segunda-feira, 30 de junho de 2014

Terceira Parte - Ideologias a Ética e Moral, afinal, o que é isso?

Ideologias


A visão idealista criou ideologias[1] e uma coleção interminável de derivativos. A visão idealista da vida é um dos efeitos das religiões, sempre induzindo as pessoas a acreditarem em seres superiores e verdades transcendentais.
Os séculos 19 e 20 serviram de campo de conflitos entre teóricos e militantes de propostas de organização social que mergulharam a Humanidade em muitas guerras colossais.
A negação do conhecimento pleno, contudo, ajuda no desprezo pelos figurinos, e isso é extremamente importante.
Não existe ainda outra proposta melhor do que a da defesa da liberdade, a da igualdade de oportunidades e a preocupação com a fraternidade entre os povos.
Podemos considerar valores comportamentais como essenciais ao aprimoramento da vida humana, talvez entre elas a valorização da sinceridade, da verdade, da preparação das pessoas para ouvirem e falarem a verdade.
Michel Foucault ([org.], Foucault - a coragem da verdade) desenvolve com profundidade o tema “a força da verdade” e resgata a Escola Cínica[2] talvez querendo valorizar o imperativo categórico de Kant:
(fonte Wikipédia) Imperativo categórico é um dos principais conceitos da filosofia de Immanuel Kant. Sua ética tem como conceito esse sistema. Para o filósofo alemão, imperativo categórico é o dever de toda pessoa doar conforme os princípios que ela quer que todos os seres humanos sigam, se ela quer que seja uma lei da natureza humana, ela deverá confrontar-se realizando para si mesmo o que deseja para o amigo. Em suas obras Kant afirma que é necessário tomar decisões como um ato moral, ou seja, sem agredir ou afetar outras pessoas.
O imperativo categórico é enunciado com três diferentes fórmulas (e suas variantes), são estas:
1)Lei Universal: "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal." a)Variante: "Age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua vontade, em uma lei universal da natureza."
2)Fim em si mesmo: "Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio".
3)Legislador Universal(ou da Autonomia): "Age de tal maneira que tua vontade possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como um legislador universal através de suas máximas." a)Variante: "Age como se fosses, através de suas máximas, sempre um membro legislador no reino universal dos fins."
 Ou seja, desde tempos imemoriais, de uma forma ou de outra, grandes profetas e filósofos defenderam ou estruturaram suas propostas a partir de algo tão simples como poderíamos dizer: ame seu próximo como a sim mesmo sendo sincero, honesto, justo. Naturalmente na submissão a seres superiores a maioria absoluta desses líderes passados e presentes escora suas convicções no medo de desagradar algum ser superior ou na convicção de trocas de simpatias com os deuses.
O essencial, contudo, é que a vida pode ser muito melhor, gratificante e produtiva quando a maioria das pessoas acredita na força da verdade e trabalha com a preocupação de interagir e ser útil.
Qualquer que seja a relação econômica e política entre as pessoas os resultados podem ser bons.
Qualquer estrutura dá bons resultados se as pessoas forem boas, competentes, e esse é o grande mandamento de qualquer empresa ou sociedade: bons resultados.
Convicções que criam conflitos violentos, inimizades, rancores e demolição mútua são a negação da inteligência.
A prática da sinceridade é o grande instrumento de aprimoramento da vida, é a grande ideologia.
Mas, e as ideologias?
Apesar dos discursos não passam de leves tinturas que desaparecem ao primeiro esforço de tirá-las. Com raras exceções as pessoas se apegam a modismos e figurinos mentais, sem convicção, na maioria das vezes a partir de motivações triviais.
O que fazemos ao escolher um clube de futebol para torcer e até morrer de melancolia ou explosões de fúria é o que fazemos ao declarar simpatias políticas.
Ao longo da vida vimos a evolução e regressão de praticamente todos os líderes que nos empolgaram. Simplesmente mostraram que eram humanos, demasiadamente humanos, lembrando Nietsche.


