, não é algo à espera de rituais, rezas e promessas ajuda a entender a responsabilidade que carregamos sobre nossos destinos.
O peso da consciência é monumental e proporcional à inteligência e cultura que pudermos acumular. Quem não as tem por natureza e, ou educação é inimputável, é um simples animal. Tendo tido a oportunidade de crescer intelectualmente tornamo-nos reféns do que aprendemos...






Reflexões de final de ano


Dia de natal e esperando o ano novo
As festas de Natal marcam uma época em que os povos cristãos se transformam. Durante alguns dias todos se lembram de que existem crianças e que devemos lhes dar presentes. ONGs e comunidades religiosas se esmeram, a maioria delas depois simplesmente esquece que essas garotinhas e garotinhos serão adultos, gente grande, precisando de atenções tanto maiores quanto menores forem.
Expandindo os atos caridosos os presentes podem abranger famílias que desesperadamente carecem de tudo o ano inteiro.
O Brasil exporta milhões de toneladas de alimentos para importar de tudo, inclusive inutilidades e futilidades. O pesadelo social em que vivemos é fruto de uma lógica perversa que nos domina desde tempos muito distantes. Aqui, nesses oito e meio milhões de quilômetros quadrados, povos distantes chegaram antes, exercitando também a violência mútua e as lutas pela sobrevivência.
No passado, quando a competência da agroindústria e o desenvolvimento tecnológico eram desconhecidos, a luta pelo pedaço de carne ou frutas e raízes era feroz, sem tréguas e limites éticos. Isso ainda existe em comunidades primitivas, inclusive em nossas florestas, reduto de povos que provavelmente encontraram aqui uma forma de escapar de outros mais competentes na arte de matar.
Charles Darwin explicou isso tudo muito bem, criando escola [ (Darwinismo), (Criacionismo x Evolucionismo Debate SESC TV), (DARWIN Y LA EVOLUCIÓN BIOLÓGICA)].
O conhecimento humano cresce espantosamente e graças ao universo WEB temos acesso a excelentes fontes de informação e formação. Maravilhosamente podemos agora mudar comportamentos, seremos capazes disso?
É triste observar a indiferença de pessoas que poderiam se aprimorar e fazer muito mais. Aliás, Michel Foucault falou muito sobre tudo isso. Também escreveu muito e um destaque é seu livro Arqueologia do Saber (Foucault, A Arqueologia do Saber).
Podemos fazer muito, é só querer.
Creches e escolas (por exemplo) salvariam milhões de brasileiros; as elites, aquelas que nos governam, preferem dar esmolas, presentes, rezas e construir penitenciárias, arenas e sambódromos.
Conversando na véspera de Natal com meu neto João Pedro ele contou com orgulho seus trabalhos sobre a não criminalização de jovens abaixo dos 18 anos. Contraditando defendemos a eliminação dessa barreira cabalística e novas leis, mais racionais e atentas à natureza humana. Queríamos vigiar e punir (Foucault, Vigiar e Punir)?
A Educação, a saúde, a proteção às crianças e aos jovens e aos quase adultos têm no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - ECA) a proteção formal do Governo e compromisso da população brasileira, a obrigação de lembrar permanentemente que cuidar das crianças é também a solução para a maioria dos problemas sociais que temos.
O ECA seria fantástico se a estrutura criada a favor da criança e do adolescente fosse mais competente. O que faz com que as instituições funcionem é muito mais a vontade, determinação e capacidade de seus agentes do que a quantidade de funcionários. Lamentavelmente acreditamos que estruturas gigantescas sejam necessárias...
Com certeza os agentes principais são os eleitos e que governam nosso país, eles conhecem e amam seus eleitores ou apenas os patrocinadores de campanha e colaboradores de suas eleições?
Infelizmente, como acontece com todas as leis dedicadas à vida dos brasileiros e das brasileiras (seria um fenômeno universal?), as pessoas em geral realmente estão preocupadas exclusivamente com questões pessoais.
A violência de toda espécie cresce no Brasil, voltamos inclusive aos tempos dos gladiadores. Não se matam com espadas e porretes (ainda), mas ganham sequelas e causam lesões que, junto à loucura da velocidade e mobilidade motorizada (principalmente) produzem a próxima geração de pessoas com deficiência(s), reduzem a expectativa de vida dos jovens adultos, principalmente, e entopem os cemitérios. Em tempo, dão muito lucro a quem promove essas coisas. Felizmente agora os crematórios diminuem a necessidade de tantas covas.
A violência camuflada do esporte contribui para a alienação e perversão dos viciados em telinhas e nossos futuros e ainda pequeninos e adolescentes cidadãos e cidadãs assim como excita desportistas da cerveja e pipoca.
No cerne da violência, talvez inerente ao ser humano, encontramos muitas causas.
O livro (A República dos Meninos - juventude, tráfico e virtude) apresenta um trabalho de pesquisa de campo do autor extremamente interessante; suas conclusões e ponderações (do Dr. em Sociologia, Diogo Lyra, que saiu de suas salas para mergulhar em locais de recolhimento de menores infratores, algo raro no mundo acadêmico) merecem leitura e análises minuciosas. Nessa obra justifica-se com destaque constatar a influência da irresponsabilidade da mídia comercial, sempre extremamente preocupada com a liberdade de imprensa, algo muito diferente da exploração de taras e a submissão a grupos empresariais.
Nós (pessoalmente) temos experiências que merecem registro e demonstram o que lemos. Quando existiu participamos, por exemplo, do (Projeto Sol Nascente) onde gravamos depoimentos de profissionais e lideranças que atuam na Vila Audi, uma área com muitos habitantes em condições de risco social. Conhecemos a Comunidade OSSA (Cascaes, Conhecendo a Obra Social Santo Aníbal (OSSA) ). O que vimos e ouvimos era assustador. Os efeitos da miséria sobre as crianças são devastadores. O pesadelo social tem muitos efeitos e propostas (Como reduzir a gravidez precoce e a criminalidade ). À época começávamos a agir junto a pessoas extraordinárias do LCC Batel; que experiência!
Graças ao Lions Clube de Curitiba Batel mergulhamos em ambientes muito diferentes àquele em que vivemos, eu e alguns companheiros e companheiras. Nosso amigo e companheiro LIONS, Professor Nílson Izaías Pegorini, foi o grande mestre.
Os projetos sociais desse autêntico clube de serviços (Melo), muitos documentados em blogs, mostram por onde estivemos e ainda agimos e o que propomos [ (Ações ODM em Curitiba e RMC), (Escola de Música Lions - LCC Batel), (PROJETO LIBERDADE EM AÇÃO – VILA LIBERDADE, ANA MARIA E NOVA ESPERANÇA), (Projeto Colombo), (Projeto Zumbi - Mauá) etc.].
Não é necessário, contudo, mergulhar em lugares distantes do centro da capital do Paraná. Quem tem olhos pode ver pessoalmente. Curitiba atrai pessoas de toda espécie e nossas ruas são um espelho do Brasil, talvez com mais luxos e requintes, mas testemunhos de nossa história.
Felizmente agora dispomos de recursos de comunicação independente; as fantásticas redes sociais e sistemas que a Google e outras megaempresas criaram com extrema competência (blogues, youtube, etc.) além dos equipamentos digitais de gravação de imagens, sons e movimentos dão uma liberdade e potencial de expressão de nossas opiniões que não imaginávamos possíveis em nossa existência. Os computadores fazem o resto. No blog (Cascaes, TIinformando) criamos uma ponte para todos os espaços que exploramos nesse mundo cibernético.
E o Natal?
Jesus Cristo deve ter sido uma pessoa extraordinária, mas em sua época pouca esperança havia de resolver com fraternidade e liberdade os problemas da Humanidade, uma coleção de seres eventualmente racionais. A esperança era a vida após a morte e aqui existir de forma a conquistar um lugar no Paraíso. De filósofos e pregadores a imperadores o fundamental era usar os exércitos para disciplinar o povo radicalmente ignorante e perigoso.
Para sobreviver o “homo sapiens sapiens” vem das florestas e savanas com subprogramas em seu cérebro que eram fundamentais à sua luta por espaços, comida e segurança. Talvez ainda sejam tão importantes ou até mais do que nesses tempos imemoriais...
Nossas taras, atavismos, convicções e nossos padrões de comportamento escondem logo abaixo da pele impulsos primitivos facilmente perceptíveis entre torcidas organizadas a militantes religiosos e políticos.
Mais ainda, em qualquer ambiente secreto, discreto e público o zelo fanático pela propriedade privada, só para exemplificar, demonstra o rigor dos cuidados que temos pelos ossos que gostamos de roer.
Nossos padrões éticos e morais servem para racionalizar desejos, medos e instintos.
O que precisamos entender é que no século 21 da era cristã é possível pensar na saúde e felicidade geral dos povos, se eles superarem culturas obsoletas e nocivas. Estranhamente encontramos o culto às tradições; Eric Hobsbawm ilustra muito bem isso, Hannah Arendt procura entender, teóricos políticos acreditam que sabem e sociólogos fazem inúmeros estudos para gerar uma cultura em torno de nossos problemas dos mais triviais aos mais complexos (Cascaes, Livros e Filmes Especiais). Temos onde estudar e aprender, é só querer. O que limita a participação consciente é a ignorância voluntária, a alienação a que nos impomos crentes de que poderemos compensar tudo o que fizermos em atos de caridade e penitência.
O importante é saber que a Terra pode sustentar a vida em sua superfície, se quiser. Os desafios existem (Cascaes, Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente) dentro e fora de nossas cabeças. Podemos, contudo, garantir uma sociedade melhor se soubermos usar o que podemos aprender.
Ou seja, a esperança de evolução da Humanidade depende acima de tudo do desenvolvimento de sua capacidade de raciocinar e aproveitar informações que a Tecnologia já viabiliza em casa, no bolso, nas pastas até de alunos e alunas infantis.
Todo final de ano temos a semana da bondade e dos votos de sucesso, saúde, amor etc.
A Hipocrisia e os comerciantes ganham espaços. Até sentimentos justos se revelam com força, potencializados pelo clima natalino. O que estraga tudo é a escala de valores e prioridades, desde as mais condenáveis, como, por exemplo, a empáfia e egolatria de lideranças políticas e econômicas, até a simples luta pela sobrevivência.
Precisamos aprofundar estudos sobre ética e moral, o século 21 exige isso, pois a sobrevivência de todos, paradoxalmente, avança para situações de altíssimo risco. O que precisamos entender é que acima de convicções ideológicas e religiosas convém lembrar que na hora das tragédias seremos pessoas desesperadas, talvez lamentando a omissão dos tempos de fartura e riqueza de oportunidades.





O dinheiro, a riqueza e o ser humano


Um objeto de extrema relevância, uma das maiores invenções da Humanidade é o dinheiro[5]. A importância do que chamamos dinheiro é enorme e sua utilização é quase universal. Ter dinheiro significa poder, capacidade de sobreviver, conquistar, trocar mercadorias, viajar, ser, estar, viver.
A moeda é os seus diversos formatos viabilizaram o desenvolvimento da Humanidade.
Tudo muito bem visualizado exceto em casos extremos.
Imaginemos uma pessoa sedenta e esfomeada cair de paraquedas sobre uma montanha de dólares, marcos, reais etc. no meio do deserto, a milhares de quilômetros de qualquer semelhante. Serviria isso tudo para quê?
Podemos repetir a pergunta com algo mais concreto, e se o paraquedista pousasse sobre poços de petróleo, minas de diamante, montanhas de prata e ouro nas mesmas condições, o que desesperadamente procuraria?
Ou seja, o dinheiro é um meio de troca de trabalho presente ou futuro, acima de tudo é o resultado de uma convenção. Seu significado depende da existência ou promessa de oferta de produtos e serviços. Sem objeto de troca é uma ficção.
Como surgiu a “ideia” do dinheiro?
À medida que os seres humanos se instrumentalizaram e puderam trocar mercadorias e serviços tiveram que resolver a lógica dos valores e de como garantir lealdades e produtos a qualquer tempo.
Lealdades, exércitos e até rebanhos se conquistam pela força do dinheiro, ou seja, promessa de apropriação e uso de bens e serviços, inclusive seres humanos.
É sempre importante lembrar a compulsão de craca de todos os “homo sapiens sapiens”, ou melhor, a necessidade de qualquer um agregar-se a alguém que o ajude a sobreviver. A riqueza é um fator de simpatia fortíssimo.
Dinheiro, de que forma?
A princípio valia o escambo ou a simples apropriação do mais forte sobre o mais fraco, aos poucos o humanoide aprendeu a trocar, nasceu o escambo[6].
Trocar um camelo por um pote de água talvez não fosse justo, olhe aí a introjeção do conceito de Justiça.
Alguma coisa precisaria existir para a viabilização de frações e que valesse até quando um camelo normal morresse de velho.
Assim gradativamente a Humanidade inventou a moeda[7].
Na sociedade feudal, monárquica e teocrática o dinheiro se transformou em instrumento de poder, algo que os chefes precisavam para, junto com o as esperanças e medos religiosos garantissem lealdades.
A moeda evoluiu para o dinheiro (O que é o dinheiro?) moderno, algo desconectado de metais e cédulas impressas, acima de tudo dentro de uma lógica de especulação de moedas, mercadorias, serviços, hipóteses de valor que dominam o mundo, do qual o filme (O Lobo de Wall Street)dá uma excelente aula, algo que vimos desde livro de grandes pensadores a economistas clássicos (Cascaes, Livros e Filmes Especiais).
Nisso tudo a riqueza e as lógicas de acumulação e utilização de capital estimulam os seres humanos a comportamentos que iniciam de forma até ingênua e podem terminar animalizando os mais poderosos e, de forma explícita, criminosos e quadrilhas de bandidos. O livro (O Senhor das Moscas - "Lord of Flies") ilustra muito bem o que significa poder e a biografia de Alan Greenspan (Greenspan) registra a fragilidade do mundo atual em torno do dinheiro e do capital.
O que isso tudo se relaciona com a ética, o que é importante dizer?
A importância da moeda em nossas vidas ultrapassa qualquer avaliação. Qualquer sociedade aberta ou fechada pratica o conceito de capital[8] e moeda. O que muda, dependendo do ambiente, é o formato do dinheiro, que pode ser santinhos, certificados, grãos em alguma garrafa, créditos no outro mundo, cuc[9][10] ou rublos dos tempos soviéticos. Nada mais lógico do que estabelecer indicadores e valores, seria impossível viver em sociedade sem isso, a menos que existíssemos em algum paraíso tão rico e cheio de facilidades que bastasse desejar algo para possuí-lo, usá-lo e dispor de serviços feitos por anjos ou robôs.
Isso não existe para todos, ainda que quase seja possível para alguns potentados e bilionários, todos dispondo de riquezas e dinheiro para satisfação de suas manias.
Como querer, aceitar ou rejeitar a riqueza ou a pobreza e uma infinidade de situações intermediárias depende da índole e educação do indivíduo. O que nunca é de se desprezar é a limitação da existência humana. Dinheiro facilita viver conforme desejamos. Ter dinheiro significa compromissos de trabalho ou simplesmente sorte. Na loteria da vida tudo é possível. Fazer riqueza poderá, contudo, deturpar valores morais, qualidade de vida, isolar-se ou viver junto a pessoas de mau caráter.
Sempre é bom lembrar a máxima “dize-me com quem andas e te direi quem és”, valendo também: os amigos, amigas e companheiros, parceiros etc. influem em nossos comportamentos e caráter.
O custo da riqueza pode ser trágico (Scorsese).
A riqueza é Poder. No mundo moderno ter dinheiro representa, proporcionalmente, a possibilidade de realizar e fazer coisas inimagináveis até pela aristocracia mais forte há poucos séculos. O que, felizmente, limita excessos é a organização da sociedade e suas leis, apenas elas de forma objetiva, enquanto o caráter, a educação, os valores pessoais farão o resto, talvez muito mais diante da mercantilização da Justiça, sempre extremamente servil aos poderosos.
Para se defender povos organizados inventaram leis, religiões, ideologias, etc.
Naturalmente qualquer indivíduo vive imerso em multidões. Quanto maiores, mais insignificante e, para as grandes lideranças, mais poder.
O exercício do poder político também tem ilusões. A queda, destruição e abandono de lideranças são a consequência natural quando elas já não satisfazem os anseios dos liderados. É interessante notar em família como os pais são amados quando fazem as vontades dos filhos, sendo desprezados poucos instantes após se negarem a satisfazer caprichos, por mais idiotas que o sejam.
O dilema dos pais é um ponto estratégico na formação do ser humano adulto.
Educar é apresentar aos educandos ladeiras, montanhas e dizer: suba! Vire-se!
Sutilmente, tecnicamente os responsáveis devem preparar os alpinistas. Ou melhor, é o desafio permanente. Nada pior do que gerar facilidades gratuitas.
Com certeza não se conquista paixões sendo duro, enérgico, disciplinador, educador. Ganha—e admiração quando os resultados positivos aparecem, isso nem sempre acontece (resultados e admiração).
O valor dos pais não se mede pela admiração dos filhos e sim pelo sucesso que seus descendentes alcançam.
Sobre o que é educar e quem são os educadores gosto do que encontrei na Wikipédia e sendo uma enciclopédia livre dá a liberdade da transcrição:
Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.
A prática educativa formal — que ocorre nos espaços escolarizados, que sejam da Educação Infantil à Pós Graduação — dá-se de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar. No caso específico da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome de Educação Tecnológica. Outra prática seria a da Educação Científica, que dedica-se ao compartilhamento de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus conteúdos e processos) com indivíduos que não são tradicionalmente considerados como parte da comunidade científica. Os indivíduos-alvo podem ser crianças, estudantes universitários, ou adultos dentro do público em geral. A educação sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o grupo ao qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade. Mas, acontece também no dia-a-dia, na informalidade, no cotidiano do cidadão. Nesse caso sendo ela informal.