31 de março ou 01 de abril de 1064 – um tema exemplar


O desgoverno reinante está preocupado com a aproximação do aniversário da revolução, golpe, contragolpe etc. do movimento militar de 1964 que mudou a história do Brasil. Isso não seria problema se o mês de junho de 2013 não tivesse mostrado a insatisfação popular contra tudo e todos que mandam no Brasil.
Razões não faltam e preocupam demais.
É natural, afinal estamos vendo o desmonte de nossas grandes estatais e a empresas brasileiras encaminham-se para o mercado internacional, inclusive a propriedade e o comando delas. Abdicamos da Tecnologia, assumimos a posição de exportadores de commodities e montagens industriais.
As concessionárias (públicas e privadas) colocaram como objetivo principal maximizar lucros, a qualidade e a universalidade de serviços foram abandonados.
Nossas universidades não técnicas se multiplicam, faltam profissionais e grande parte de nossas cidades vê de longe os privilégios das grandes cidades. Nelas a violência cresce, a mídia consumista cria desesperos e todos se sentem mal, com medo, pressentem que falta algo.
O cartel financeiro manda (Napoleoni) soberanamente. O Poder Político instalado esquece o povo e enaltece os poderosos. No jogo das trincheiras políticas o apadrinhamento de “companheiros” deixa o Brasil sem rumo. Mais e mais dirigentes indicados pelos patrocinadores de campanha desmoralizam desde concessionárias importantes até simples postos de trabalho em qualquer repartição pública.
Temos tido sucesso em algumas áreas. A riqueza nacional viabilizada por décadas de pesquisa e desenvolvimento da EMBRAPA e de algumas empresas que realmente investiram em tecnologia assim como na exportação de minérios e lingotes a preços ridículos, considerando o volume das vendas, geram divisas que viabilizam os prazeres estrangeiros, sempre idolatrados pelas elites mais ricas, em condições de mandar seus mauricinhos, principalmente, para a Europa de onde voltam com trejeitos e hábitos refinados.
O custo das viagens internacionais desabou e agora uma multidão de brasileiros corre para o exterior, a maioria absoluta para registrar e mostrar orgulhosamente coleções de fotografias padrão “eu estou aqui, onde mesmo?”, como diria Jô Soares, “é um espanto”.
Países, nações, tribos, famílias e indivíduos procuram valores de diferenciação entre si. O sentimento natural de propriedade, força, dominação e utilização de terceiros e de tudo o que existir faz parte de nossos instintos. Pobre do ser humano e de suas formas de aglomeração que desistem de se defender. Exemplos clássicos: os Moriori (Wikipedia) , habitantes de arquipélagos perdidos no meio dos oceanos assim como muitos povos pré-colombianos que foram exterminados e os sobreviventes escravizados simplesmente por não terem condições de se defender de povos invasores. O darwinismo é algo inerente à Natureza.
A escravização e o genocídio sempre tiveram razões aceitas pelas pessoas mais rudimentares. A satisfação de ambições e a indiferença diante do sofrimento causado, entretanto, é algo que persiste em comportamentos de organizações corporativas em nossa sociedade. A esperança é a de que evoluamos no sentido da fraternidade e tolerância.
E as comemorações cívicas e religiosas? Tanto as grandes organizações religiosas quanto ideológicas procuram colocar na mente das pessoas rituais e símbolos que simplifiquem e sirvam de camuflagem às suas intenções. Afinal o ser humano é um conjunto de órgãos, dispositivos e funções que exigem um trabalho habilidosíssimo para serem otimizados, e podem sê-lo em qualquer direção. É muito pouco provável que qualquer um de nós, tenha a idade que for, evolua suficientemente para fazer afirmações razoavelmente lúcidas.
Não faltam livros, filmes e trabalhos científicos à disposição dos estudiosos. Se o estudante (de qualquer idade) quiser verá que as dúvidas só aumentam à medida que se aprofunda e for capaz de raciocínio independente e lúcido. Talvez a evolução de cérebros naturais e artificiais algum dia permita conclusões e diagnósticos plausíveis e sensatos.
Precisamos, contudo, estudar o passado para salvar o futuro.
A Revolução de 1964, em princípio pacífica em relação a similares, apesar de violenta em alguns cantos de nosso imenso Brasil (relatos ainda desconhecidos e mal analisados), merece mais e mais estudos, se possível isentos de paixões e cacoetes ideológicos. Lamentavelmente até entre pessoas aparentemente cultas o radicalismo inibe a isenção de espírito e a honestidade intelectual; é algo que podemos entender observando as torcidas organizadas de clubes profissionais de futebol.
As limitações humanas são imensas (Nietzsche) e talvez o ideal seja simplesmente ser feliz, alienando-se tanto quanto possível [ (Ferry, 2006), (Luc Ferry)].
Teimando em pensar e nunca esquecendo os ensinamentos de Michel Foucault, com destaque para os livros [ (Foucault, A Arqueologia do Saber, 2010), (Foucault, História da Loucura), (Foucault, Vigiar e Punir), (Foucault - a coragem da verdade)] e muitos outros livros e filmes recentes sobre a história da Humanidade e do Brasil (Livros e Filmes Especiais), com quase setenta anos (ufa, não mais serei obrigado a votar), tendo iniciado a militância política na década de sessenta em Blumenau, nascendo e crescendo conversando com meu pai e ouvindo aulas extremamente interessantes, agora me atrevo a escrever algo na esperança de contribuir com alguma coisa a favor da inacessível e misteriosa verdade.
No Brasil estivemos, desde suas origens lusitanas, submetidos a interesses de potências estrangeiras. A independência de Portugal levou-nos ao colo da Inglaterra. A aceitação de regras de mercado matou qualquer veleidade de industrialização mais sofisticada, que, aliás, não era vocação dos imigrantes até o início do século 19. A formação do Império deu sustentação à unicidade territorial. A Corte Brasileira [ (Gomes, 1808), (Gomes, 1822 - Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil - um país que tinha tudo para dar errado., 2010), (Gomes, 1889, 2013), (Mauá - Empresário do Império)], contudo, centralizadora e forte impôs atrasos monumentais. A riqueza de nosso solo foi nossa perdição, viabilizando o extrativismo e a monocultura e valorizando a escravidão.
Nos países mais desenvolvidos o “chão de fábrica” era uma experiência vil, atroz, mas reunia trabalhadores que aos poucos souberam impor seus direitos. Aqui o culto etéreo à bandeira e a violência das elites gerou constituições, leis, padrões de exclusão que persistem até nas maiores e melhores cidades de nossa terra (Cascaes, O irredento).
O mundo ocidental está apenas um pouco adiante de nós em certos aspectos, mas as revoluções violentas e guerras sucessivas quase por milagre deram força aos ideais de solidariedade, liberdade e Justiça real. Aqui, América Latina, ganhamos arremedos de democracia que viabilizaram caudilhos e ditaduras ferozes, só não muito piores porque, como aconteceu com a ilha de Cuba, o êxodo evitou a necessidade de prolongamento dos paredões.
O que é terrível, contudo, é em pleno século 21 estarmos assustados com teses e paixões do século 19, visíveis no relacionamento íntimo com lideranças perversas deste lado do mundo. Isso não significa que a alternativa seja saudável. Nos EUA grupos econômicos poderosíssimos manipulam e se intrometem em tudo, inclusive em nossos emails, para quê?