Na generalidade do que significa o verbete encontramos a amplitude da responsabilidade da família, primeiro e maior estágio de formação de qualquer ser humano.
Nisso tudo devemos avaliar o exemplo, a plataforma sobre a qual desenvolvemos nossos desejos e aptidões.
A importância da riqueza assim como a de uma medalha esportiva está associada à disposição para conquistá-la, com todos os seus custos fisiológicos, sociais, mentais etc.








Politicamente incorreto

Hipóteses


1 – É mais fácil “acreditar” do que negar afirmações de gente poderosa ou amiga.
2 – O senso comum, se fosse correto, o mundo seria muito melhor.
3 – As pessoas são extremamente influenciáveis.

Tese


O que se considera politicamente incorreto merece atenção, pois é um espaço de soluções renegadas dentro do comodismo de raciocínio.

Ponderações


O livro ([org.], Foucault - a coragem da verdade) traz o que Michel Foucault entende e defende como “parrhesia” (pgs. 59 e 60):

“A parrhesia é um tipo de atividade verbal na qual o falante tem uma relação específica com a verdade por meio do falar francamente, uma certa relação com sua própria vida por meio do perigo, um certo tipo de relação consigo mesmo ou com os outros por meio do criticismo (crítica de si ou de outrem), e uma relação específica com a lei moral por meio da liberdade e do dever. Mais exatamente, a parrhesia é uma atividade verbal na qual um falante exprime sua relação pessoal com a verdade e arrisca sua vida, pois considera que o dizer verdadeiro é um dever em vista de melhorar ou ajudar a vida dos outros (assim como ele faz consigo mesmo).”

Dizer a verdade significa muito, pois a “Academia”, lideranças e mestres criam muitos conceitos e preceitos humanistas estabelecendo proposições e comportamentos que são autênticos dogmas modernos.
Se antes as religiões impunham crenças, agora defensores dos Direitos Humanos, principalmente, usam e abusam de forma irresponsável de conceitos e afirmações que talvez não se sustentem na vida em geral.
Para a sobrevivência individual e geral é fundamental o exercício da verdade de forma radical, a começar pelo conhecimento profundo de nós mesmos (ver a história da Escola Cínica e Diógenes Dion nas obras de Michel Foucault).
Crenças e afirmações precisam de coragem, convicções que em casos extremos poderão desmoralizar quem as propõem veementemente. Acima de tudo precisamos saber até onde estamos dispostos a lutar e fazê-lo com a convicção necessária e suficiente, sempre lembrando que poderíamos ter feito outras opções.
Com certeza muitas guerras não teriam acontecido se os soldados antes pensassem e soubessem o que teriam que enfrentar. “Bons líderes” estimulam o otimismo, falam de honrarias, heroísmo, etc. Eles, contudo, normalmente se escondem, ficam protegidos, afinal se enxergam tão importantes que não poderão se expor. Isso vale em muitas situações, principalmente na vida pública onde políticos mais “espertos” convocam seus admiradores a atos radicais, ficando à espreita dos resultados para poderem escolher o momento de entrar em cena.
Somos seres mortais em um imenso teatro, mas na realidade viajamos sempre, vivemos corrigindo e mudando personagens. É hipocrisia afirmar “sempre fui assim”.  Não mudar de acordo com nossos sentimentos de segurança e instinto de sobrevivência poderá ser extremamente doloroso.
Em tempos de censura feroz o ideal é viver em círculos restritos, desenvolver técnicas de silêncio.
Giordano Bruno (Montaldo, Volonté e Rampling, Giordano Bruno) foi um exemplo magnífico dessa condição e durante o último período militar no Brasil tivemos exemplos de diversos comportamentos, entre eles o de um atual político famoso que praticamente viabilizou o desmonte do pessoal que se preparava para a luta no Araguaia (Morais e Silva).
Nada pior do que o arrependimento tardio. O correto é saber evitar situações que de antemão saibamos serem insuportáveis.
Em casos extremos devemos raciocinar como passageiros, oficiais, marinheiros em um grande navio enfrentando tempestades e finalmente afundando, como agiremos realmente?
Qualificar, classificar, entender e se relacionar com seres humanos é essencial à nossa sobrevivência, afinal, que significado teria para nós o planeta Terra e a Humanidade se vivêssemos em outro planeta de outra constelação?
Teorizar é fácil para aqueles que não têm responsabilidades executivas, de comando e gerenciamento.
Vemos, lemos e ouvimos “conselhos de especialistas” que simplesmente não servem para nada em situações de grande responsabilidade.
E o ser humano é fruto de seu ambiente, história, acidentes, incidentes, saúde, educação, etc. Coleções de indivíduos que denominamos famílias, tribos, nações, raças etc. trazem consigo uma série de fatores que os personalizam.
O corpo humano e sua forma de pensar e agir formam uma máquina excepcional, merecendo muito cuidado ao ser avaliado, muito mais em aglomerações aleatórias...
Existem diferenças.
O desafio é a evolução, em que sentido?
As guerras mundiais e todas as outras (passadas, presentes e futuras) mostram a fragilidade de nossa inteligência. Argumentos absurdos geraram genocídios, campos de concentração, crematórios, experiências e matanças inacreditáveis há pouco tempo. Vamos ver a repetição desses eventos se não pudermos transmitir aos mais jovens sentimentos de fraternidade e solidariedade.
As ferramentas para educação têm alcance mundial, o pesadelo, contudo, é que transmitem padrões diversos, frequentemente contraditórios, pois só quem lecionou sabe como os ouvintes (alunos) podem se fixar em detalhes irrelevantes.
As grandes religiões e ideologias são os melhores exemplos possíveis. Belíssimos ensinamentos e conceitos ganham rituais, formalismos e enfeites, dando ao crente a sensação de respeito quando seus pensamentos e atitudes demonstram o contrário.
A censura é algo extremamente perigoso, mas a própria liberdade é relativa.
Infelizmente a hostilidade recíproca cria fortunas. O exemplo mais absurdo e comum entre nós é o das torcidas em torno de clubes de futebol. Empresas com profissionais que jogam, se bem pagos, motivam autênticas guerras que fazem a delícia de certo tipo de comentarista e empreendedor de futebol. Afinal, não fosse a paixão, que emprego teriam?
Admitir as diferenças e saber aproximar positivamente as pessoas é o desafio do século 21. Todos são importantes na luta pela sobrevivência das nações.
O que, entretanto, merece análises é até onde podemos aceitar teses humanistas e desprezar a realidade eventualmente degradante e agressiva.
O ser humano desde que surgiu age e reage contra tudo e todos, assim a evolução aconteceu até chegarmos ao nível em que estamos. Em qualquer espaço geográfico encontraremos pessoas com crenças e comportamentos nem sempre aceitáveis (e vice e versa). A intolerância explode em casos extremos.
O recrudescimento do terrorismo padrão século 21 é assustador, mais ainda diante da tremenda fragilidade estrutural de cidades e tudo o que existe para mantê-las. Muitos não percebem detalhes críticos e seria imprudente chamar a atenção do que é possível. É justo, portanto, estabelecer limites, critérios, padrões de vigilância e limitações lamentavelmente necessárias.
Refugiados aos milhões migram de qualquer jeito, mas trazendo culturas e vontades eventualmente incompatíveis com os lugares onde se instalarem. Durante toda a história da Humanidade esse foi um processo darwinista crudelíssimo.
Em cálculo, lógica e em filosofia podemos demonstrar teses e equações “por absurdo” (Curvello) ou nos limites extremos. Levando variáveis ou parâmetros a valores elevados ou minimizados, ou com situações contrárias à rotina poderemos ver se a tese se mantém. Assim, por exemplo, seria o caso de perguntar se qualquer família aceitaria ser vizinha de talibans, canibais ou agrupamentos de pessoas sem respeito ao que tiverem...
Encontramos muitos radicais de mesa de bar que não calculam nem medem as consequências do que afirmam.
Precisamos discutir com isenção de espírito cada situação que põe em risco a nossa sobrevivência, afinal é um direito natural, essencial à vida. Não se trata de pagar o passado, nenhum povo é inocente e se valem certas teorias somos todos descendentes de poucos animais. O que precisamos saber, entender, negociar, propor e praticar é a solução para o cenário atual e futuro. O passado serve como base de experimentos e comportamentos.
Com facilidade podemos sentir o espírito de estudos, livros, discursos e propostas equivocadas, ainda que extremamente sintonizadas com as melhores intenções. Normalmente os temas mais sensíveis são desprezados. Isso é ruim, perigoso. Temos conquistas que não podem ser perdidas por atavismos humanitários...
O desafio dos teóricos e ativistas é dimensionar suas teses e vontades.




O Universo dentro e fora do ser humano


Hipóteses


1 – A complexidade da Natureza ultrapassa tremendamente nossa capacidade de compreensão
2 – A existência do Universo para fora e para dentro de nós é possível graças a leis perenes e se mudam isso acontece em função de outras leis.
3 – A vida é um fato acima de nossa compreensão.

Tese


O Universo vai do menor segmento material ao conjunto de galáxias ultrapassando nossa capacidade de compreensão e demonstração da própria vida.

Ponderações


Em noite limpa e local sem as luzes das cidades podemos ver um número enorme de estrelas, pontinhos luminosos sem cintilação que são os planetas, uma parte da Via Látea, eventualmente meteoros e olhando melhor nebulosas numa abóbada que parece querer despencar sobre a gente.
Mais e mais observatórios do Universo são criados assim como veículos automatizados disparados para o infinito. Gradativamente astrônomos, físicos e até filósofos aprendem mais e se surpreendem com inúmeras descobertas.
Com certeza muitos cientistas usam o que sabem para fazer afirmações imperativas, mas notamos que não é raro tudo mudar graças a super-gênios capazes de unir conhecimentos e deduzir hipóteses e teses surpreendentes.
Em qualquer laboratório ou filme científico teremos condições de mergulhar dentro de nós mesmos, descobrindo complexidades inimagináveis e até simbioses que nos mantêm vivos.
Sentimos nossa dimensão infinitesimal olhando para cima e percebemos a distância de explicações simplificadas e a realidade da vida estudando simples bactérias.
Nesse cenário é difícil querer explicar tudo, pior ainda, simplificar atribuindo tudo a um ser mais complexo. As dúvidas, se tivermos coragem de alimentá-las, são enormes.
A impossibilidade de saber e entender é algo real, inevitável. Muitos pensadores partiram desse princípio (céticos)[11] e estavam certos. A Ciência descobre mais e mais detalhes sobre o Universo, criando mais dúvidas do que certezas.
Não é prático, contudo, simplesmente duvidar, assim a adoção de algum figurino pode acontecer por puro pragmatismo.
Precisamos, contudo, fazer opções, pois elas são exigidas e listadas por terceiros. Não temos liberdade de fazer afirmações contrárias às convicções dos poderosos e de muitas pessoas com tantas convicções.
De qualquer forma a Humanidade precisa evoluir para poder sobreviver. Dos povos mais rudes aos mais sofisticados, todos, sem exceção, precisam rever comportamentos e se ajustarem aos desafios da sobrevivência, para isso todos têm direitos e deveres de ajustamento de conduta.
Uma boa ferramenta no desenvolvimento de códigos realistas de ética é o Cálculo aplicado a todas as hipóteses de sobrevivência. Precisamos de condições de contorno, parâmetros, bancos de dados, ferramentas de cálculo e simulação etc. para podermos criar recomendações sensatas e honestas.
Ou seja, a Lógica (A LÓGICA NA MATEMÁTICA) merece aplicação em nossos comportamentos e sua evolução é uma demonstração de limitações e esperanças.






[1] O termo sectarismo (usado geralmente com conotação negativa e pejorativa) vem do latim sectariu, que em sentido estrito se aplica ao seguidor de uma seita, mas pode também denotar zelo ou apego exagerado a um ponto de vista; visão estreita, intolerante ou intransigente. Muitas seitasreligiões e grupos ideológicos são obstinados e inflexíveis na defesa de suas doutrinas. O termo vale também para o indivíduo fechado ao diálogo. Wikipédia
[2]plutocracia (do grego ploutos: riqueza; kratos: poder) é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico. Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é acompanhada de uma grande desigualdade e de uma pequena mobilidade. Wikipédia
[3] Crise do Encilhamento foi uma bolha econômica que ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e início da República, estourando durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891), tendo em decorrência se transformado numa crise financeira. Os então Ministros da Fazenda Visconde de Ouro Preto e Ruy Barbosa, sob a justificativa de estimular a industrialização no País, adotaram uma política baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos por farta emissão monetária.
Pelo modo como o processo foi legalmente estruturado e gerenciado, junto com a expansão dos capitais financeiro e industrial vieram desenfreada especulação financeira em todos os mercados e forte alta inflacionária, causadas pela desconfiança oriunda de determinadas práticas no mercado financeiro, como excesso de lançamento de ações sem lastro, e posteriores OPAs visando o fechamento de capital. Wikipédia

[4] Baruch de Espinoza1 (também Benedito Espinoza; em hebraico: ברוך שפינוזהtransl. Baruch Spinoza) (24 de novembro de 1632Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677Haia) foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Wikipédia
[5] dinheiro é o meio usado na troca de bens, na forma de moedas ou notas (cédulas), usado na compra de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas demais transações financeiras, emitido e controlado pelo governo de cada país, que é o único que tem essa atribuição. É também a unidade contábil. Seu uso pode ser implícito ou explícito, livre ou por coerção. Acredita-se que a origem da palavra remete à moeda portuguesa de mesmo nome (o dinheiro). A emergência do dinheiro não depende de uma autoridade central ou governo. É um fenômeno do mercado; na prática, entretanto, os tipos de moeda mais aceites atualmente são aquelas produzidas e sancionadas pelos governos. A maior parte dos países possuem um padrão monetário específico — um dinheiro reconhecido oficialmente, possuindo monopólio sobre sua emissão. Algumas exceções são o euro (usado por diversos países europeus) e o dólar (utilizado em todo mundo). O dinheiro em si é um bem escasso. Muitos itens podem ser usados como dinheiro, desde metais e conchas raras até cigarros ou coisas totalmente artificiais comonotas bancárias. Em épocas de escassez de meio circulante, a sociedade procura formas de contornar o problema (dinheiro de emergência), o importante é não perder o poder de troca e compra. Podem substituir o dinheiro governamental: cupons, passes, recibos, cheques, vales, notas comerciais entre outros. Na sociedade ocidental moderna o dinheiro é essencialmente um símbolo – uma abstração. Atualmente as notas são o tipo mais comum de dinheiro utilizado. No entanto bens como ouro e prata mantêm muitas das características essenciais do dinheiro. Wikipédia