Em nossa história as Forças Armadas, consolidadas na Guerra do Paraguai e amarguradas com o tratamento recebido após a guerra, influenciadas pelo Positivismo e o culto da excelência corporativa assumiram posições políticas.
Criaram motins, levantes, quarteladas e mudanças radicais em nossa história republicana. Datas festivas? Acima de tudo o 15 de Novembro, e outros existiriam se vistos com mais atenção, momentos bons e maus, festivos ou de tristeza, tudo dependendo dos pontos de vistas dos analistas.
A dúvida maior e fator de questionamentos agora é a comemoração do 31 de março de 1964. Após esse evento traumático à democracia o Brasil mudou muito. Que democracia existia? O período militar que se estendeu até o início da década de oitenta foi bom para o Brasil? O cenário político atual satisfaz as pessoas mais preocupadas com o futuro dos brasileiros?
31 de março é uma data importante por muitas razões positivas também e até os seus efeitos negativos mereceriam debates inteligentes. No último período militar o Brasil iniciou um processo de formação de infraestrutura e industrial que teria feito de nosso país uma potência não tivesse acontecido os erros colossais de avaliação das crises de petróleo e a influência nefasta e criminosa de grandes grupos econômicos nacionais, que se lançaram vorazmente sobre as oportunidades oferecidas, deixando para o BNDES e em alguns casos escombros o que deu errado.
Os montepios dito militares martirizaram milhões de idosos e idosas...
Perdemos, e isso foi uma lesão gravíssima, a continuidade democrática. Partidos bem estruturados e caracterizados deram lugar a agremiações inconsistentes.
Após 1988 o sindicalismo e o corporativismo ganharam força demais assim como outras guildas. Lideranças sindicais, sempre prontas a negociar qualquer coisa para satisfazer suas categorias agora dominam o Brasil trabalhador enquanto oligarcas faturam bilhões de reais à custa de nosso povo ingênuo.
Devemos prosperar, contudo. Estamos em momento de transição econômica. Grandes centrais de energia deverão começar a operar viabilizando mais alguns pontos no PIB e no desenvolvimento de nosso país e outras obras estruturais serão inauguradas nos próximos anos. Universidades evoluem e os sistemas de comunicação (Cascaes, Ensino e literatura século 21) permitem, entre outras maravilhas o EAD, o Ensino a Distância.
Assustador mesmo é ver o povo desarmado diante do crime organizado e a facilidade e benesses dos corruptores, especuladores e agiotas, até quando?
Agora o desmonte das estatais é a ordem do grande mercado de capitais que assim transforma os serviços essenciais em objeto de lucro a qualquer custo, pois simplesmente carecemos de Justiça eficaz contra os abusos dessas empresas assim como todos os órgãos de regulamentação e fiscalização sempre foram travados por contingenciamentos de verbas e ingerências até sexuais na formação de suas equipes. Parece que o inferno em que vivemos é proposital.
Nunca foi tão importante quanto agora ouvir atentamente o depoimento do ex-ministro Deni Lineu Schwartz (DHPAZ PARANÁ - DEPOIMENTOS PARA A HISTÓRIA - DENI LINEU SCHWARTZ) para entender o que aconteceu após a “redemocratização” assim como compreender a dinâmica do mercado financeiro internacional, a nova forma de imperialismo, não de nações, mas de oligarcas absolutamente inescrupulosos. Para isso temos de sobra bons filmes recentes e alguns livros clássicos, sempre lembrando que qualquer obra literária aparece após algum tempo, ou seja, é anacrônica nesses tempos supersônicos de grandes transformações (positivas e negativas) da informação e processamento do conhecimento humano (Cascaes, Livros e Filmes Especiais).
Mas estamos nas vésperas do aniversário de mais um evento promovido pelos militares, como o foi a proclamação da República [ (Priore), (Gomes, 2013)]; 31 de março de 1964 e 15 de novembro de 1889, dois eventos que ilustram bem a inépcia dos civis e a força do corporativismo militar, nos dois casos decisivos para a ruptura institucional. Com a proclamação da República livramo-nos de uma sucessão imprevisível e critérios aristocráticos de comando do Brasil, a Revolução de 1964 salvou nosso povo de uma guerra civil que ganhava contornos assustadores, mas penamos duas décadas ao sabor do Almanaque do Exército e sob o arbítrio imprevisível de pessoas que usavam a farda como instrumento de império.
Devemos registrar que na confiança de escalões superiores muitos subalternos usaram e abusaram do direito de mandar indiscriminadamente. Disso fomos testemunhas amarguradas com os rumos do 31 de março de 1964.
É importante lembrar que a divisão ideológica da Humanidade viabilizou a Segunda Guerra Mundial, efeito do racismo, da xenofobia e ódios que parecem renascer na ex-União Soviética. Conhecendo mais profundamente as causas desse fenômeno chegaremos à compreensão da  formação de novos grupos de poder, desde oligarcas a cartéis explícitos e implícitos, assim como o império de grupos que simplesmente especulam com a capacidade de trabalho da Humanidade.
A escravidão volta mais sofisticada, estimulada pelo consumismo e vaidades ingênuas, sempre pressionando as pessoas a gastarem a vida em frivolidades.
Lamentavelmente estamos num momento atroz. O que realmente nossos governantes em todos os níveis querem fazer? Obedecem a quem? Sabem governar?
A degradação espantosa dos serviços essenciais, cada vez mais importantes, camuflada por alguns progressos, sempre, contudo, muito abaixo do possível e desejável, assim como a definição de prioridades ao gosto da mídia, essa sob contratos formais de patrocínio, angustia quem sonha com um Brasil melhor.
Talvez para milhões de brasileiros as esmolas que recebem sejam tão maravilhosas, e são, que beijam as mãos de quem lhes dá um mínimo a que sempre tiveram direito. Isso viabiliza a cooptação e utilização de milhões de brasileiros eleitoreiramente. As desigualdades regionais, fruto de elites podres em algumas regiões, são instrumentos de perversões assustadoras, inclusive de preconceitos que desmoralizam qualquer iniciativa e esforço de discussão de reformas saneadoras e necessárias.
Mais ainda, o eterno pesadelo demasiadamente humano do apego ao Poder e às suas benesses, é onipresente. O efeito deletério dos palácios contamina pessoas que pareciam boas, mas se deixam levar pelos áulicos e logo desenvolvem comportamentos doentios.
O povo vê atônito o desmanche de ídolos e no jogo dos minutos e segundos do horário eleitoral a formação de alianças espúrias mata o sonho de um Brasil melhor. O cenário foi preparado para que se algo mudar tudo fique como está (Il Leopardo fez escola).
De que forma recuperar a dignidade? Hannah Arendt tratou disso em um de seus melhores livros (Sobre a Revolução) assim como registrou processos vis de transformação da sociedade humana (Arendt, As Origens do Totalitarismo, 2007) e o perfil dos seres humanos relatando quase jornalisticamente o que descobriu e contou em (Arendt, EICHMANN EM JERUSALÉM ).
Concluindo um tema interminável, o que fazer?