[6] Escambo(PB)permuta (PEPB)troca direta ou, simplesmente, troca é a transacção ou contrato em que cada uma das partes entrega um bem ou presta um serviço para receber da outra parte um bem ou serviço em retorno em forma de Crédito, sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. Por exemplo, um agricultor com um marceneiro pratica escambo trocando dois cestos de frutas por uma cadeira, ou pela instalação de uma cerca em seu terreno. Wikipédia
[7] A moeda evoluiu a partir de duas inovações básicas, que ocorreram por volta de 2.000 a.C. Originalmente, o dinheiro era uma forma de recebimento, representando grãos estocados em celeiros de templos na Suméria2 , na Mesopotâmia, então Antigo Egito.
Esse primeiro estágio da moeda, no qual os metais eram usados para representar reserva de valor e símbolos para representar mercadorias, formou a base do comércio no Crescente Fértil por mais de 1500 anos. No entanto, o colapso do sistema comercial do Oriente Próximo apontou uma falha: em uma era na qual não havia nenhum lugar que era seguro para estocar valor, o valor de um meio circulante poderia ser apenas tão bom quanto as forças que defendiam aquela reserva. O comércio poderia alcançar no máximo a credibilidade do uso da força militar. No final da Idade do Bronze, no entanto, uma série de tratados internacionais estabeleceram uma passagem segura para os mercantes ao redor do Mediterrâneo oriental, se espalhando a partir da Creta minoica e Micenas no noroeste de Elam e sudeste de Bahrein. Apesar de não se saber o que funcionava como uma moeda para facilitar essas trocas, sabe-se que couro de boi em forma de lingotes de cobre, produzidos no Chipre, podem ter funcionado como uma moeda. É sabido que o aumento da pirataria e invasões associadas ao colapso da Idade do Bronze, possivelmente produzidas pelos Povos do Mar, trouxeram esse sistema comercial ao fim. Foi apenas com a recuperação do comércio fenício no séculos IX e X a.C. que houve um retorno à prosperidade, e o surgimento da cunhagem real, possivelmente primeiro na Anatólia, por Cresorei da Lídia, e subsequentemente pelos gregos e persas. Na África, muitas formas de reserva de valor foram usadas, incluindo grânulos, lingotes, marfim, várias formas de armas, gado, a moeda manilla, ocre e outros óxidos da terra, entre outras. Os anéis de manilla da África Ocidental foram uma das moedas usadas a partir do século XI em diante ara comprar e vender escravos. A moeda africana ainda é notável por sua variedade, sendo que em muitos lugares diferentes formas de escambo ainda existem. Wikipédia

[8] Em economiacapitalbens de capital, ou capital real referem-se a bens duráveis já produzidos e usados na produção de mercadorias ou serviços. Os bens de capital não são significativamente consumidos, embora possam depreciar durante o processo de produçãoCapital é diferente de terra na medida em que o capital deve ser produzido pelo trabalho humano antes que ele possa ser um fator de produção. A qualquer momento no tempo, o capital físico total pode ser chamado de estoque de capital, um uso diferente do mesmo termo aplicado a uma entidade empresarial. Em um sentido fundamental, o capital consiste de qualquer coisa produzida que pode aumentar o poder de uma pessoa para executar um trabalho economicamente útil - uma pedra ou uma flecha é capital para um homem das cavernas que pode usá-los como um instrumento de caça, enquanto as estradas são capital para os habitantes de uma cidade. Capital é uma variável na função de produção. Casas e automóveis pessoais não são capitais mas são bens duráveis, pois eles não são usados em um esforço de produção. Wikipédia
[9] Três moedas circulam em Cuba: o dólar, o peso conversível (cotado cerca a de 1,20 pesos por dólar) - e que é utilizado em lojas especiais para turistas, que vendem em dólar, à taxa de um peso conversível por dólar - e o peso tradicional (26 pesos por dólar) utilizado para o pagamento dos salários e para a compra de mercadorias no mercado interno, tais como aluguéis, luz, telefone, roupas e alimentos. Desde 25 de outubro de 2004 foram proibidas na ilha as transações em dólar, que só podem ser legalmente feitas utilizando-se pesos conversíveis. Wikipédia
[10] Em Cuba circulam duas moedas, o CUC (peso cubano convertível) e o CUP (peso cubano tradicional). O peso cubano é mais usado internamente pelos cidadãos comuns do país. O peso cubano convertível é mais usado pelos turistas que o utilizam com o certo limite de conversão. O CUP é usado também no câmbio comum e utilizado em transações comerciais de exportação e importação. O CUC, também conhecido como chavito, é administrado diretamente pelo governo, foi criado para superar a desvalorização do peso cubano perante as moedas estrangeiras após a dissolução do bloco socialista em 1990. InfoEscola

[11] O ceticismo filosófico se manifestou na Grécia clássica, aparentemente um de seus primeiros proponentes foi Pirro de Elis (360-275 a.C.) que estudou na Índia e defendia a adoção de um "ceticismo prático". Carneades discutiu o tema de maneira mais minuciosa e contrariando os estoicos, dizia que a certeza no conhecimento, seria impossível. Sexto Empírico (200 a.C.) é tido como a autoridade maior do ceticismo grego.9 Mesmo atualmente o ceticismo filosófico costuma ser confundido com o ceticismo vulgar e com aquilo que a tradição cética denominou de "dogmatismo negativo". Nada mais está tão em desacordo com o espírito do ceticismo do que a reivindicação de quaisquer certezas, seja as positivas ou as negativas. 10 11
Na Filosofia islâmica, o ceticismo foi estabelecido por Al-Ghazali (1058–1111), conhecido no Ocidente como "Algazel", era parte da Ash'ari, a escola de teologia islâmica, cujo método de ceticismo compartilha muitas semelhanças com o método de René Descartes. Wikipédia

Recomendações


1 -  Exercitar a humildade intelectual.
 2 – Admitir que estaremos abaixo do potencial necessário e suficiente à compreensão do Universo.
3 – Estimular o prazer de ser e estar num cenário tão fantástico.
4 – Estudar sempre a Natureza como um todo.



Nossos instintos, nossas glândulas e comportamentos


Hipóteses


1 – O corpo humano contém glândulas que governam o comportamento e ações do ser humano.
2 – O cérebro é um dispositivo de processamento de dados que se auto-programa.
3 – Temos por herança e necessidades biológicas programas residentes.

Tese


Ponderações


Além da educação o corpo humano é um sistema de processamento de dados e transformação de resultados em movimentos graças a sistemas mecânicos e servo mecanismos.
Alguns livros, filmes e experiências pessoais ensinaram muito e na “terceira idade”, idiotamente denominada “idade feliz”, devemos e podemos avaliar tudo o que aprendemos, sabemos e experimentamos. O esforço é sempre válido para procurar que nossos descendentes não repitam os erros dos pais...
Obras literárias bem feitas criam impactos fortes na educação.
A partir de momentos especiais que mexem com a capacidade de qualquer jovem (puberdade por excelência) reagir contra conselhos dos mais velhos é rotina.
Meu pai tinha livros que, acredito, escondia. Aos poucos entrei na biblioteca dele, com destaque numa obra que ele me disse para só ler quando fosse adulto, ou seja, apesar da imensa dificuldade de entender palavras especiais li o livro (Os grandes sonhos da Humanidade - Condutores de Povos, Sonhadores e Rebeldes). Em aula de religião no Colégio Santo Antônio dedicada a estudos da Bíblia Cristã alguém perguntou sobre (Bertrand Russell), a reação negativa do frei Odorico Durieux convenceu-me a procurar esse autor e apaixonar-me por suas ideias, ao descobrir a genialidade e honestidade intelectual desse filósofo inglês.
Na década de sessenta, principalmente a partir da censura após 64 contra os “esquerdistas” e materialistas, existiu um bom motivo para estudar as obras de seus líderes. No determinismo dos ditadores veio a inspiração para uma dedicação especial a autores dedicados a teses revolucionárias.
 Em Psicologia e Psiquiatria, mais ainda por influência de uma amigo muito próximo, o João Bosco de Almeida Lacerda, pudemos ler e conversar muito.
A amizade veio após um início interessante. sem motivação muito forte, mas de acordo com minhas simpatias, fiz um curso de extensão universitária em Psicologia em Itajubá. Em polêmica sobre os engraxates da cidade que a sociedade daquela cidade acreditava fazer bem dando-lhes uniforme e caixinhas de engraxate ingressei no mundo dos contestadores, daqueles que duvidam das evidências e certezas.
Assim, dentro de um processo de ação e reação formei meu caráter.
Vivemos tempos inseguros, complexos. Assim nada como procurar entender a mente daqueles que são qualificados como criminosos. O último livro foi sensacional (Carcereiros), com certeza teve boa motivação após (Foucault, Vigiar e Punir) e (Foucault, História da Loucura) assim como, bem antes, (Memórias, Sonhos e Reflexões). Entre esses extremos, ou melhor, obras conhecidas com intervalo de décadas, ganhamos padrões de sensibilidade reforçados em atividades políticas e sociais ao longo de décadas de militância.
E a materialidade do comportamento e caráter?
A experiência pessoal com pessoas que envelhecem, nós mesmos, mostra como dependemos de muita química e estrutura internas quando decidimos e agimos dentro de um padrão ou de outro.
Na Medicina encontramos exemplos radicais de mudança de personalidade a partir de intervenções cirúrgicas [ (Psicocirurgia), (Lobotomia), ] e utilização de medicamentos.
A utilização de drogas é caso mais comum atualmente.
Precisamos, contudo, entender alguma coisa desse imenso universo que existe dentro de nós (FISICAPSICOLOGIAMATÉRIA E PSIQUE: ESTRUTURAS E CONEXÕES).
Afinal, quem somos nós?

Conclusões


1 - Temos uma estrutura de pensamento e ações semelhante a de computadores e máquinas convencionais.

2 - O corpo humano é sensível, como acontece com qualquer máquina, a acidentes e rotinas de utilização.

3 - A visão clássica desconhecia a complexidade do corpo humano.

Recomendações


1 – o ambiente e a saúde devem ser considerados com seriedade na formação e educação de qualquer ser humano.
2 – a complexidade do ser humano explica a infinidade de formas.



As origens e fatores de criação do mundo moderno

As perturbações institucionais a partir da criação de novos conceitos de formação de estados e governos com a geração de propostas ideológicas laicas e radicalmente diferentes das utilizadas pelos estados monárquicos e feudais foram equivalentes a muitas chuvas de meteoritos, grandes terremotos, maremotos etc. sobre a cabeça dos seres humanos a partir do século 18 de nossa era.; com certeza foi o resultado do crescimento do número de pessoas em condições de ler, estudar mover-se pelos diversos cantos do planeta e assim, em redes sociais primitivas, escaparem do controle dos poderosos de plantão.
A Humanidade mudou, começou a se transformar aceleradamente, inovando, retomando valores antigos e esquecidos, duvidando e procurando novas soluções terrenas para seus problemas, um comportamento que na civilização ocidental estagnara com a preocupação radical de conquistar algum paraíso após a morte e no terrorismo criado por exércitos de fanáticos e submissão de nações inteiras a lideranças conservadoras.
A estruturação monárquica, feudal e clerical dos países europeus mais desenvolvidos era um obstáculo severo ao progresso intelectual. A prioridade determinada pelas crenças e seitas era a construção de templos, monastérios, ambientes públicos, discretos e secretos de discussões semânticas e filosóficas. Isso significou um atraso fatal diante de invasões de outros povos assim como o desprezo pela construção de cidades e nações saudáveis.
Critérios da Idade Média fizeram lindíssimas catedrais e cidades cheias de templos, mas significaram a exposição de seus habitantes a pragas, endemias, epidemias e à violência de outros povos que lutavam por espaços vitais aqui na Terra.
As mudanças de comportamento e cenários diferentes merecem estudos minuciosos, agora com muitos recursos de análise. Um fator decisivo na História do ser humano foi, é e sempre será o padrão de clima e topografia existe, base de mudanças permanentes. Vale, por exemplo, pensar no que era a superfície terrestre há dez mil anos. Existindo h três milhões de anos, a espécie humana deve ter superado mudanças colossais. A diferença em relação aos tempos atuais é a fragilidade física e comportamental, a interdependência que cruza oceanos e a criação de centros extremamente concentrados de pessoas.
O que podemos imaginar para tudo isso se a Terra der um rearranjo qualquer?
A divisão rígida da sociedade humana em classes permanentes, modificando continuamente à força bruta fronteiras de domínio de dinastias (o povo “pertencia”, era parte das propriedades dos poderosos) era a regra entre seres humanos que nunca contestavam quem pudesse dominar tropas e sacerdotes. Isso é uma condição de sobrevivência de uma espécie de vida eventualmente racional e que tinha instintos de organização semelhantes às alcateias e famílias de feras que vagavam pelos campos, florestas e savanas.
A natureza humana é isso e tem sido objeto de estudos mais e mais detalhados de especialistas. As teorias de Charles Darwin, Sigmund Freud e outros e a constatação de que mudanças rápidas podem acontecer por acidentes, guerras doenças, mas os principais fatores de mudança política entre seres humanos já intelectualmente capazes foram as revoluções dos meios de comunicação e as guerras, destruindo, substituindo e dando motivações para o desenvolvimento técnico acelerado e mudanças institucionais.
O crescimento da população em condições de ler e escrever foi, com certeza, o principal fator revolucionário, assim como períodos de penúria e desespero.
A vida lastreada em instintos primários e pregadores oportunistas até a invenção de Gutemberg e as pregações e Martinho Lutero deu lugar ao sonho da Democracia, à Liberdade, Fraternidade, Igualdade, Justiça e valores tão nobres que se colocaram sob a denominação de Direitos Humanos e similares. Pode-se dizer que eram sentimentos oportunistas, mas, inequivocamente e infinitamente mais nobres que os precedentes.
A Revolução Industrial quando aconteceu tinha a base intelectual necessária e suficiente para a criação de novos valores.
A visão metafísica que se desenvolveu entre dois e três milênios passados prometendo benefícios após a morte deu lugar à vontade de viver antes do cemitério, algo que só as elites mais instruídas e espertas mantinham. O povo acordou!
A soberania do cidadão comum era desprezada tacitamente. A ignorância quase absoluta da população em geral e a concentração hereditária de riquezas e tropas especiais e sob comando de quem lhes pagava e convencia submetiam os povos (isso ainda existe, mas enfrentando coisas “assustadoras”, tais como os sistemas de comunicação alternativos) a vidas ao gosto e violência dos senhores da terra, das armas e almas.
As revoluções de fato começaram muito antes. Profetas e filósofos da era clássica da História da Humanidade (com “H” maiúsculo) formaram a base das mudanças mais recentes. As dificuldades de registro e transmissão de ideias eram barreiras colossais, algo que só começou a implodir (é bom repetir) com Gutemberg e na sociedade cristã com Martinho Lutero. A Reforma propondo o estudo pessoal da Bíblia estimulou a alfabetização, assustando o clero tradicional e mudando radicalmente o potencial de transformação.
Matar fisicamente qualquer ser vivo não é difícil. Pensamentos, culturas, convicções são decisões íntimas e facilmente desenvolvidas sem percepção dos poderosos; quando têm informação suficiente tornam-se, eventualmente, forças avassaladoras. Ou seja, não se destrói ideias com a violência física. Isso entre nós, humanos, foi essencial à nossa evolução. Passo a passo a Humanidade criou, padeceu, sofreu muito para crescer.
O desafio no século 21 é mais sofisticado, pois já chegamos a níveis elevados, com fortes oscilações...
Chegamos a padrões de existência insustentáveis e à percepção da nossa fragilidade diante da Natureza, para onde vamos?
Temos aí o desafio de novas visões éticas e morais, quais?