Cascaes
120.3.2014



Dia para muitas reflexões do pessoal dos anos sessenta


31 de março é uma data que entrou para a história do Brasil com o golpe, contragolpe, quartelada ou revolução de 1964. Teve bons e maus resultados. Em reportagens recentes vimos o que existiu de pior, a tortura injustificável e brutal e atos clandestinos de Estado, algo absurdo por qualquer ângulo de análise, ainda que até “naturais” até recentemente em quase todos os países que formam a constelação institucional da Humanidade.
Felizmente o senso comum evolui, algo que marca a natureza eventualmente inteligente do ser humano.
O lado dolorido, pesaroso, inaceitável para nós da geração de jovens da década de sessenta do século passado foi a violência contra amigos e amigas que desapareceram em conflitos secretos, discretos e notórios entre as famigeradas “esquerdas” e “direitas”.
O maniqueísmo ideológico foi, é o maior sinal de atraso de nosso desenvolvimento da arte de pensar, aliás, em tudo vemos os efeitos de coisas tão primárias quanto “torcidas organizadas” a partidos políticos radicais. O sectarismo[3] é uma patologia social de extrema gravidade.
No Brasil há muito espaço de crescimento intelectual e social, nosso atraso é enorme.
O início deste ano foi emblemático de episódios e comportamentos que mereceriam análises de gênios da humanidade. O que aconteceu com o Setor Energético é um exemplo forte da leniência, ignorância, malícia e, provavelmente, crimes monumentais contra o povo brasileiro.
Exemplificando, só agora “descobriram” o que acontecia com a Petrobras? Em tudo e por tudo o que temos é um crime coletivo gigantesco e até primário, se pesquisarmos, entre outras coisas, as habilitações dos membros das diretorias da Petrobras e de seu grande Conselho de Administração. O que faziam? Liam gibis enquanto assinavam decisões absurdas?
Os serviços essenciais (Cascaes, Serviços Essenciais) no Brasil se transformaram em pasto gordo para manadas de vigaristas...
As eleições para a Presidência estimulam a concentração da artilharia contra a presidenta do Conselho de Administração, a economista (?) Dilma Rousseff, nossa Excelentíssima Presidenta da República, e os outros?
No Brasil a corrupção foi argumento pesado até para a proclamação da República (Gomes, 2013), tudo, contudo, adiante se mostrou pura perfumaria escondendo intenções reais, entre elas o tenebroso corporativismo exacerbado das Forças Armadas e as conveniências de bispos a latifundiários e fazendeiros escravagistas.
É privilégio do Brasil? Um romance de Umberto Eco (O Cemitério de Praga, 2011) ilustra bem o que era o comportamento humano enquanto (O Diabo na Água Benta) relata os efeitos da propaganda e mídia que viabilizaram a Revolução Francesa. Se os exemplos são remotos podemos simplesmente estudar com profundidade o processo de construção dos regimes totalitários, dos quais Hannah Arendt (Livros e Filmes Especiais) foi uma primorosa analista. Os regimes capitalistas, por sua vez, caminham celeremente em direção à criação de uma ditadura universal...
De modo geral as “democracias” e regimes comunistas convergiram para quase dinastias e plutocracias[4] da pior espécie. Por quê?
As limitações de aprendizado eram gigantescas. Com tremenda facilidade manipulava-se multidões. As redes sociais não existiam e o potencial de difusão do conhecimento humano era restrito a poucos e caros livros em meio a populações majoritariamente analfabetas. A WEB e os computadores possibilitam maravilhas, por isso mesmo assustando ditadores em potencial e ditaduras consolidadas.
O ser humano é um animal pensante em construção. Maravilhosamente evoluímos realmente e graças à massificação da cultura, onde os famigerados “direitos autorais” não atrapalham, a educação e a inteligência poderão, aliadas ao aumento da expectativa de vida sadia, produzir ainda neste século 21 gerações de pessoas infinitamente melhores do que as nossas mais antigas.
O desafio, entre outros, será ajustar a mídia comercial e institucional para a evolução da inteligência e educação e trazê-la para o chão dos Direitos Humanos, dos quais tivemos uma excelente exposição do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sérgio Luiz Kukina  (Direitos prestacionais, Direitos Sociais Prestacionais, Ministro Sérgio Luiz Kukina, o STJ e os Direitos das PcD, , 2014). É fundamental em tempos que sinalizam a possibilidade de regressões assustadoras a construção de bons paradigmas, valores e educação ainda que sempre aberta (a Mídia) a programações contraditórias e necessárias. Não devemos confundir liberdade de expressão política e filosófica com o direito de destruir crianças e jovens com mensagens doentias.
Mas 31 de março de 1964, 15 de novembro de 1889, o getulismo, tenentismo etc. assim como o encilhamento[5], as bolhas especulativas na Economia, a escravidão e muito mais formam uma coleção de assuntos que deveriam ser conhecidos por todos os adultos com o máximo de profundidade possível. A História é uma coleção de fatos e pessoas emblemáticas, boas e más.
Acima de tudo não queremos ditaduras, tortura, polícias secretas, processos ocultos, censura, arbitrariedades, iluminados dizendo o que devemos fazer. Para enfrentar todos os tipos de ditadura devemos ter condições de diálogo, humildade e aprendizados essenciais à dignidade humana. Mais ainda, estar atentos a doenças sociais e políticas que desmoralizam os ideais de liberdade, fraternidade e igualdade.