As crianças, os jovens e os adultos


A família é a principal base de formação de caráter e vocações de qualquer pessoa. Quando pensamos em Ética devemos de imediato e prioritariamente pensar nos efeitos de nossos padrões de comportamento na cabeça de nossos filhos, que serão radicalmente afetados pelos seus pais. Construir e manter um ambiente familiar saudável é sinal de respeito e amor aos filhos, o resto é ridiculamente pouco eficaz.
Um absurdo comum e trágico é a inconsciência de mães e pais em torno de suas responsabilidades. As crianças aprendem vendo, ouvindo, sentido seus familiares. Os exemplos criam comportamentos, muito mais do que palavras formais e chavões clássicos.
A alienação é visível de diversas formas, os resultados vão aparecendo ao longo da vida. É fácil perceber e até avaliar os filhos pelos efeitos na ordem cronológica de nascimento. Tudo exige um processo de paternidade e maternidade responsáveis. Crianças não podem ser tratadas como se fossem brinquedos à disposição dos pais, pior ainda, seres intrusos em casas ricas ou pobres, mas frias e desumanas.
Com certeza cada ser humano é único, mas todos trazem em si cargas genéticas e softwares embutidos em sua cabeça desde o nascimento. O processo natural é tal que a diversidade é provocada desde a concepção e a facilidade de produção contínua de milhões de espermatozoides a partir dos machos. Prever combinações é impossível diante dessa dinâmica reprodutiva.
Se a formação inicial do ser humano é alheia a planos familiares, a educação não o é, ao contrário, é decisão dos responsáveis pelas crianças (família, sociedade, governo).
As crianças existem a partir da vontade dos seus pais e não o contrário. A geração de filhos significa o comprometimento integral em relação à vida de pessoas que serão o que seus pais quiserem, evidentemente com todas as singularidades que a Natureza esconde e os efeitos de acidentes, incidentes, amizades, escolas etc. proporcionam.
Compete à família orientar, dar exemplos, mostrar caminhos, acima de tudo: EDUCAR.
Frequentemente alheios às vontades familiares outras lideranças aparecem subvertendo completamente os ensinamentos familiares. Especialistas em engajamento político, religioso e até esportivo facilmente cooptam as crianças e principalmente os jovens para causas eventualmente prejudiciais a esses futuros adultos.
Podemos ver nos noticiários o resultado de pregadores alucinados e criminosos, formando batalhões de jovens assassinos. Essa sempre foi a realidade em todos os povos, algo primitivo que ainda pesa na mente universal humana.
A vigilância dos país e mestres mais saudáveis é essencial para se evitar fanatismos mortais ou simplesmente mediocrizantes.
Estamos em tempos de mudanças aceleradas, todos os cuidados são poucos diante de influências que aparecem de diversas maneiras dentro do lar, quanto mais nas ruas e escolas da vida.
Podemos e devemos cobrar responsabilidades, de quem?
Os desafios de sobrevivência mudam constantemente, será que todos estão conscientes de suas responsabilidades? Os tempos estáveis não existem mais, se é que em alguma época duraram muito. A Humanidade sempre viveu em guerras e conflitos locais, tribais, nacionais, coloniais, etc.
O processo educacional deve ser atento às muitas fases da vida, mas pode educar mal pessoas que esquecem, a partir de uma formação equivocada, o que é ser adulto, ter responsabilidades e disposição para trabalhar, cuidar dos filhos, viver em sociedade, ou seja, continuar a missão de existir.
Teorias e consultores normalmente procuram focar padrões nem sempre realistas. “Especialistas” ganham notoriedade e dinheiro inventando fórmulas mágicas. A intuição pode valer muito mais do que a leitura de uma biblioteca especializada.
Com certeza a humanidade ainda precisa avançar muito no conhecimento da mente humana e nos processos educacionais. Felizmente a cultura universal se enriquece diariamente e sabendo pesquisar poderemos descobrir preciosidades inacessíveis há poucos anos graças ao potencial da WEB (World Wide Web). Ainda recentemente pudemos ver preciosidades entre as quais podemos destacar uma entrevista com o genial Dr. Carl Jung (C. Jung) que simplesmente resumiu muito do que acreditamos. Lamentavelmente muitos filmes que colecionamos em blogs acabam sendo excluídos pelos donos do direito de exposição, o capitalismo intelectual é a pior forma de exploração do conhecimento humano...
A vida se desenvolve em etapas, do bebê ao idoso passamos por períodos com relativa estabilidade psicológica e intelectual. Com certeza é na puberdade que explodimos por efeito de glândulas e desafios monumentais. As transformações são enormes e podem neutralizar anos e anos de convivência em família, pois nessa época, além dos hormônios aparecem os pregadores, os missioneiros que pretendem aumentar seus rebanhos, custe o que custar, isso sem falar nas turminhas de amigos e inimigos que marcam essa fase da vida.
Países tão atrasados quanto o Brasil oferecem um cenário desolador para os jovens de famílias sem muitos recursos. O Ensino Fundamental[1] é precário e as ruas o espaço de cooptação do crime organizado. Lamentavelmente ainda estamos na cultura maniqueísta e pouco sensível à importância da Educação, lideranças nacionais preferem a violência policial.
Os educadores, por sua vez, precisam ter cuidados especiais e capacidade de compreender suas próprias fragilidades, convicções e vontades. O jovem é alvo perigosamente fácil de extremistas de qualquer espécie e quando adulto poderá ser o que lhe for ensinado nesse período de imaturidade, inexperiência, de falta de malícia de um mundo que se fosse tão bom quanto cada povo acredita ser não teria mostrado tantas monstruosidades nesses últimos tempos.
Do jovem para o adulto precisamos ensinar a pensar, a ter raciocínio crítico e capacidade de formar uma visão ética que lhe seja necessária para sobreviver com felicidade e vida saudável.
Os mais velhos normalmente têm padrões consolidados em tempos remotos e absolutamente anacrônicos em relação ao que as crianças, jovens e futuros adultos enfrentarão.
Obviamente existe a ética religiosa, que ensina a submissão total a figurino milenares e promete recompensas eternas após a morte.
Quantos jovens desperdiçam sua época de amadurecimento em salas fechadas decorando bíblias...
O terceiro milênio da era cristã poderá e deverá trazer desafios imensos.
A Humanidade estará preparada para enfrentá-los? Educamos nossos descendentes para resistir e sobreviver?
A proposição de um modelo ético inteligente e ajustado a esse mundo absolutamente novo é fundamental e se resume em poucas palavras: fraternidade, liberdade preparação para aproveitamento de oportunidades sadias.
Lamentavelmente descobrimos adultos chorando limitações que não existem a quem está disposto a trabalhar, estudar, enfrentar as dificuldades da vida. Com certeza todos carregam suas limitações que devem ser vistas como desafios a serem superados.
É gratificante lembrar quando envelhecemos as barreiras que enfrentamos e vencemos. Ser fraco é uma opção de vida, não uma condição limitante. A força está na teimosia, na determinação, na coragem de suportar até humilhações, mas ir em frente.
Viver é subir montanhas, para isso devemos ter nosso catecismo pessoal, singular, atento ao que queremos e devemos fazer.





Ética e moral – afinal, o que é isso?


Gosto de ler e por mais que o faça sinto que ética e moral são conceitos que se confundem, mas de extrema importância. A ética e a Moral criaram mandamentos, preceitos até alimentares, modas e, entre outras coisas, guerras.  
Conceituar a base de religiões e profissões, fanatismos e até a origem das torcidas organizadas é algo delicado, perigoso.  As seitas, religiões, crenças e valores evoluem, sempre, contudo, com atrasos assustadores.
É fantástico descobrir as dúvidas entre pessoas que se destacam na sociedade humana, as incertezas, que não envergonham grandes lideranças como vimos tais como o atual Papa da Igreja Católica, podem mudar o mundo, pacificá-lo, torná-lo mais sensível à felicidade, sem os traumas e taras de quem se vê obrigado a esconder suas paixões e convicções. Que maravilha saber que uma instituição tão conservadora quanto a Igreja Católica Apostólica Romana volta e pensar e aceitar alternativas de pensamento. A Santa inquisição ainda pesa na consciência mundial, inclusive na hostilidade entre muçulmanos e cristãos. O prejuízo é irreparável. Que nunca voltemos a esse padrão de comportamento, ainda existente em muitos países fora do espaço mais culto e livre. O avanço da Racionalidade e da Defesa dos Direitos Humanos não pode parar, não deve acontecer à força de exércitos e ditadores, mas como simples evolução da inteligência humana.
Temos contudo, óbices em nossa sociedade consumista.
A honestidade intelectual é crime em sociedades pragmáticas. De modo geral o jovem é “convencido” a adotar um figurino. A renúncia a pensar e optar traz inúmeras compensações por bom comportamento, o trágico disso tudo é que agora a Humanidade pode realmente sonhar com um mundo melhor, para isso será preciso rever tudo, desde conceitos urbanísticos, profissões, hábitos de consumo a opções filosóficas.
Graças à internet e similares não dependemos mais de livros de papel e escolas para estudar. O desafio é o disciplinamento do tempo e de da própria vida pessoal.
As novas gerações viverão muito, se nada acontecer em contrário (catástrofes, epidemias violentas, guerras e coisas assim). Existem num cenário inédito: a perspectiva de viver mais, muito mais que seus ancestrais. Em que mundo desejam existir? Têm consciência disso?
Falamos de ética, carecemos de padrões éticos modernos, ajustados ao que precisamos e o conhecimento humano ilustra. Tudo o que se fez no passado está superado. Com certeza essa é uma afirmação pretenciosa, radical, mas que outra maneira de avaliar estratégias, metas, táticas e ideais que não seja pelos resultados obtidos?
A capacidade de alienação é um perigo para o ser humano, pois ele pode e deve explorar ao máximo o conhecimento que adquires e cresce exponencialmente. Isso é fundamental á sua sobrevivência enquanto indivíduo e parte de uma sociedade maior, seja qual for. Simplificar é virtude e discussões semânticas são possíveis e intermináveis. Para fins práticos vale neste livro o que vimos no em (Significado de Ética e Moral), ou seja, de forma simples e direta:
No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
O fundamental é partir para o desafio de educar sem imposições, acima de tudo com liberdade e tolerância, entendendo que a adoção de um padrão ético a partir de alguma moral possível é o desafio do século 21 nesse espaço inicial de liberdades mal usadas.
Sempre recorrendo a críticas que se avolumam em ambientes técnicos e de voluntariado onde adquirimos uma visão suplementar importantíssima dos efeitos de modismos e processos de alienação queremos quase desesperadamente reunir e organizar conclusões e sugestões sobre o que é realmente essencial à vida humana: a educação.




Ética – um argumento oportunista?


Uma forma agressiva contra qualquer pessoa é dizer que faltou à Ética, disso ou daquilo, deste ou daquele modelo. O que se percebe, contudo, é que esse dardo é usado contra desafetos, inimigos, obstáculos a conveniências.
Poucas pessoas poderão dizer que respeitam rigorosamente figurinos morais, que têm ética definida e consciente e não a transgridem.
Com a mesma facilidade com que acusam, escondem o que fazem.
Bertrand Russell em sua luta por uma sociedade justa e feliz teve imensas dificuldades de sobreviver, ganhou um espaço na memória da Humanidade justo e merecido.
Do blog Paulopes (Lopes) temos um excelente resumo de suas orientações:
1 - Não tenha certeza absoluta de nada.

2 - Não considere que valha a pena esconder evidências, pois elas inevitavelmente virão à luz.

3 - Nunca tente desencorajar o pensamento, pois assim com certeza obterá sucesso. 

4 - Quando encontrar oposição, mesmo que seja de seu cônjuge ou de suas crianças, esforce para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, porque uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.

5 - Não tenha respeito pela autoridade dos outros, porque há sempre autoridades contrárias.

6 - Não use o poder para suprimir opiniões que considere perniciosas, pois as opiniões vão lhe suprimir.

7 - Não tenha medo de possuir opiniões excêntricas, porque todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

8 - Encontre mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, porque, se valorizar a inteligência, chegará a um acordo proveitoso e profundo.

9 - Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentar escondê-la.

10 - Não tenha inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

Fã de Bertrand Russel desde o primeiro livro que li e perdi (emprestando) na década de sessenta tenho por esse filósofo tremenda admiração e o lamento de que sejam tão raros.
Mas, ética seria ser fraterno, simpático, agradável?
Principalmente consultores de “internet” propagam a ideia da bondade, de atitudes respeitosas e carinhosas e valorização das pessoas em qualquer circunstância.
A vida real é competitiva, e isso é essencial ao sucesso.
Quem aceitaria como técnico de suas seleções pessoas escolhidas por critérios neutros? Alguém, podendo, optaria por atendimento médico padrão, desprezando o melhor? Procuraria se apaixonar por pessoas que seu íntimo rejeita?
A hipocrisia é extremamente prejudicial à vida em geral. Tudo o que consideramos bom ou ruim pode ser visto de forma relativa, pois, acima de tudo, existe o desafio da própria sobrevivência. Ninguém nasce marcado para viver e morrer de um determinado jeito. Fantasticamente podemos superar barreiras incríveis, de modo geral derrotando adversários. De que jeito?
Com a invenção da internet surgiu a figura do hacker, é ruim? Graças a esse vândalos dos sistemas que usam computadores e chips o mundo WEB não para de evoluir. A negação exige solução ou valida a alternativa.
A ética é argumento exaustivo e mal usado.
Precisamos ter padrões morais, saber e procurar viver dentro de limites santos e amáveis. Isso é possível sempre?
Não!
Ao longo da vida de pessoas e empresas de sucesso vemos exaustivamente a competição, vencendo o mais forte, capaz, determinado etc. no mundo moderno isso faz dos Estados Unidos da América do Norte, por exemplo, a pátria dos melhores e mais eficazes projetos.
Eles não vencem apenas, nós nos deixamos perder. Temos, no Brasil, a lógica cristã do perdão, da comiseração, da aceitação dos mais fracos quando o assunto não pé futebol, namoro, política e coisas assim.
O resultado da flacidez é a degradação de organizações públicas, normalmente dominadas por sindicatos fortes e pessoas medíocres.  A mediocridade é um tremendo indicador do mau uso da ética, é isso que queremos e precisamos?
Não podemos esquecer que os desafios em relação à sobrevivência de toda a Humanidade cresce continuamente em torno da sustentabilidade em muitos sentidos, da saúde à oferta de oportunidades de trabalho. Precisamos educar para a luta, para a vontade de enfrentar qualquer situação.
Se o Planeta tiver (e vai ter) grandes transformações só os mais fortes, capazes e bem preparados sobreviverão, se isso for possível.
Sempre, a qualquer momento, as transformações as poderão acontecer.
Se nada de anormal aparecer a provia vida impõe a todos nós desafios crescentes e constantes. O ato de envelhecer é cruel, apesar da magnanimidade da indolência intelectual que vai dominando nossas mentes.
O fundamental é como o jovem e o adulto se comportarão. Nessa fase da vida todos os bons e maus predicados se transformarão em sucesso ou insucesso.
Michel Foucault falava muito da estética da vida. Sim, queremos um figuriono que nos dê orgulho, que seja publicável. O que desejamos ser?
A ética que viermos a adotar, conscientemente ou não, será devisiva ao sucesso de nossa vida. Assim, se a intenção for ser dono de suas vontades, precisamos pensar bem no que queremos e poderemos fazer.
Nada pior do que ter vergonha e arrependimentos tardios.


Ética – a opção metafísica e a pragmática.


Bíblias, códigos formais e informais relacionam orientações, determinações, dogmas e preceitos que ilustram muito bem o nível intelectual das tribos e nações que os criaram. O conhecimento humano e o desafio de sobreviver em ambientes hostis assim como a necessidade de disciplinamento de multidões, inclusive de indivíduos que sempre tiveram a maravilhosa base para serem rebeldes, inovadores, assim como instintos, pulsões e força para agredira levaram sábios e líderes a associar “constituições”, leis, normas e critérios de julgamento a poderes muito acima da capacidade de confrontação dos seres humanos. Deuses e espíritos bons e maus foram extremamente importantes, talvez hoje mais ainda, para conter a selvageria e comportamentos indesejados pelos poderosos.
Códigos morais sempre foram, portanto, extremamente pragmáticos. Note-se que pragmatismo é um conceito desenvolvido no século 19[2] e que evoluiu para uma proposta de raciocínio eficaz[3], algo com muitos desdobramentos no mundo do gerenciamento de empresas, por exemplo.
A visão pragmática (Pragmatismo) é diferente da utilitarista[4], pois acima de tudo propõe a racionalização da vida e não a subordinação a visões imediatistas de custo e benefício. É sempre importante lembrar que a Humanidade foi, acima de tudo, utilitarista. Os sacrifícios, fogueiras e cruzadas, penitências e vidas de isolamento social sempre foram as consequências da “economia” do medo e da fé.
As propostas morais existiram e estão por aí a serviço dos poderosos.
Na luta para conter transformações indesejadas àqueles que ocupam cargos de comando inventaram os dogmas[5], os tabus[6], cláusulas pétreas[7] e maldições que travaram o desenvolvimento humano, pois, como disse Bertrand Russell em seu livro (Principles of Social Reconstruction): “A certeza absoluta é por si só suficiente para impedir qualquer progresso mental naqueles que a possuem”. Isso é mais do que evidente ao longo da História da Humanidade...
A incapacidade do ser humano de fazer afirmações sobre a existência de Deus é o que, paradoxalmente, mais impressiona. Em sua diminuta grandeza qualquer pensador, por maior que seja, estará muito longe de qualquer base de demonstração do que pretenda afirmar. Mais e mais, à medida que nosso conhecimento sobre a complexidade dos seres e a essência deles assim a dimensão incalculável do universo levam-nos a questionar crenças e convicções.
Podemos transcrever o conceito “Epistemologia” endossando a hipótese da impossibilidade (Wikipédia em 23 de dezembro de 2013):
Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme] - ciência; λόγος [logos] - estudo de), também chamada de teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade do conhecimento. A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, motivo pelo qual também é conhecida como teoria do conhecimento. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência, pois, em uma de suas vertentes, avalia a consistência lógica de teorias e suas credenciais científicas. Este facto torna-a uma das principais áreas da filosofia (à medida que prescreveria "correções" à ciência). A sua problemática compreende a questão da possibilidade do conhecimento - nomeadamente, se é possível ao ser humano alcançar o conhecimento total e genuíno, dos limites do conhecimento (haveria realmente uma distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?) e da origem do conhecimento (Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?).
O pragmatismo é sensível na reação das pessoas quando se diz a elas que não acreditamos em Deus: “então podemos fazer qualquer coisa?”.
A figura de um Criador do Universo é uma simplificação que conduz a outras teses, acima de tudo ao que denominamos moral. Afinal, se alguém cria alguma coisa pretende extrair dela algum resultado. Ou seja, nada mais natural do que produzir livros e aulas sobre a vontade divina. Nesse intuito aconteceram as escolas filosóficas e universidades[8]. Já na idade Média as Primeiras Universidades no mundo ocidental apareceram.

Ironicamente a formação de escolas e universidades gerou a diversidade intelectual, provavelmente em pleno conflito com as vontades daqueles que as dirigiam.
O ser humano é complexo demais para simplificações, assim até a capacidade de enfrentar os deuses era um estímulo aos pensadores e personagens mitológicas como foi Ulisses após a Guerra de Troia.
Mais concretamente encontramos algumas pessoas que mudaram caminhos da Civilização Ocidental, assim como eventos decisivos, tais com a Independência dos Estados Unidos da América do Norte e a Revolução Francesa.
É importante registrar que o número de mártires da inteligência humana, de pessoas inteligentes, cultas e criativas, suficientemente rebeldes para discordar é incontável e desconhecido. Vale, contudo, para motivar pensamentos ler e ver obras de tempos modernos, quando a tecnologia e o rompimento das barreiras criadas pelos senhores das trevas agora permite o prazer de conhecer pessoas extraordinárias que se destacaram na luta contra os imperadores de consciências.
Escrever, conceituar e propor algum padrão ético é relativamente fácil quando tudo é precedido pela aceitação de alguma religião política ou metafísica, para, ao contrário, escrever e desenvolver um conjunto de propostas “morais” sem conexão metafísica é fundamental uma enorme vivência, conhecimentos ou o atrevimento de dizer algo mais e diferente.
Estabelecer base para a Ética do Século 21 significa construir algo fora das facilidades dos milagres e revelações. Não pode ofender fanáticos, é um caminho improdutivo. Pensar e expressas convicções comportamentais no século 21 deverá ter como base um medo universal, algo que intimide as pessoas e as faça pensar sobre seus hábitos e ações.
Infelizmente o medo é justo e necessário. A Humanidade está em situação de extrema fragilidade. Paradoxalmente o seu desenvolvimento tecnológico criou uma interdependência planetária, ou seja, qualquer catástrofe em alguma grande região afetará violentamente as demais. Mais ainda, os jovens estão sendo educados a viverem com facilidades artificiais.
O planeta Terra passou por um período de relativa estabilidade, ainda que a Humanidade tenha, como sempre, sofrido agressões absurdas, inacreditáveis, o que nos autoriza a temer repetições.
Essa combinação de riscos galácticos e microscópicos aconselham esforços de educação e orientações comportamentais mais seguras, sustentáveis.
Do geral para os detalhes podemos partir da proposta de um código de ética universal, aplicável a todos os seres humanos e que contenha orientações básicas.
Obviamente a aceitação de propostas morais sofisticadas depende da inteligência humana. Aí a grande esperança, a de que algum processo de desenvolvimento viabilize a utilização maior do cérebro, estimulando a racionalidade. Temos um grande potencial governado por glândulas que podem ser trabalhadas para maior eficácia. É algo que começa, talvez, a ser feito em grandes e secretos laboratórios.
A generalização da racionalidade não interessa aos defensores da vida no Além nem a lideranças oportunistas. Isso sempre limitou a inovação e o crescimento de todos nós. Aos poucos, contudo, poder-se-á furar, talvez, censuras e blindagens religiosas e ideológicas.
A construção de um código de ética laico e universal é importante para, no mínimo, preparar os seres humanos ao que possa acontecer.
Temos códigos morais extremamente lindos, louváveis. Serão eficazes ou obstáculos à nossa sobrevivência?
A melhor base de desenvolvimento é estudar a história de povos dominantes e dominados, fortes e vivos e civilizações extintas. O que têm a ensinar?
Na vida dos povos podemos sentir nitidamente os efeitos de religiões com bases belíssimas, mas que significaram a ruína de e a morte de milhões de pessoas. Com certeza se o objetivo da nossa vida for a garantia de uma existência melhor em outro mundo a aceitação das leis religiosas é prioritária.
Acreditando, contudo, que devemos lutar pela sobrevivência de todos os que nos cercam é imperativo ajustar filosofias, opções religiosas e materiais de modo a não termos dúvidas em relação que deveremos fazer para sobreviver, assim como os limites éticos de cada comportamento.
O dilema de quem pode morrer afogado, a água sufocando e a possibilidade de salvamento de apensa uma pessoa é o melhor exemplo do que pretendemos alertar. O sobrevivente sairá dessa condição com complexo de culpa? Vai estragar sua vida?
Os campos de concentração e ambientes de extrema miséria estão por aí para mostrar o que é a luta pela sobrevivência.
A educação e o aprimoramento do ser humano precisam aceitar debates desagradáveis, mas necessários.
O que devemos ensinar e aceitar? Até onde nossas limitações admitem auto sacrifícios?
Sabemos viver sem religiões e crenças salvacionistas?
Vivemos em condições extremamente competitivas, algo que é tão natural que até a concepção é fruto de uma corrida de espermatozoides. A realidade impõe a quem tem poder a necessidade de decisões constantes com imenso significado na vida de qualquer pessoa. Não é sem razão que se criam associações, organizações e compromissos de lealdade. Todos têm medo de serem prejudicados, ainda que não mereçam maiores considerações, exceto o “sou seu irmão”, companheiro, patrício, parente etc.
O que não se pode esquecer é a importância da eficácia de nossas instituições, empresas, de todas as atividades que qualquer indivíduo exerça. A competência e a importância do sucesso são inquestionáveis.
A dimensão dos cargos e funções implicam em códigos de ética específicos, algo que os teóricos e defensores da igualdade absoluta (normalmente dentro de suas confrarias) desprezam.
A qualidade de vida e a sustentabilidade dependem mais e mais do sucesso. Se antes podíamos desaparecer porque éramos poucos e fracos diante de animais e tribos hostis, agora precisamos de serviços essenciais, de condições de convivência com multidões.
Portanto, que padrões éticos podemos criar, aceitar e ensinar?

Ética instintiva e a violência

Cada ser humano desenvolve ao longo da vida critérios pessoais e escolhe paradigmas de comportamento que em seu conjunto formam um padrão ético singular, único; sempre lembrando que não existem duas pessoas iguais após alguns anos de vida. Tudo o que acontece é base de ajustes e até de mudanças radicais.
É pura fantasia acreditar em clones morais, intelectuais. Felizmente a diversidade é a base de nossa existência. É, pois, extremamente importante compreender e aceitar a diversidade de comportamentos e crenças. A sobrevivência da Humanidade passa pela pacificação de povos. Note-se que sempre existirão indivíduos radicais, saber o que fazer quando nos agridem é a chave da harmonia social.
Estamos acompanhando (mais uma vez) um período de radicalização de ideologias, religiões, códigos secretos, discretos e públicos que levam inúmeros jovens a atitudes extremas. Com imenso pesar sentimos que as pessoas mais velhas se protegem, mas estimulam e aplaudem comportamentos que estão de acordo com suas convicções e conveniências (principalmente).
Tivemos no século 20 cenários que foram de um extremo a outro, uma prateleira de experiências dramáticas. Em algum momento desses tempos ganhamos até a impressão de que a Humanidade evoluía muito, principalmente em torno da serenidade e tolerância, inclusive em relação àqueles que se mostram extremistas.
Agora, que frustração os noticiários criam diariamente para quem, já idoso, se lembra das fantasias e sonhos de muitas décadas passadas.
Naturalmente nações inteiras são obrigadas a se defenderem de grupos de pessoas que decidem destruir tudo o que contraria suas crenças; o que é fundamental, contudo, é não radicalizar, pior ainda, instigar e motivar violências genéricas. Para quê? Para provar utopias induzindo qualificações que colocam muito mais gente com o carimbo de terroristas e coisas semelhantes?
Imaginamos que vivemos com democracia, por exemplo, desprezando o poder de grupos organizados que mandam e desmandam em nossas vidas, alguém duvida? Ou seja, nossas ilusões criam miragens...
A Mídia formal custa caro e precisa de patrocinadores. O marketing virou profissão explícita e seus profissionais com frequência desprezam o que podem criar contra o povo objeto de suas mensagens. Tudo isso exige um processo educativo mais eficaz para a neutralização do que é nocivo às crianças, por exemplo. A propaganda de propostas violentas, contudo, é o maior pesadelo nessa fase da História da Humanidade pois agora ela pode ser instantânea, universal.
Em relação a povos dominados por fanáticos precisamos de inteligência e competência para não alimentarmos crenças violentas e a indústria e comércio da guerra, os interesses petroleiros, a exportação de ódios e sofrimentos, enfim, a cultura da violência, que tanto dinheiro dá a certos cineastas e artistas, além de, evidentemente, fama para políticos e medalhas para os mortos. É bom não esquecer que conveniências dinásticas e tribais, e a partir do século 19 o nacionalismo radical, a xenofobia, o racismo e as ideologias políticas sempre mataram mais do que as religiões. Se alguém duvida vale a pena conhecer em detalhes a letra dos hinos nacionais de países que se dizem modelo de civilização.
Criamos códigos de ética formais e nas empresas, famílias, escolas, filmes, livros etc. poderemos estudar e decorar autênticos catecismos, mas a dúvida também precisa ser estimulada. A vacina contra o radicalismo é compreender que simplesmente somos insignificantes e incapazes de fazer certas afirmações.
A dúvida abre o coração e estimula o amor ao próximo, pois com muito mais facilidade conversaremos, teremos amigos e amigas. Humildade, disposição para o diálogo e determinação para aprender e educar para a liberdade deveriam ser nossa missão em relação a todos que se dispõem a ler e ouvir nossas visões éticas e culturais (atenção, estamos colocando nossas convicções...).
Pesquisar, ouvir e ver com certa malícia reportagens e notícias dão maturidade. É ingenuidade acreditar sem questionar e imaginar o que realmente move lideranças que em atos solenes, por exemplo, dizem que devemos salvar o mundo. Principalmente em manifestações de lideranças que dependem de aceitação pública é fácil perceber o radicalismo até de pessoas que se dizem a favor da liberdade, fraternidade e igualdade. Políticos, por exemplo, sabem que vencer campeonatos ou guerras redimem a popularidade perdida pela incompetência. Lideranças civis e militares em geral não são diferentes, a “lavagem cerebral” e apelos a sentimentos que Freud e Jung explicaram tão bem é rotina.
E nós?
Precisamos viver com muito cuidado, escolhendo caminhos e referências de valor. Nesses tempos de redes sociais, portais, internet, sistemas de comunicação instantânea e mais e mais excelentes escritores, sociólogos, filósofos, cineastas, psicólogos e especialistas em tudo que pudermos imaginar aprender é infinitamente mais fácil onde a liberdade existe, se compararmos a cenários de algumas décadas passadas.
Podemos e devemos construir nossos códigos de ética sim, sem ingenuamente aceitar passivamente padrões e modelos externos.


Receitas prontas – a História e os poderosos


O medo e o oportunismo sempre dirigiram preocupações éticas e morais. Em suas origens, pensadores tão fantásticos quanto os gregos lastreavam suas doutrinas na hipótese de uma vida futura melhor ou pior. No mínimo queriam apaziguar deuses inventados por eles atavicamente ligados a um antropomorfismo que sucedeu a sentimentos de pavor dos tempos selvagens, quando seres superiores habitavam campos, florestas e montanhas divertindo-se com as fragilidades humanas.
As religiões, corporações, partidos políticos etc. se caracterizam pela imposição de conjuntos de leis, comportamentos, rituais, sinais etc. como condição de qualificação. Perfeito, mas é inteligente, justo e necessário?
A Humanidade precisa rever radicalmente suas organizações que pretendem se caracterizar por códigos de ética e padrões morais.
Fantasticamente tive a oportunidade de conhecer, ler e procurar entender o livro (Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras) onde conheci o pesadelo de um filósofo submetido a teocracias, Baruch Spinoza, assim como o contorcionismo para se livrar da forca ou fogueira, mas alvo de conveniências dos poderosos que, felizmente, não venceram a coragem desse ser humano extraordinário. O livro citado é difícil, mas a introdução escrita por (Huberto Rohden) em linguagem acessível e trazendo uma interpretação introdutória ao livro é algo imperdível àqueles que procuram pesquisar as lógicas universais. Do texto de Spinoza gostamos de ver a lógica dos teoremas[9] e a definição do que seria Deus; a proposição XI onde estabelece vale o destaque: “Deus, isto é, uma substância constituída por uma infinidade de atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita, existe necessariamente”. “Deus é um ser absolutamente infinito, isto é, uma substância constituída por uma infinidade de atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita” (Definições). A coragem de imaginar, escrever e divulgar pensamentos dessa espécie fizeram de Spinoza um dos heróis do pensamento humano, um gigante, uma pessoa extremamente corajosa, seguindo exemplos de outros que destacamos talvez pelo maior deles, algo mostrado de forma magistral no filme (Giordano Bruno).
Coerência, não é fácil ser coerente.
Muitos livros e filmes mostram o lado oposto de lideranças famosas e a realidade pessoal de seres humanos em qualquer situação de poder, merecem ser lidos, vistos, ouvidos e discutidos: (Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo), (História da Vida Privada ), (O Cemitério de Praga), etc.
Com certeza muitas lógicas estimularam revoluções; apesar do viés ideológico os livros de Eric Hobsbawm são imperdíveis [ (Hobsbawm, A Era das Revoluções 1789-1848), (Hobsbawm, A Era do Capital 1848 - 1875), (Hobsbawm, Era dos Extremos), (Hobsbawm, Globalização, democracia e terrorismo)].
Em tempo, por quê a insistência na leitura de tantos livros?
No mundo de normas e academicismo o saber exige diplomas e carimbos corporativos. Para quem gosta e aprende sem cursos formais existe sempre a barreira do formalismo, inclusive da sempre repetida afirmação: isso o Dr. Fulano de tal já disse... Meu pai e o pai de meu pai são exemplos extraordinários do que a inteligência, determinação, coragem, empreendedorismo e vontade de aprender podem fazer, sem a necessidade de cursos formais.