Cascaes
31 de março de 2014










O que entendo por Deus


O livro (Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras) de Baruch Spinoza[6] dá uma visão dele sobre a figura do Criador em uma época em que se declarar ateu ou até agnóstico poderia significar a morte e torturas aplicadas pelos fanáticos após qualquer denúncia. Seu livro só foi publicado após sua morte e sob cuidados especiais. É uma obra extraordinária que merece leitura e releitura inúmeras vezes.
Assim, lembrando, mas fugindo do seu rigor matemático, o roteiro de Spinoza proponho a seguinte definição para o que seria ou é Deus:
1 – Entendo como ser universal, a quem denomino Deus, o ente formado pelo conjunto das leis que governam a Natureza (não o contrário).
2 – O Universo é absolutamente tudo o que existir de forma material (no binômio “matéria- energia” enquanto não se descobrir mais nada).
3 – A natureza de Deus é inacessível por qualquer objeto ou ser de sua criação.
4 – Deus, sendo o que é, não modifica sua vontade arbitrariamente.
5 – Deus é absolutamente infinito, isto é, um conjunto material/energia eterno e com leis definidas objetivamente (sem paixões).
6 – O que é perfeito e onipotente é não muda, não depende de esforços humanos.


Ponderações


A Humanidade inventou a figura de Deus para ter proteção e esperanças. O conceito do que possa ser Deus é manipulável, pois é vago e pessoal, apesar das pessoas fazerem afirmações peremptórias, tanto mais veementes quantos mais oportunistas e medrosas forem. A falta de instrução, a ausência de conhecimentos em Ciências Exatas assim como de História e Filosofia fortalecem comportamentos radicais, que também aparecem quando o jovem é submetido a uma educação dirigida fortemente para alguma religião.
Podemos qualificar a Humanidade e o comportamento de nações a partir de suas religiões dominantes. A história e o noticiário atual em qualquer época adiante sempre ilustrarão as convicções existentes.
Deus, existindo de alguma forma, seja ela qual for, estará infinitamente acima de nossa capacidade de verificação e questionamentos diretos. Podemos, quando muito, intuir e aceitar, até mesmo acreditar com forte convicção, mas isso será sempre algo singular, íntimo.
Imaginando que Deus exista e de alguma forma transmite seus “recados”, temos o direito de fazer meditações, análise de nossas consciências mais nobres. É pouco verossímil imaginar que um Ser Supremo seja instigador de atos agressivos, maus, vingativos etc.
A visão antropomórfica do Grande Arquiteto do Universo é perigosa, pois temos defeitos demais para acreditar que fomos “feitos à imagem e semelhança de Deus”.
Imaginar Deus com atributos positivos e lembrar que Ele não será bajulável, não é algo à espera de rezas e promessas ajuda a entender a responsabilidade que carregamos sobre nossos destinos.
O peso da consciência é monumental e proporcional à inteligência e cultura que pudermos acumular. Quem não as tem por natureza e, ou educação é inimputável, é um simples animal. Tendo tido a oportunidade de crescer intelectualmente tornamo-nos reféns do que aprendemos...