Ética e coerência


Algo extremamente comum e desastroso é a falta de sintonia entre o comportamento real e os códigos de ética e a moral, juramentos, votos de todo tipo. Sem qualquer pudor as pessoas juram obedecer a determinados padrões morais e muitos códigos de ética nem sempre publicáveis para de imediato usar os seus votos de acordo com as piores conveniências pessoais.
A falta de coerência natural do ser humano obrigou inúmeras religiões a criar rituais complexos e punições terrenas a seus “fiéis”. Esse comportamento de um animal eventualmente racional é compreensível, afinal ele procura sobreviver, crescer e dominar.
Não devemos assumir a posição de juízes de um tribunal tão complexo quanto o da moral e virtudes humanas, mas devemos procurar padrões que nos deixem felizes e em paz com a nossa consciência.
Nesse sentido os livros sobre os ensinamentos dados por Michel ([org.], Foucault - a coragem da verdade - O Governo de Si e dos Outros II), ([org.], Foucault - a coragem da verdade)]são muito bons, pois esse filósofo procurou acima de tudo a verdade da existência, ainda que proponha a honestidade intelectual quase como um processo religioso. O resgate da escola Cínica e em especial de Diógenes Dion é um atrevimento sadio num mundo mais e mais alienado. Aliás, é interessante notar que nossa civilização migra da hipocrisia para o pragmatismo. Isso, contudo, tem um tremendo custo. A alternativa pode ser a proposta Luc Ferry em (Aprender a Viver - Filosofia para os novos tempos), principalmente se entendermos que seremos incapazes de mudar qualquer coisa, inclusive a nós mesmos.
A aceitação da desonestidade é quase uma virtude. Precisamos de honestidade e só com muita coragem e capacidade de eliminar gradativamente comportamento que denominamos de “corrupção” e submissão a interesses brutais de elites poderosas poderemos construir um mundo melhor e sustentável.
Os interesses em torno das lógicas radicais capitalistas e liberais (exploração sem limites do ser humano mais esperto pelo ser humano menos capaz) podem destruir a Humanidade, apesar de terem sido parte da evolução e criação de soluções.
Agora é hora de repensar tudo, se quisermos passar o século 21 com sucesso e evolução de todos os sobreviventes.
A ética Universal, algo que um dia talvez tenhamos consensualmente, não poderá ser submetida a contingências oportunistas. Poderemos ter padrões orais adequados a ambientes diferentes, mas a ética só pode ser única, à medida que vier a ser produto da razão subordinada a uma visão metafísica da Verdade.
É doloroso constatar que na política, comércio, no exercício da Engenharia, Medicina, Administração etc. encontramos pessoas dizendo isso e fazendo aquilo.
As contradições chegam a limites perigosos quando empresas, partidos e relações políticas, públicas e, ou privadas impõem (O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA?) códigos de ética explícitos ou discretos (até secretos) contrariando a crença comum geradora do que poderíamos qualificar como inegociável diante de leis maiores, tais como a Constituição Federal e estatutos aprovados universalmente.
Entre mafiosos de toda espécie códigos comportamentais, éticas criminosas estabelecem lealdades a qualquer custo.
A ONU/UNESCO aproveitando um período de excepcional “bondade” tem criado estatutos, leis e padrões de alto nível moral. São orientações de altíssimo nível ético, se entendermos o que se formou a partir de grandes e bons filósofos e profetas uma base moral realmente justa e necessária.
Ao contrário do esoterismo (ensinamentos secretos e de qualidade duvidosa) devemos e podemos louvar o exoterismo [10], algo que nasceu na esplendorosa Grécia dos tempos de seus grandes filósofos. A partir dessa aurora intelectual a Humanidade descobriu rumos e desenvolveu civilizações mais e mais avançadas, ainda que de forma sinuosa.
Governos sempre dependem de seres humanos. O poder se alterna entre lideranças notáveis pela excelência e outras que fizeram história por ausência ou inversão de valores. Maravilhosamente, contudo, quase milagrosamente, o “bem” venceu e chegamos aos tempos atuais apesar da força de ideologias tétricas e outras que, apesar de bem intencionadas, estavam completamente fora do alcance de seus militantes.
Não podemos esquecer a natureza do ser humano, algo que podemos compreender melhor com livros até simples como (Humano, Demasiado Humano), (Foucault, História da Loucura), (As Origens do Totalitarismo) e, para mim o mais impressionante, (La Commune de Paris racontée par les Parisiens ). A ferocidade humana não tem limites em certas circunstâncias...
Ética, moral, religiões, ideologias não podem ignorar a essência do “homo sapiens sapiens”.
Ela existe, a ética é uma orientação filosófica construída por seres humanos. Assim ganha detalhamentos em função de sua finalidade e construção. Qualquer formatação, contudo, deveria ser coerente com a maior, universal.
Entendendo-se a Ética como subproduto de um conhecimento superior da Verdade (Verdade) chegamos à conclusão que podemos ter códigos de ética complementares, nunca divergentes ao maior, algo que a Humanidade ainda não desenvolveu. Considerando, entretanto, a fragilidade do ser humano diante da imensidão e complexidade do Universo ficamos no dilema de onde se apoiar de forma eficaz, algo que Michel Foucault apontou em seus livros, aulas e trabalhos.


O essencial, o desafio das opções


Todo ser humano nasce, cresce, envelhece sob os efeitos de opiniões e vontades alheias a seus interesses. A infelicidade e muitas desgraças são a pura consequência de vidas desvirtuadas ao sabor dos interesses de quem pode afetar seus semelhantes.
A inveja, a competição permanente gera comportamentos e decisões normalmente excludentes e ajustadas aos nossos interesses.
Temos o direito de viver e da conquista da felicidade [O princípio da máxima felicidade – O utilitarismo (Sandel)] e obrigações que existem também para que isso seja possível.
A felicidade é um estado de espírito extremamente complexo e pode ser ilusório, pelo menos essa é a afirmação de uns sobre conceitos de outros, ou seja, não existe unanimidade.
Desde situações extremas e Michel Foucault (Foucault, História da Loucura) trata muito bem disso, algo que já em língua portuguesa encontramos no livro (Os grandes sonhos da Humanidade - Condutores de Povos, Sonhadores e Rebeldes) descrevendo sociedades ensandecidas e fanáticas, até a serenidade de grandes gênios de encontramos de Buda a inúmeros outros que deixaram registro de seus pensamentos, ensinamentos e exemplos, temos um imenso leque de opções.
Infelizmente a vida de qualquer cidadão segue um padrão de exigências que satura e quase impede maiores estudos.
O processo de aprendizado ganha, contudo, novos recursos (Cascaes, Ensino e literatura século 21) e o trabalho necessário e suficiente a uma vida digna pode ser equacionado de modo a se ter tempo para a família, o lazer, esporte e o estudo. Boas leituras serão sempre uma forma de lazer e aprendizado.
Assim é fundamental termos cautela ao escolher caminhos e figurinos, a vida passa...




[1] Ensino fundamental é o nome dado a uma das etapas da educação básica no Brasil. Tem duração de nove anos, sendo a matrícula obrigatória para todas as crianças com idade entre seis e 14 anos. A obrigatoriedade da matrícula nessa faixa etária implica a responsabilidade conjunta: dos pais ou responsáveis, pela matrícula dos filhos; do Estado pela garantia de vagas nas escolas públicas; da sociedade, por fazer valer a própria obrigatoriedade. Regulamentado por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996, sua origem remonta ao Ensino de Primeiro Grau, que promoveu a fusão dos antigos curso primário (com quatro a cinco anos de duração), e do curso ginasial, com quatro anos de duração, este último considerado, até 1971, ensino secundário. A duração obrigatória do Ensino Fundamental foi ampliada de oito para nove anos pelo Projeto de Lei nº 3.675/04, transformado na Lei Ordinária 11274/2006, passando a abranger a Classe de Alfabetização (fase anterior à 1ª série, com matrícula obrigatória aos seis anos) que, até então, não fazia parte do ciclo obrigatório (a alfabetização na rede pública e em parte da rede particular era realizada normalmente na 1ª série). Lei posterior (11.114/05) ainda deu prazo até 2010 para Estados e Municípios se adaptarem. No Brasil não existe um currículo padronizado para o ensino fundamental, mas a LDB de 1996 define que é obrigatório, no Ensino Fundamental, o ensino de Língua Portuguesa, Matemática, conhecimentos do mundo físico e natural, bem como da realidade social e política (especialmente a brasileira), Artes, Educação Física e Música (que pode ser trabalhada dentro das Artes).1
[2]Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabelecida no final do século XIX, com origem no Metaphysical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos.
Segundo essa doutrina metafísica, o sentido de uma ideia corresponde ao conjunto dos seus desdobramentos práticos.
O primeiro registro do termo pragmatismo ocorreu em 1898, tendo sido usado por William James. Este creditou a autoria do termo a Charles Sanders Peirce, que o teria criado no início dos anos 1870.
A partir de 1905 Peirce passou a usar o termo pragmaticismo para designar sua filosofia, rejeitando o nome original, pragmatismo, que estaria sendo usado por "jornais literários", de uma maneira que Peirce não aprovava. Wikipédia
[3] Nas palavras de William James: "O método pragmatista é, antes de tudo, um método de terminar discussões metafísicas que, de outro modo, seriam intermináveis. O mundo é um ou muitos? Livre ou fadado? Material ou espiritual? Essas noções podem ou não trazer bem para o mundo; e as disputas sobre elas são intermináveis. O método pragmático nesse caso é tentar interpretar cada noção identificando as suas respectivas consequências práticas (...). Se nenhuma diferença prática puder ser identificada, então as alternativas significam praticamente a mesma coisa, e a disputa é inútil. - Wikipédia
[4] Em Filosofia, o utilitarismo é uma doutrina ética que prescreve a ação (ou inação) de forma a optimizar o bem-estar do conjunto dos seres sencientes . O utilitarismo é então uma forma de consequencialismo, ou seja, ele avalia uma ação (ou regra) unicamente em função de suas consequências. Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase:
Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo).
Trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do egoísmo, insiste no fato de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o de uma única pessoa. Antes de quaisquer outros, foram Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) que sistematizaram o princípio da utilidade e conseguiram aplicá-lo a questões concretas – sistema políticolegislaçãojustiçapolítica econômica, liberdade sexual, emancipação feminina, etc. Em Economia, o utilitarismo pode ser entendido como um princípio ético no qual o que determina se uma decisão ou ação é correta, é o benefício intrínseco exercido à coletividade, ou seja, quanto maior o benefício, tanto melhor a decisão ou ação. Wikipédia
[5] Dogma é uma crença ou doutrina estabelecida de uma religiãoideologia ou qualquer tipo de organização, considerada um ponto fundamental e indiscutível de uma crença. O termo deriva do grego δόγμα, que significa "aquilo que aparenta; opinião ou crença" , por sua vez derivada do verbo δοκέω (dokeo) que significa "pensar, supor, imaginar". - Wikipédia
[6] Tabu é uma instituição de fundamento religioso que atribui caráter sagrado a determinados seres, objetos ou lugares, interditando qualquer contato com eles. Segundo Freud é a base da "Idolatria", política de políticos como Adolf Hitler e outros. Segundo Freud, a violação desse interdito provocaria um castigo divino uma "Maldição", uma "Herança Maldita" provocado pelos seguidores, que incidiria sobre o indivíduo culpado ou sobre todo o grupo social, donde segundo sua Ideologia licenciaria a prática do Terrorismo, aos seus "inimigos", a prática de uma antiga sociedade marxista denominada "Mão Negra" que caçavam os Nobres e os Clericais de 1848 em diante, não se sabe se essa sociedade clandestina ainda existe.
[7] Cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em outras palavras, são dispositivos que não podem ter alteração, nem mesmo por meio de emenda, tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas definidas.  Wikipédia
[8] Dentro da definição moderna, as primeiras universidades surgiram na Europa medieval, durante o renascimento do Século XII, a primeira delas foi a de Bolonha, no norte da Itália. Isso acontece no século XI, em 1088, quando o ensino da cidade se tornou livre e independente das escolas religiosas. A Universidade de Bolonha é assim considerada a mais antiga do Mundo e a primeira da História.
Numa definição mais abrangente, a Academia, fundada em 387 a.C. pelo filósofo grego Platão no bosque de Academos próximo a Atenas, pode ser entendida como a primeira universidade. Nela os estudantes aprendiam filosofiamatemática e ginástica. Não constituía, entretanto, realmente uma universidade, porquanto cada pensador fundava uma escola para repassar seus conhecimentos, não para debatê-los. Contudo só na Idade Média foi que as universidades ganharam corpo e foram estabelecidas pela Igreja Católica onde seus alunos aprendiam disciplinas relacionadas com a fé, como teologia, filosofia e idiomas.
As primeiras universidades da Europa foram fundadas na Itália e na França para o estudo de direitomedicina e teologia. Antes disso, instituições semelhantes existiam no mundo islâmico, sendo a mais famosa a do Cairo. Na Ásia, a instituição de ensino superior mais importante era a de Nalanda, em BiharÍndia, onde viveu no século II o filósofo budista  Nagarjuna. Wikip
[9] Em matemática, um teorema é uma afirmação que pode ser provada como verdadeira através de outras afirmações já demonstradas, como outros teoremas, juntamente com afirmações anteriormente aceitas, como axiomasProva é o processo de mostrar que um teorema está correto. O termo teorema foi introduzido porEuclides, em Elementos, para significar "afirmação que pode ser provada". Em grego, originalmente significava "espetáculo" ou "festa". Atualmente, é mais comum deixar o termo "teorema" apenas para certas afirmações que podem ser provadas e de grande "importância matemática", o que torna a definição um tanto subjetiva. Wikipédia.
[10] Esotérico versus Exotérico - Wikipédia
Existem duas espécies de conhecimento: esotérico e exotérico. O termo "exotérico" (antônimo de "esotérico", apesar de ter a mesma pronúncia) se refere ao ensinamento que nas escolas da Antiguidade grega era transmitido ao público sem restrições, por se tratar de ensinamento dialético, provável e verossímil. O conhecimento exotérico ou conhecimento do mundo exterior é aquele que percebemos através dos sentidos físicos.
Helena Blavatsky, que é considerada a criadora da moderna Teosofia, dizia que o termo "esotérico" refere-se o que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Aponta o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo ela, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".

Estado Laico – religiões – Tecnologia - interesses particulares


A Ética é a lógica da Moral que por sua vez está subordinada a preocupações metafísicas ou seculares, de modo geral a essas duas bases. Normalmente, na vida comum, a uma mistura dessas duas diretrizes. Uma pessoa normal sente que precisa equilibrar convicções, ainda que intuitivamente.
Ao longo da História a sociedade humana, gregária ou não, submeteu-se a partir do momento em que percebeu desde a necessidade de crenças comuns a padrões morais, fortalecidos pelo medo a tudo o que não entendia ou simplesmente na admiração de cenários tão lindos que a inspiravam a crer em Deus.
Podemos imaginar a sensação de qualquer troglodita[1] no limiar da inteligência vemos o firmamento em noites limpas, o mar infinito, plantas e animais de que podia se aproximar. Esses seres humanos tinham habilidades sensoriais aguçadas, como enxergavam a Natureza?
O “homo sapiens sapiens” transformou-se, evoluiu. De predador e coletor virou sedentário, agricultor, construtor. Organizado em comunidades gerou teorias e práticas religiosas.
De forma oportunista muitas crenças se estruturaram de maneira antropomórfica (atribuindo a divindades e similares qualidades humanas), ou simplesmente assim porque não havia como exigir maiores abstrações. Essa é uma condição onipresente na sociedade atual onde a maioria das pessoas não tem tempo, não pode ou não quer pensar e estudar. É infinitamente mais simples racionalizar a gosto de nossos medos e instintos, assim livramo-nos de dúvidas que incomodam e sem essa carga intelectual cuidar melhor de nossos desejos mais agradáveis.
É surpreendente, paradoxal ver de que forma as pessoas aceitam tacitamente “filosofias” e seus efeitos tão rapidamente, mesmo quando diferem drasticamente de décadas de crenças aparentemente consolidadas. Ao aceitarem o ingresso em alguma sociedade com base filosófica renegam parte ou tudo o que diziam acreditar sem ao menos estudar direito o que o novo ambiente propõe. Ou seja, ou o ser humano é incrivelmente volúvel e superficial ou nesses ambientes terá descoberto por milagre uma coleção de “revelações” revolucionárias e que aceitou com entusiasmo.
Povos inteiros mudaram de religião por vontade de reis e guerreiros poderosos, será que a Humanidade agora é melhor, mais inteligente e capaz de sustentar fé e convicções sem modismos e imposições?
Surpreendentemente estamos, além disso, sob o império da mídia e do marqueting, em muitos lugares subjugados pela força, simplesmente (Princesa). A intolerância é algo assustador, a sutileza da manipulação dos meios de comunicação, contudo, infinitamente mais perigosa se aprofundarmos análises dos piores exemplos de violência cultural do século 20, quando a mídia comercial atingiu um nível de capilaridade e organização dominantes.
O racismo e sentimentos tribais fortíssimos ainda existentes na Europa e Ásia, por exemplo, são assustadores. Inacreditavelmente mesmo após todo o sofrimento causado pela Segunda Guerra Mundial guerras o ódio tribal é fortíssimo. Vimos isso nitidamente em diversas ocasiões e de pessoas que nos pareciam evoluídas. O que acontece na Iugoslávia é antológico, terrivelmente sintomático de nossas limitações intelectuais e comportamentais, por quê?
Essa é a realidade.
Ela existe entre nós, dentro de nossos cérebros talvez por efeito de arquivos genéticos.
A importância da separação do Estado, a defesa do Estado laico é essencial à liberdade de pensamento e opinião, assim como poder adotar padrões éticos que acreditamos.
O destaque do século 21 será a ampliação exponencial dos recursos tecnológicos para comunicação, processamento de dados, utilização de processos computacionais de análise e assim a ampliação da vida inteligente, em todos os sentidos. O aproveitamento desse paraíso técnico será também proporcional ao descolamento de atavismos. Inovações mexem fundo nos preconceitos. Devemos “preparar” nossas crenças para o futuro, principalmente os jovens que terão a oportunidade de viver neste cenário se nenhum cataclismo universal interromper esse desenvolvimento.
É sempre importante lembrar que os cataclismos[2] são efeitos rotineiros em nosso planeta, e de modo algum raros, tanto aqueles causados pelas nossas eternas guerras quanto pelo mau humor da Terra (Cataclismos - visões e histórias).
O fundamental para enfrentar essas situações é estarmos preparados para sobreviver. Fragilidades pessoais e familiares serão fatais. A história da Humanidade é o relato de cenários para os descendentes daqueles que enfrentaram tudo e venceram: nós.

O casamento e o relacionamento amoroso


O relacionamento sexual comprimido por leis, decretos, normas técnicas etc. é algo que gera taras e neuroses. O ser humano já carrega dentro de si instintos gregários que lhe impõem algumas normas de conduta, não tão severas quanto aquelas que recebemos de nossos ancestrais.
O casamento formal no ambiente de Estado é uma tentativa canhestra de imitação das uniões religiosas. É até cômico ver e ouvir Juízes de Paz dando sermões e criando encenações.
As cerimônias de casamento estão deixando de ser o que deveriam ser para se transformarem em espetáculos de mau gosto, entre muitas coisas transformando os convidados em “extras” de filmes sobre cerimônias luxuosas e simplórias.
No Brasil, um país gigantesco, multicultural e sem unidade além da língua e algumas coisas mais (?) a imposição de cerimônias e contratos é algo até ridículo, não deixando de ser natural o desprezo por leis feitas em ambientes distantes do povo.
A maior liberdade e a acessibilidade a sistemas de informação e lazer facilitam a dispersão de conceitos e certezas. A insistência em padrões do milênio passado vai se tornando ineficaz. Nossa sociedade emergente mergulha na frivolidade e em teatrinhos do ridículo (GIKOVATE).
É gratificante descobrir em um bom livro (Justiça) uma rápida, mas substancial análise com o título “CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO” (pgs. 314 a 321) e lembrar os conflitos entre profissionais religiosos e o esforço de se criar estados laicos por excelência.
No livro Justiça (citado) encontramos uma excelente análise sobre a importância do liberalismo moral e institucional, a autonomia dos cidadãos assim como seus direitos e deveres, tendo como cenário básico a situação da Justiça e o comportamento dos juristas dos EUA, excelente, mais ainda quando sentimos o Brasil derivando para ideologias totalitárias.
Acima de tudo é essencial a luta pela liberdade sem hipocrisias e atavismos, o casamento formal é um deles.
Nada mais lógico do que deixar a união cheia de juras eternas para as religiões, cada uma delas com seus contratos implícitos.
O Estado precisa se concentrar no que lhe é devido, ou seja, a proteção das crianças, aí sim, exigindo compromissos formais e severos daqueles que querem “casar de papel passado”.
Ou seja, temos aí um belo desafio de semântica e legal, como reinventar o casamento laico?
O que vemos, sabemos e sentimos é que nada resiste a vontades que mudam.
Pode-se fazer cerimônias fantásticas (a Casa Real Inglesa é especialista nisso) que o que parecia eterno dura pouco se faltar um conjunto de qualidades e condições de manutenção.  Até entre famílias altamente comprometidas com as lógicas mais solenes o casamento fracassa quando exposto a situações estranhas e simplesmente segue os ditames de glândulas e tentações eventualmente irresistíveis.
Naturalmente existem questões administrativas e de Direito que se avolumam quando duas ou mais pessoas resolvem coabitar. Isso pode ser resumido e contratado, proposto e acordado entre as partes no mundo laico, assim como os efeitos de instituições, leis e decretos estatais.
Nos templos o relacionamento ganha outros formatos, mas o que se faz lá deve permanecer no tribunal etéreo. As punições são tão severas após a morte que devem ser suficientes aos infratores crentes.
A hipocrisia é um câncer político e social.
Ao longo da história da Humanidade ela foi estimulada, pois era a base de dominação de classes mais “espertas”.
Devemos e podemos agora encarar a vida tal como ela é num Universo complexo e desafiador. Aos poucos os seres humanos mais estudiosos devem estar percebendo a nossa incapacidade de fazer afirmações morais a partir da vontade de seres que não somos capazes de entender.
Aqui a vida é suficientemente desafiadora para lhe acrescentarmos firulas em papel timbrado.
Sendo realistas, vamos rever cerimônias e rituais antigos e já distantes de suas motivações?
Com certeza o futuro do comportamento humano dependerá demais da evolução de sua inteligência, capacidade de raciocinar e ter coragem para assumir riscos, assim como dos mais antigos instintos. Os impulsos sexuais e o afeto decorrente de combinações sexuais possíveis é algo de extremo valor na sociedade humana. Por efeito de sua capacidade de evoluir intelectualmente o relacionamento humano está longe de se estabilizar.
O desafio, contudo, será sempre vencer convenções e preconceitos assim como ponderar de forma correta a importância de juras de amor eterno.
O impulso sexual, além de ser extremamente poderoso e onipresente, gera filhos e filhas. As crianças não escolhem seus pais, eles são o produto deles. Isso exige um padrão de responsabilidade absoluto.
Não há necessidade de festas, documentos, rituais, cerimônias religiosas e outras. Os pais simplesmente devem a obrigação de cuidar de seus filhos.
A paternidade e a maternidade afetam profundamente a vida dos casais.
A ciência moderna oferece inúmeras formas de prevenção da gravidez. Não existe desculpa em sociedades desenvolvidas para a irresponsabilidade.
O casamento dispensa festas e fantasiosas,  gerando descendentes impõe maior atenção aos filhos e filhas. E os produtos dessas uniões não são brinquedos, troféus ou certificados de aposentadorias.
Qualquer pai ou mãe deveria passar por exames infinitamente mais rigorosos do que os aplicados a quem pretende dirigir.
A imaturidade e o mau-caratismo dominando jovens geram os desastres sociais que frequentemente conduzem os futuros jovens à delinquência e à inutilidade.
O Casamento é absolutamente desnecessário dentro de padrões formais, mas é essencial à dignidade humana em relação a seus efeitos.
Ignorar a importância do que se tem ao se tornar pai ou mãe é ato de extrema insanidade ou maldade.
Não existe desculpa ou frase que redima a preguiça, a alienação, o desprezo dos geradores de crianças.
O casamento, portanto, não é um ato religioso, laico, filosófico, é antes de mais nada o compromisso de levar com o máximo de seriedade o que produzir a partir do ato sexual: os filhos e filhas.






Ética da Sustentabilidade


Hipóteses


1       – A Humanidade agrava a probabilidade de sobrevivência à medida que cresce sua população.
2       – A interdependência dos povos fragiliza a sobrevivência de todos.
3       – A repetição de tragédias de origens cósmicas é uma possibilidade concreta e não muito rara.
4       – A vida moderna deseduca as pessoas à sobrevivência natural.
5       – Sobreviver em situações extremas é competir e saber viver em condições extremas.
6       – A inteligência é essencial à sobrevivência.

Tese


Devemos educar e preparar a nós, nossos descendentes e comunidades a saberem sobreviver em condições extremas.

Ponderações


O poder de destruição, de suicídio coletivo cresce constantemente. Atingiu o ápice durante a Guerra Fria, mas reaparece entre grandes nações, principalmente as mais populosas. Pode-se imaginar que seus líderes queiram argumentos para permanecer no poder simplesmente, algo quase onipresente entre aqueles que ocupam altos cargos. Essa fragilidade humana ainda não suficientemente avaliada e não se criou antídotos contra isso é uma realidade inaceitável quando precisamos de pessoas lúcidas, bem preparadas e competentes nos maiores cargos executivos em todos os segmentos da sociedade humana. Ou seja, diante da utopia “transformar e atingir níveis elevados de raciocínio e eficácia” devemos ser pessimistas e trabalhar na grande probabilidade do que de pior possa acontecer.
Estamos em risco permanente de sobrevivência, pois os nossos líderes não medem esforços para simplesmente se manterem no Poder, seja ele qual for, e criarem dinastias sem consideração pela qualidade de seus favoritos, refazem dinastias discretas num planeta que dá inúmeros sinais de saturação com a presença humana.
Com certeza a Terra (planeta) tem em sua superfície o que puder existir, ela estará por aí ainda alguns milhões ou anos. Nesse sentido é bom lembrar as dimensões de nosso planeta: diâmetro de 12,76 mil quilômetros e 510 milhões de quilômetros quadrados de superfície.
Precisamos, portanto, mais do que qualquer ferramenta, ideologias e religiões criar um padrão universal de valorização da sobrevivência que pode ser materializado por um conjunto de princípios comportamentais norteadoras de padrões morais que, acima de tudo, protejam o ser humano em qualquer lugar desse planeta.
A manutenção e a operação de instalações essenciais assim como muitas atividades tais como a do cirurgião ou a do piloto de avião ensinam que devemos ser realistas, essencialmente objetivos, eficazes, pois qualquer erro poderá ser fatal.
Podemos desenvolver teorias e acreditar nelas, mas o desafio concreto é sobreviver, existir, superar desafios.
A avaliação da ética e da moral por um engenheiro de manutenção de instalações essenciais e de alto risco provavelmente tenderá a ser pragmática. Esse é o nosso caso e assim propomos desenvolver um código de existência desligado de hipóteses de vida e se prenda ao que podemos ver e sentir, tocar, cheirar, degustar para poder sobreviver.
A importância da sobrevivência para quem está vivo é tão grande que criamos fantasias para acreditar em eternidades, não aceitamos a finitude da nossa existência. A vida pode ter limites, o sentimento de existir não. O tempo é relativo, é uma grandeza entre cenários diferentes. Ao final da vida, quando o coração para, o cérebro continua existindo por um tempo sem referências. Esses segundos ou minutos serão percebidos como algo eterno. É um tempo infinitamente maior que o anterior, quando o coração definia um ritmo, o relógio marcava segundos e horas.
Com certeza e deforma extremamente natural a eternidade existe, pelo menos nessas condições.
Pessoalmente tivemos experiências incríveis, cujo relato seria abusivo nesse livro. O que podemos concluir é que entre o máximo, a crença em Deus e em todos os seus efeitos e a existência nossa pode e provavelmente existe um espaço possível de outras formas de ação, integração e reação ao Universo.
Nada será sobrenatural, o que falta, talvez nalgum dia seja possível, é descobrir, medir, quantificar o que não sabemos e descobriremos.
A arrogância é querer inventar Deus e a partir daí desenvolver um relacionamento hipócrita, cheio de rituais e declarações de amor e temor.
Precisamos, isso sim, saber viver e nada mais importante que a satisfação de nossa própria consciência em suas melhores mensagens. Obviamente somos o resultado de uma sequência infinita de fatores e parâmetros, variáveis e equações que nos produziram.
O que não se deve esquecer é a fragilidade da Humanidade. Ela dependerá mais e mais da inteligência e da racionalidade, tudo aliado a um senso crescente de fraternidade e liberdade, pois, viver sem liberdade é possível?

Conclusões


1 – A fragilidade da Humanidade cresce continuamente.
2 – A ciência pode acelerar o desenvolvimento da inteligência.

Recomendações


1 – Ter planos educacionais dedicados à sobrevivência em condições extremas.
2 – Estudar, aprender a dominar sentimentos e o medo.



Justiça


Hipóteses


O ser humano é o produto de uma série de causas, fatores, acidentes e incidentes alheios à sua vontade.
O livre arbítrio não existe
Ninguém age com plena consciência, absoluta liberdade e total determinação, esses três fatores precisam existir para que se possa admitir o que a Igreja Católica denomina como “pecado grave” e é a base de avaliação de qualquer cidadão em casos extremos.
A vida em comunidade exige a submissão a leis e regras de coexistência.
A qualidade da convivência depende do respeito ao direito do “próximo”

Tese

O que se entende por Justiça e Poder Judiciário é essencial à vida em sociedade e o valor da Democracia depende da qualidade dos magistrados e todos que atuam nessa instituição.