Reflexões de final de ano


Dia de natal e esperando o ano novo
As festas de Natal marcam uma época em que os povos cristãos se transformam. Durante alguns dias todos se lembram de que existem crianças e que devemos lhes dar presentes. ONGs e comunidades religiosas se esmeram, a maioria delas depois simplesmente esquece que essas garotinhas e garotinhos serão adultos, gente grande, precisando de atenções tanto maiores quanto menores forem.
Expandindo os atos caridosos os presentes podem abranger famílias que desesperadamente carecem de tudo o ano inteiro.
O Brasil exporta milhões de toneladas de alimentos para importar de tudo, inclusive inutilidades e futilidades. O pesadelo social em que vivemos é fruto de uma lógica perversa que nos domina desde tempos muito distantes. Aqui, nesses oito e meio milhões de quilômetros quadrados, povos distantes chegaram antes, exercitando também a violência mútua e as lutas pela sobrevivência.
No passado, quando a competência da agroindústria e o desenvolvimento tecnológico eram desconhecidos, a luta pelo pedaço de carne ou frutas e raízes era feroz, sem tréguas e limites éticos. Isso ainda existe em comunidades primitivas, inclusive em nossas florestas, reduto de povos que provavelmente encontraram aqui uma forma de escapar de outros mais competentes na arte de matar.
Charles Darwin explicou isso tudo muito bem, criando escola [ (Darwinismo), (Criacionismo x Evolucionismo Debate SESC TV), (DARWIN Y LA EVOLUCIÓN BIOLÓGICA)].
O conhecimento humano cresce espantosamente e graças ao universo WEB temos acesso a excelentes fontes de informação e formação. Maravilhosamente podemos agora mudar comportamentos, seremos capazes disso?
É triste observar a indiferença de pessoas que poderiam se aprimorar e fazer muito mais. Aliás, Michel Foucault falou muito sobre tudo isso. Também escreveu muito e um destaque é seu livro Arqueologia do Poder (Foucault, A Arqueologia do Saber, 2010).
Podemos fazer muito, é só querer.
Creches e escolas (por exemplo) salvariam milhões de brasileiros; as elites, aquelas que nos governam, preferem dar esmolas, presentes, rezas e penitenciárias.
Conversando na véspera de Natal com meu neto João Pedro ele contou com orgulho seus trabalhos sobre a não criminalização de jovens abaixo dos 18 anos. Contraditando defendemos a eliminação dessa barreira cabalística e novas leis, mais racionais e atentas à natureza humana. Queríamos vigiar e punir (Foucault, Vigiar e Punir)?
A Educação, a saúde, a proteção às crianças e aos jovens e aos quase adultos têm no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - ECA) a proteção formal do Governo e compromisso da população brasileira, a obrigação de lembrar permanentemente que cuidar das crianças é também a solução para a maioria dos problemas sociais que temos.
O ECA seria fantástico se a estrutura criada a favor da criança e do adolescente fosse mais competente. O que faz com que as instituições funcionem é muito mais a vontade, determinação e capacidade de seus agentes do que a quantidade de funcionários. Lamentavelmente acreditamos que estruturas gigantescas sejam necessárias...
Com certeza os agentes principais são os eleitos e que governam nosso país, eles conhecem e amam seus eleitores ou apenas os patrocinadores de campanha e colaboradores de suas eleições?
Infelizmente, como acontece com todas as leis dedicadas à vida dos brasileiros e das brasileiras (seria um fenômeno universal?), as pessoas em geral realmente estão preocupadas exclusivamente com questões pessoais.
A violência de toda espécie cresce no Brasil, voltamos inclusive aos tempos dos gladiadores. Não se matam com espadas e porretes (ainda), mas ganham sequelas e causam lesões que, junto à loucura da velocidade e mobilidade motorizada (principalmente) produzem a próxima geração de pessoas com deficiência(s), reduzem a expectativa de vida dos jovens adultos, principalmente, e entopem os cemitérios. Em tempo, dão muito lucro a quem promove essas coisas. Felizmente agora os crematórios diminuem a necessidade de tantas covas.
A violência camuflada de esporte contribui para a alienação e perversão dos viciados em telinhas e nossos futuros e ainda pequeninos e adolescentes cidadãos e cidadãs assim como excita desportistas da cerveja e pipoca.
No cerne da violência, talvez inerente ao ser humano, encontramos muitas causas.
O livro (A República dos Meninos - juventude, tráfico e virtude, 2013) apresenta um trabalho de pesquisa de campo do autor extremamente interessante; suas conclusões e ponderações (do Dr. em Sociologia, Diogo Lyra, que saiu de suas salas para mergulhar em locais de recolhimento de menores infratores, algo raro no mundo acadêmico) merecem leitura e análises minuciosas. Nessa obra justifica-se com destaque constatar a influência da irresponsabilidade da mídia comercial, sempre extremamente preocupada com a liberdade de imprensa, algo muito diferente da exploração de taras e a submissão a grupos empresariais.
Nós (pessoalmente) temos experiências que merecem registro e demonstram o que lemos. Quando existiu participamos, por exemplo, do (Projeto Sol Nascente) onde gravamos depoimentos de profissionais e lideranças que atuam na Vila Audi, uma área com muitos habitantes em condições de risco social. Conhecemos a Comunidade OSSA (Cascaes, Conhecendo a Obra Social Santo Aníbal (OSSA) , 2010). O que vimos e ouvimos era assustador, os efeitos da miséria sobre as crianças é devastador. O pesadelo social tem muitos efeitos e propostas (Como reduzir a gravidez precoce e a criminalidade , 2009). À época começávamos a agir junto a pessoas extraordinárias do LCC Batel; que experiência!
Graças ao Lions Clube de Curitiba Batel mergulhamos em ambientes muito diferentes àquele em que vivemos, eu e alguns companheiros e companheiras. Nosso amigo e companheiro LIONS, Professor Nílson Izaías Pegorini, foi o grande mestre.
Os projetos sociais desse autêntico clube de serviços (Melo), muitos documentados em blogs, mostram por onde estivemos e ainda agimos e o que propomos [ (Ações ODM em Curitiba e RMC), (Escola de Música Lions - LCC Batel), (PROJETO LIBERDADE EM AÇÃO – VILA LIBERDADE, ANA MARIA E NOVA ESPERANÇA), (Projeto Colombo), (Projeto Zumbi - Mauá) etc.].
Não é necessário, contudo, mergulhar em lugares distantes do centro da capital do Paraná. Quem tem olhos pode ver pessoalmente. Curitiba atrai pessoas de toda espécie e nossas ruas são um espelho do Brasil, talvez com mais luxos e requintes, mas testemunhos de nossa história.
Felizmente agora dispomos de recursos de comunicação independente; as fantásticas redes sociais e sistemas que a Google e outras megaempresas criaram com extrema competência (blogues, youtube, etc.) além dos equipamentos digitais de gravação de imagens, sons e movimentos dão uma liberdade e potencial de expressão de nossas opiniões que não imaginávamos possíveis em nossa existência. Os computadores fazem o resto. No blog (Cascaes, TIinformando) criamos uma ponte para todos os espaços que exploramos nesse mundo cibernético.
E o Natal?
Jesus Cristo deve ter sido uma pessoa extraordinária, mas em sua época pouca esperança havia de resolver com fraternidade e liberdade os problemas da Humanidade, uma coleção de seres eventualmente racionais. A esperança era a vida após a morte e aqui existir de forma a conquistar um lugar no Paraíso. De filósofos e pregadores a imperadores o fundamental era usar os exércitos para disciplinar o povo radicalmente ignorante e perigoso.
Para sobreviver o “homo sapiens sapiens” vem das florestas e savanas com subprogramas em seu cérebro que eram fundamentais à sua luta por espaços, comida e segurança. Talvez ainda sejam tão importantes ou até mais do que nesses tempos imemoriais...
Nossas taras, atavismos, convicções e nossos padrões de comportamento escondem logo abaixo da pele impulsos primitivos facilmente perceptíveis entre torcidas organizadas a militantes religiosos e políticos.
Mais ainda, em qualquer ambiente secreto, discreto e público o zelo fanático pela propriedade privada, só para exemplificar, demonstra o rigor dos cuidados que temos pelos ossos que gostamos de roer.
Nossos padrões éticos e morais servem para racionalizar desejos, medos e instintos.
O que precisamos entender é que no século 21 da era cristã é possível pensar na saúde e felicidade geral dos povos, se eles superarem culturas obsoletas e nocivas. Estranhamente encontramos o culto às tradições; Eric Hobsbawm ilustra muito bem isso, Hannah Arendt procura entender, teóricos políticos acreditam que sabem e sociólogos fazem inúmeros estudos para gerar uma cultura em torno de nossos problemas dos mais triviais aos mais complexos (Cascaes, Livros e Filmes Especiais). Temos onde estudar e aprender, é só querer. O que limita a participação consciente é a ignorância voluntária, a alienação a que nos impomos crentes de que poderemos compensar tudo o que fizermos em atos de caridade e penitência.
O importante é saber que a Terra pode sustentar a vida em sua superfície, se quiser. Os desafios existem (Cascaes, Mirante da Sustentabilidade e Meio Ambiente) dentro e fora de nossas cabeças. Podemos, contudo, garantir uma sociedade melhor se soubermos usar o que podemos aprender.
Ou seja, a esperança de evolução da Humanidade depende acima de tudo do desenvolvimento de sua capacidade de raciocinar e aproveitar informações que a Tecnologia já viabiliza em casa, no bolso, nas pastas até de alunos e alunas infantis.
Todo final de ano temos a semana da bondade e dos votos de sucesso, saúde, amor etc.
A Hipocrisia e os comerciantes ganham espaços. Até sentimentos justos se revelam com força, potencializados pelo clima natalino. O que estraga tudo é a escala de valores e prioridades, desde as mais condenáveis, como, por exemplo, a empáfia e egolatria de lideranças políticas e econômicas, até a simples luta pela sobrevivência.
Precisamos aprofundar estudos sobre ética e moral, o século 21 exige isso, pois a sobrevivência de todos, paradoxalmente, avança para situações de altíssimo risco. O que precisamos entender é que acima de convicções ideológicas e religiosas convém lembrar que na hora das tragédias seremos pessoas desesperadas, talvez lamentando a omissão dos tempos de fartura e riqueza de oportunidades.

Conclusões


·         A crença em Deus apenas serve para conforto e esperanças
·         O ser humano é vaidoso e medroso, de modo geral, afastando-o de comportamentos objetivos se a crença em Deus fosse real e consistente.
·         O essencial seria a evolução do pensamento humano, levando-o a perceber que sem amor ao próximo não será feliz.




O dinheiro, a riqueza e o ser humano


Um objeto de extrema relevância, uma das maiores invenções da Humanidade é o dinheiro[7]. A importância do que chamamos dinheiro é enorme e sua utilização é quase universal. Ter dinheiro significa poder, capacidade de sobreviver, conquistar.
Tudo muito bem visualizado exceto em casos extremos.
Imaginemos uma pessoa sedenta e esfomeada cair de paraquedas sobre uma montanha de dólares, marcos, reais etc. no meio do deserto, a milhares de quilômetros de qualquer semelhante. Serviria isso tudo para quê?
Podemos repetir a pergunta com algo mais concreto, e se o paraquedista pousasse sobre poços de petróleo, minas de diamante, montanhas de prata e ouro nas mesmas condições, o que desesperadamente procuraria?
Ou seja, o dinheiro é um meio de troca de trabalho presente ou futuro, acima de tudo é o resultado de uma convenção. Seu significado depende da existência ou promessa de oferta de produtos e serviços. Sem objeto de troca é uma ficção.
Como surgiu a “ideia” do dinheiro?
À medida que os seres humanos se instrumentalizaram e puderam trocar mercadorias e serviços tiveram que resolver a lógica dos valores e de como garantir lealdades e produtos a qualquer tempo.
Lealdades, exércitos e até rebanhos se conquistam pela força do dinheiro.
É sempre importante lembrar a compulsão de craca de todos os homo sapiens sapiens, ou melhor, a necessidade de qualquer um agregar-se a alguém que o ajude a sobreviver. A riqueza é um fator de simpatia fortíssimo.
Dinheiro, de que forma?
A princípio valia o escambo ou a simples apropriação do mais forte sobre o mais fraco, aos poucos o humanoide aprendeu a trocar, nasceu o escambo[8].
Trocar um camelo por um pote de água talvez não fosse justo, olhe aí a introjeção do conceito de Justiça.
Alguma coisa precisaria a existir para a viabilização de frações e que valesse até quando um camelo normal morresse de velho.
Assim gradativamente a Humanidade inventou a moeda[9].
Na sociedade feudal, monárquica e teocrática o dinheiro se transformou em instrumento de poder, algo que os chefes precisavam para, junto com o as esperanças e medos religiosos garantissem lealdades.
A moeda evoluiu para o dinheiro (O que é o dinheiro?, 2002) moderno, algo desconectado de metais e cédulas impressas, acima de tudo dentro de uma lógica de especulação de moedas, mercadorias, serviços, hipóteses de valor que dominam o mundo, do qual o filme (O Lobo de Wall Street, 2014)dá uma excelente aula, algo que vimos desde livro de grandes pensadores a economistas clássicos (Cascaes, Livros e Filmes Especiais).
Nisso tudo a riqueza e as lógicas de acumulação e utilização de capital estimulam os seres humanos a comportamentos que iniciam de forma até ingênua e podem terminar animalizando os mais poderosos e, de forma explícita, criminosos e quadrilhas de bandidos. O livro (O Senhor das Moscas - "Lord of Flies") ilustra muito bem o que significa poder e a biografia de Alan Greenspan (Greenspan) registra a fragilidade do mundo atual em torno do dinheiro e do capital.
O que isso tudo se relaciona com a ética, o que é importante dizer?
A importância da moeda em nossas vidas ultrapassa qualquer avaliação. Qualquer sociedade aberta ou fechada pratica o conceito de capital[10] e moeda. O que muda, dependendo do ambiente, é o formato do dinheiro, que pode ser santinhos, certificados, grãos em alguma garrafa, créditos no outro mundo, cuc[11][12] ou rublos dos tempos soviéticos. Nada mais lógico do que estabelecer indicadores e valores, seria impossível viver em sociedade sem isso, a menos que existíssemos em algum paraíso tão rico e cheio de facilidades que bastasse desejar algo para possuí-lo, usá-lo e dispor de serviços feitos por anjos ou robôs.
Isso não existe para todos, ainda que quase seja possível para alguns potentados e bilionários, todos dispondo de riquezas e dinheiro para satisfação de suas manias.
Como querer, aceitar ou rejeitar a riqueza ou a pobreza e uma infinidade de situações intermediárias depende da índole e educação do indivíduo. O que nunca é de se desprezar é a limitação da existência humana. Dinheiro facilita viver conforme desejamos. Ter dinheiro significa compromissos de trabalho ou simplesmente sorte. Na loteria da vida tudo é possível. Fazer riqueza poderá, contudo, deturpar valores morais, qualidade de vida, isolar-se ou viver junto a pessoas de mau caráter.
Sempre é bom lembrar a máxima “dize-me com quem andas e te direi quem és”, valendo também: os amigos, amigas e companheiros, parceiros etc. influem em nossos comportamentos e caráter.
O custo da riqueza pode ser trágico (Scorsese, 2014).
A riqueza é Poder. No mundo moderno ter dinheiro representa, proporcionalmente, a possibilidade de realizar e fazer coisas inimagináveis até pela aristocracia mais forte há poucos séculos. O que, felizmente, limita excessos é a organização da sociedade e suas leis, apenas elas de forma objetiva, enquanto o caráter, a educação, os valores pessoais farão o resto, talvez muito mais diante da mercantilização da Justiça, sempre extremamente servil aos poderosos.
Para se defender povos organizados inventaram leis, religiões, ideologias, etc.
Naturalmente qualquer indivíduo vive imerso em multidões. Quanto maiores, mais insignificante e, para as grandes lideranças, mais poder.
O exercício do poder político também tem ilusões. A queda, destruição, abandono de lideranças é a consequência natural quando elas já não satisfazem os anseios dos liderados. É interessante notar em família como os pais são amados quando fazem as vontades dos filhos, sendo desprezados poucos instantes após se negarem a satisfazer caprichos, por mais idiotas que o sejam.
O dilema dos pais é um ponto estratégico na formação do ser humano adulto.
Educar é apresentar aos educando ladeiras, montanhas, e dizer: suba! Vire-se!
Sutilmente, tecnicamente os responsáveis devem preparar os alpinistas. Ou melhor, é o desafio permanente. Nada pior do que gerar facilidades gratuitas.
Com certeza não se conquista paixões sendo duro, enérgico, disciplinador, educador. Ganha—e admiração quando os resultados positivos aparecem, isso nem sempre acontece (resultados e admiração).
O valor dos pais não se mede pela admiração dos filhos e sim pelo sucesso que seus descendentes alcançam.
Sobre o que é educar e quem são os educadores gosto do que encontrei na Wikipédia e sendo uma enciclopédia livre dá a liberdade da transcrição:
Educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade. Enquanto processo de sociabilização, a educação é exercida nos diversos espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Nesse sentido, educação coincide com os conceitos de socialização e endoculturação, mas não se resume a estes.
A prática educativa formal — que ocorre nos espaços escolarizados, que sejam da Educação Infantil à Pós Graduação — dá-se de forma intencional e com objetivos determinados, como no caso das escolas. No caso específico da educação formal exercida na escola, pode ser definida como Educação Escolar. No caso específico da educação exercida para a utilização dos recursos técnicos e tecnológicos e dos instrumentos e ferramentas de uma determinada comunidade, dá-se o nome de Educação Tecnológica. Outra prática seria a da Educação Científica, que dedica-se ao compartilhamento de informação relacionada à Ciência (no que tange a seus conteúdos e processos) com indivíduos que não são tradicionalmente considerados como parte da comunidade científica. Os indivíduos-alvo podem ser crianças, estudantes universitários, ou adultos dentro do público em geral. A educação sofre mudanças, das mais simples às mais radicais, de acordo com o grupo ao qual ela se aplica, e se ajusta a forma considerada padrão na sociedade. Mas, acontece também no dia-a-dia, na informalidade, no cotidiano do cidadão. Nesse caso sendo ela informal.