Ponderações

Quando tratamos de ética e moral entramos no mérito da Justiça.
Afinal, que sentido faz a palavra Justiça[3] que nos remete a um julgamento superior? Sem o apelo teológico[4] e atendo-se ao teleológico[5], o que devemos fazer e esperar em torno do que podemos pensar em torno da Justiça?
O que é? Baseia-se em algo que não conhecemos, não entendemos, que escapa completamente à nossa inteligência?
Conhecemos muitos profissionais do Poder Judiciário, pessoas eruditas, inteligentes, capazes de discorrer interminavelmente sobre suas profissões. E o que sentimos? Se existe uma regra de ouro é a avaliação de resultados. O que se mostra ineficaz ou aquém do que deveria atingir demonstra fragilidades e deficiências graves. Infelizmente, sempre lembrando o que vemos e ouvimos, temos a impressão de que sofismam, falam lastreados em teses ineficazes, vivem em um mundo muito diferente do real, o que não é difícil de entender, afinal conquistam salários e privilégios que deseducam, alienam, deixam essa gente longe da realidade.
Querem aplicar leis e na prática geram convicções legais na forma de uma jurisprudência comodista. Talvez Michel Foucault seja o mais perspicaz crítico em evidência e seus livros detonam o conceito de Justiça. Vigiar e Punir, História da Loucura< Força da Verdade?
Uma imagem vale por inúmeras palavras, no centro da cidade de Cuiabá duas estátuas, monumento à Justiça, dizem tudo e, abusando do que é de domínio público, coloco a seguir:
Cuiabá - Justiça - escultor Jonas Corrêa, - falta de compromisso com as crianças, e o desrespeito às minorias.
O resultado dessa limitação é a diversidade de justiças e a extrema violência de sua aplicação contra pessoas incapazes de se defenderem de forma justa e equitativa às poderosas, além, infelizmente, do fanatismo e outros ismos letais. Pior ainda, a famosa Justiça mercantilizada é instrumento de opressão, de diferenças e elitização da sociedade.
No Brasil os processos contra políticos e seus patrocinadores mostram que o espírito do império, da aristocracia e das diferenças de classes sociais comanda a maior Corte de Justiça (o nome Corte diz tudo). O corporativismo dos eleitos e escolhidos é dominante gerando em todos os brasileiros o sentimento de fragilidade e até de desprezo pelo Poder Judiciário, sempre extremamente competente na defesa daqueles que, apesar de todas as evidências, são criminosos da pior espécie, pois flagelam a população inteira com seus atos de corrupção, desídia[6], omissão explícita, cumplicidade etc.
Conhecemos muitos que figuram no rol da fama política, conhecemos demais, infelizmente.
Com todas as objeções possíveis, contudo, o Poder Judiciário e o aparato assessório à Justiça são essenciais à democracia. Com certeza poderemos e devemos medir a evolução do Brasil e de qualquer outro país pela qualidade do seus corpo funcional liga à Justiça.
Um livro mostra, por exemplo, o nível de discussão entre juízes dos EUA, onde a submissão à lei e sua aplicação coerente merece destaque (Justiça) e o estudo da evolução da história da Humanidade demonstra que, apesar de suas imperfeições, estamos saindo dos horrores das lógicas judiciárias teológicas, racistas, xenófobas.
Precisamos, apesar de tudo, não nos acomodarmos. Devemos evoluir, principalmente no Brasil.
A aplicação das leis existentes, inúmeras delas mal feitas e quando boas de modo geral mal operacionalizadas, é condição sanitária de existência. Ou seja, precisamos de leis tão flácidas quanto possível (longe vá a ditadura) e tão precisas e eficazes quanto necessário para se evitar a dominação dos piores sobre nossa sociedade.
O excesso de leis, padrões, normas, regulamentos, decretos, portarias etc. cria um cenário excelente para o achaque e o tráfico de influência. A sociedade precisa aprender a viver com um mínimo de leis, pois é mais do que evidente que a maioria das pessoas é incapaz de se conter diante das facilidades do Poder.
É público e notório que o cidadão honesto ainda é considerado “caxias”, burro, ingênuo. O que poucos percebem é que os poderosos de hoje poderão ser os miseráveis de amanhã, se não eles, seus descendentes, pois a volúpia do poder degrada, seja ele político, monetário, religioso, etc.
Pior ainda é a perda de acuidade intelectual com o envelhecimento. Como não existe exame anti-senilidade e loucura no acesso a cargos de maior destaque na organização política e social estaremos sempre sujeitos a arbitrariedades inimagináveis.
O fundamental é a educação, a disciplina, acima de tudo a capacidade de se disciplinar.
A Justiça só é sensata quando praticada e aplicada por seres humanos capazes de se governar. A força que seus profissionais adquirem é imensa e é assustador imaginar essa potência nas mãos de pessoas incapazes de se limitarem ao que aprendem nos bancos escolares e de suas universidades.
O senso de responsabilidade e disciplina é essencial a magistrados.
Nada mais gratificante sentir que alguns juízes e promotores se esmeram no fiel cumprimento do que dizem aplicar. A cegueira da justiça é relativa, a capacidade de segurar a balança equilibrando bem os seus pratos é uma arte inestimável.
Precisamos voltar a respeitar nossos juízes e promotores.
E nós da planície?
A liberdade sem responsabilidades sociais é extremamente perigosa, algo que podemos perceber na aplicação de leis que delimitam essa condição, como, por exemplo, aquelas que regem direitos das minorias e os famosos estatutos no Brasil [ (LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - ECA), ( Estatuto do Idoso), (Estatuto do Índio - LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973.) etc.], sempre criando situações complexas e não resolvendo os problemas centrais de dar dignidade aos grupos protegidos, pois acima de tudo é essencial que exista determinação e aceitação popular (das maiorias).
A fragilidade do ser humano e seus instintos e vícios comprometem a qualidade da Instituição mais nobre das repúblicas: o Poder Judiciário.
Com todos os defeitos possíveis poderemos medir a evolução de nossa sociedade na qualidade da Justiça, pois sendo eficaz fará valer a legislação existente, que, sendo ruim, mostrará seus defeitos na radicalização de sua aplicação, estimulando, portanto, o aprimoramento de tudo, especialmente dos poderes legislativos e executivos.
Teremos chegado ao ponto ideal quando qualquer cidadão ou cidadã recorrer de imediato à Justiça, sem necessidade da contratação de profissionais intermediários, ao se sentir vítima de alguma agressão, logro, ato delituoso ou criminoso. Para ações intermediárias deveremos contar com sistemas policiais livres de suspeitas e a “economia” do crime, como diria Foucault será razoável, necessária e suficiente.
Esse é um desafio mundial que no Brasil parece muito distante.
Algo desalentador é sentir que famílias se apoderam de nossas instituições, e nelas a decadência é até natural.
A sociedade humana precisa de revoluções. Hannah Arendt em seu livro (Arendt, Sobre a Revolução) analisa a degradação comportamental das nações e a importância de atos revolucionários radicais, algo que percebemos com clareza na História da maioria das grandes nações modernas.
A violência assusta, como meu pai dizia, “sabemos como as revoluções e as guerras começam, ninguém pode prever como terminarão”.
Dentro da dinâmica do mundo moderno as revoluções podem ter outros formatos.
Governos balançam quando o povo vai às ruas, e também reagem, sendo “revolucionários” experientes logo organizam a repressão que será tão mais competente quanto melhor for a equipe policial de plantão. O marqueting é a grande ferramenta de dissuasão e perversão do mundo moderno, mas também pode ser bem usado pelas minorias.
O Poder Judiciário é a expressão dos poderes dominantes.
A renovação de profissionais, contudo, pode introduzir novos comportamentos e juízos, mais ainda diante da aceleração de recursos que a indústria e a Tecnologia oferecem, sejam quais forem as intenções dos empreendedores.
Teremos transformações inimagináveis.
O Poder Judiciário poderá se aprimorar com as novidades como também podermos ter a matemática das punições ajustada para atender as elites.

Conclusões


A Justiça em países menos desenvolvidos é instrumento de defesa dos poderosos.
O povo brasileiro precisa evoluir muito para declarar–se idôneo.
As injustiças sociais se cristalizam em ideologias inadequadas aos nossos tempos.

Educar para o século 21


Introdução


Somos extremamente importantes para nós e o significado de nossa existência é tanto maior quanto mais existimos em torno do ambiente coletivo que nos afeta. Existir é ter consciência de ser e estar, logo nada faz sentido ao que não existe. Em relação ao Universo somos absolutamente insignificantes. Os paradoxos em torno da vida e da consciência, maiores se entrarmos a fundo no funcionamento do corpo, cérebro etc. dão a impressão de uma mecanicidade que pode incomodar. Essa situação não é aceita pelos seres humanos em geral, por isso inventaram Deus antropomórfico e cheio de relacionamentos com a Humanidade.
A visão dos filósofos, educadores e lideranças de toda espécie sempre teve na vaidade do ser humano e em suas ambições a orientação para a construção de modelos morais e filosóficos.
Somos desde cedo convencidos a acreditar nisso ou naquilo.
O desafio maior é viver e crescer conscientes de nossa insignificância relativa ao Cosmos ou, ao contrário, acreditar que somos parte de um imenso e desconhecido projeto, que intuímos, mas nunca poderemos ter certeza de existir.
O mínimo que podemos usar e é muito é a satisfação de nossos instintos de forma adequada. Adequada? Sim, pois vivendo em comunidades precisamos ajustar nossas atitudes, pelo menos, ao necessário e suficiente ao que pretendemos ser e conquistar. Nossos instintos são parte de nossa natureza, graças a eles existimos e sobrevivemos desde que a vida surgiu em algum formato humanoide.
Aceitar e saber usufruir aspectos gratificantes e apaixonantes de nossa formatação é ser inteligente, sábio e eficaz. Contrariar e rejeitar nossos impulsos sexuais, por exemplo, tem sido a chave de dominação religiosa, capaz de tantas perversões e maldades em nosso meio universal. Todo ser vivo pensante é objeto de dominação por parte de seus semelhantes, apenas semelhantes. O império dos mais fortes é fruto de manipulações que vão muito além da força bruta.
Devemos, portanto, estar atentos às crenças metafísicas e até sociais, espaço natural de ação dos pregadores religiosos e políticos. Em última instância são pessoas que procuram impor suas vontades. A liberdade não tem preço e nela encontramos espaço para satisfação de impulsos fortes e, se usufruídos com dignidade, algo de extremo valor para a nossa saúde mental e física. Nisso a criação de leis e a atuação do poder judiciário merece nossa atenção permanente, pois é uma das formas de imposição de critérios primários e odiosos ao ser humano consensados em gabinetes e parlamentos distantes.
Para educar todos somos agentes e entre nós existem os profissionais, os mestres, professores, a responsabilidade deles é gigantesca.
O educador deve ter em mente isso e sua atitude é função (muito) da situação de dependência em que se encontra. Quem paga decide. O empregador determina a professores e “colaboradores” o que ensinar.
A subordinação geral da Humanidade precisa ser denunciada, analisada, dissecada e todo ser inteligente e que pretenda agir de forma racional deve estudar e desenvolver seu senso crítico. Isso é bom? Com certeza a maior fome de qualquer ser humano inteligente é a compreensão do que ele é, de sua existência e vontades.
Aceitando o mínimo torna-se fácil ganhar mais. O contrário é perigoso. Depressões, infelicidades existem porque muita gente quer mais do que pode ter, e o contrário também é verdade, o excesso de humildade, a aceitação da impotência leva a desperdícios de oportunidades, frustrações, humilhações, tristezas.
Devemos educar para a luta, para vencer.
O cérebro humano é um tremendo potencial que usamos mal. Muitas espécies de inteligências e infinitas habilidades podem ser desenvolvidas, desde que tenhamos disposição para trabalhar e desenvolver nossas habilidades. É importante, contudo, ser realista, honesto intelectualmente diante do espelho, saber de nossas maiores habilidades e fraquezas.
O sucesso é o resultado da compensação de deficiências, de saber superá-las.
Nada pior do que submeter-se tacitamente a limitações naturais, culturais etc.
Nesse sentido a Ciência promete “milagres”. As novas gerações vão viver muito se cuidarem de suas saúdes (física, mental, filosófica). Para elas o mundo será muito maior. E talvez mais pesado, triste, pois viverão em monstrópoles, cidades que se transformam em selvas de pedra e aço, desfiladeiros com veículos poluidores e perigosos além de núcleos de violência humana.
A Natureza ensina que no mundo dos seres vivos encontramos muitos reis e ditadores. Desde vírus potentíssimos a grandes mamíferos, predadores e animais tão organizados quanto as formigas e as abelhas, todos se impõem em seus espaços. O ser humano não é único nessa luta pela sobrevivência.
Qual é o nosso espaço? Que mundo cada um possui e em que aquário poderá crescer?
Nascemos e aceitamos comandos ou queremos liderar, mandar, decidir, ter a melhor parte de qualquer caça.
Temos na cabeça um sistema operacional e programas residentes, sub programas que decidem muito do que somos. Alguns podem ser corrigidos, aprimorados, outros não.
É interessante observar a lógica de antropólogos que defendem a preservação de culturas antigas; eles não acreditam na evolução? Na visão deles a cultura é estática ou existem pessoas inferiores, incorrigíveis?
A realidade é que todos nós podemos evoluir muito, e poderemos muito mais graças aos sistemas de comunicação, processamento de dados, substância químicas, estruturas de educação e ensino etc. que estão se aprimorando nos países mais inteligentes.
É curioso observar a realimentação positiva, a aceleração constante que sociedades humanas conquistam quando conseguem se desligar de atavismos.
Os países orientais estão demonstrando como a inteligência humana faz milagres. E deixam para trás, curiosidades para turistas e antropólogos, os países mais conservadores.
Precisamos educar aqueles que amamos para serem felizes sem que esta felicidade dependa da alienação, mas do aprimoramento de suas potencialidades.
Vencer é bom, gostoso, dá dignidade e prazer.







[1] Troglodita é um nome masculino que designa um homem, uma colectividade ou animais que habitam uma caverna ou uma habitação cavada numa rocha ou que se apoia sobre falhas ou grutas naturais nas falésias. A origem deste nome remonta ao Antigo Egipto onde havia o povo dos Trogloditas, que vivia instalado em rochedos próximo do Mar Vermelho. Wikipédia

[2] Cataclismo (grafado ocasionalmente como cataclisma) (do grego κατακλυσμός - kataklusmós, água, inundar, fazer desaparecer por inundação) é uma tragédia ambiental de caráter generalizado, como o Grande Terremoto do Leste do Japão ocorrido em março de 2011. São desastres repentinos, praticamente imprevisíveis e de impossivel prevenção, sendo a única maneira de salvar vidas a evacuação do local. Também tem como característica um alto número de fatalidades e grande prejuízo econômico para o local, sendo necessário anos, décadas em certos casos, para a recuperação total das estruturas locais. Wikipédia
[3] Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social1 . Trata-se de um conceito presente no estudo do Direito, Filosofia, Ética, Moral e Religião. Suas concepções e aplicações práticas variam de acordo com o contexto social e sua perspectiva interpretativa, sendo comumente alvo de controvérsias entre pensadores e estudiosos.
Em um sentido mais amplo pode ser considerado como um termo abstracto que designa o respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou reposição do seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação através dos tribunais, através do Poder Judiciário.
Em Roma, a Justiça era representada por uma estátua, com olhos vendados, visa seus valores máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre os cidadãos. Wikipédia
[4] Teologia (do grego θεóς, transl. theos = "divindade" + λóγος, logos = "palavra", por extensão, "estudo, análise, consideração, discurso sobre alguma coisa ou algo"), no sentido literal, é o estudo racional e sistemático acerca da divindade (sua essênciaexistência e atributos). Pode também referir-se a uma doutrina ou sistema particular de crenças religiosas - tal como a teologia judaica, a teologia cristã, a teologia islâmica e assim por diante. A origem do termo nos remete à Hélade - a Grécia Antiga. O termo "teologia" aparece em Platão, mas o conceito já existia nos pré-socráticos. Platão o aplica aos mitos interpretando-os à luz crítica da filosofia considerando seu valor para a educação política. Nessa passagem do mito ao logos, trata-se de descobrir a verdade oculta nos mitos. Aristóteles, por sua vez, chama de "teólogos" os criadores dos mitos (HesíodoHomero, poetas que narraram os feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas virtudes e também seus vícios e erros), e de "teologia" o estudo metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia primeira", a mais elevada de todas as ciências). A incorporação do termo "teologia" pelo cristianismo teve lugar na Idade Média, entre os séculos IV e V, com o significado de conhecimento e saber cristão acerca de Deus. De acordo com a definição hegeliana, a teologia é o estudo das manifestações sociais de grupos em relação às divindades. Como toda área do conhecimento, possui então objetos de estudo definidos. Como não é possível estudar Deus diretamente, pois somente se pode estudar aquilo que se pode observar e se torna atual, o objeto da teologia seriam as representações sociais do divino nas diferentes culturas. Assim, a teologia pode referir-se a várias religiões. Existem, portanto, a teologia hindu, a teologia judaica, a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia cristã(incluindo a teologia católica-romana, a teologia protestante, a teologia mórmon e outras), a teologia umbandista e outras. Wikipédia
[5] teleologia (do grego τέλος, finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens se colocam em suas ações, em seu sentido filosófico, teleologia refere-se ao estudo das finalidades do universo e, por isso, a teleologia é inseparável da teologia (a afirmação de que um ser superior, Deus, realiza seus propósitos no universo). Suas origens remontam aos mitos e à religião, com sua noção de que todo acontecimento e todas as coisas são causadas pela vontade de alguma entidade sobrenatural (deuses, Deus, espíritos). Platão e Aristóteles elaboraram essa noção do ponto de vista filosófico. Wikipédia
[6] Significado de Desídia
s.f. Tendência para se esquivar de qualquer esforço físico e moral.
Ausência de atenção ou cuidado; negligência.
Parte da culpa que se fundamenta no desleixo do desenvolvimento de uma determinada função.
(Etm. do latim: desidia) -
http://www.dicio.com.br/desidia/

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