Na generalidade do que significa o verbete encontramos a amplitude a responsabilidade da família, primeiro e maior estágio de formação de qualquer ser humano.
Nisso tudo devemos avaliar o exemplo, a plataforma sobre a qual desenvolvemos nossos desejos e aptidões.
A importância da riqueza está associada à disposição para conquista-la, com todos os seus custos fisiológicos, sociais, mentais etc.
Domênico de Masi 








Politicamente incorreto

Hipóteses


1 – É mais fácil “acreditar” do que negar afirmações de gente poderosa ou amiga.
2 – O senso comum, se fosse correto, o mundo seria muito melhor.
3 – as pessoas são extremamente influenciáveis.

Tese


O que se considera politicamente incorreto merece atenção, pois é um espaço de soluções renegadas dentro do comodismo de raciocínio.

Ponderações


O livro ([org.], Foucault - a coragem da verdade)traz o que Michel Foucault entende e defende como “parrhesia” (pgs. 59 e 60):
“A parrhesia é um tipo de atividade verbal na qual o falante tem uma relação específica com a verdade por meio do falar francamente, uma certa relação com sua própria vida por meio do perigo, um certo tipo de relação consigo mesmo ou com os outros por meio do criticismo (crítica de si ou de outrem), e uma relação específica com a lei moral por meio da liberdade e do dever. Mais exatamente, a parrhesia é uma atividade verbal na qual um falante exprime sua relação pessoal com a verdade e arrisca sua vida, pois considera que o dizer verdadeiro é um dever em vista de melhorar ou ajudar a vida dos outros (assim como ele faz consigo mesmo).”

Dizer a verdade significa muito, pois a “Academia” e muitos conceitos e preceitos humanistas estabelecem proposições e comportamentos que são autênticos dogmas modernos.
Se antes as religiões impunham crenças, agora defensores dos Direitos Humanos, principalmente, usam e abusam de forma irresponsável de conceitos e afirmações que não se sustentam na vida em geral.
Para a sobrevivência individual e geral é fundamental o exercício da verdade de forma radical, a começar pelo conhecimento profundo de nós mesmos (ver a história da Escola Cínica e Diógenes Dion nas obras de Michel Foucault).
Devemos raciocinar como passageiros, oficiais, marinheiros em um grande navio enfrentando tempestades e finalmente afundando, como agiremos realmente?
Qualificar, classificar, entender e se relacionar com seres humanos é essencial à nossa sobrevivência, afinal, que significado teria para nós o planeta Terra e a Humanidade se vivêssemos em outro planeta de outra constelação?
Teorizar é fácil para aqueles que não têm responsabilidades executivas, de comando e gerenciamento.
Vemos, lemos e ouvimos “conselhos de especialistas” que simplesmente não servem para nada em situações de grande responsabilidade.
E o ser humano é fruto de seu ambiente, história, acidentes, incidentes, saúde, educação, etc. Coleções de indivíduos que denominamos famílias, tribos, nações, raças etc. trazem consigo uma série de fatores que os personalizam. O corpo humano é uma máquina excepcional, merecendo muito cuidado ao ser avaliado.
Existem diferenças. O desafio é a evolução, em que sentido?
As guerras mundiais e todas as outras mostram a fragilidade de nossa inteligência. Argumentos absurdos geraram campos de concentração, crematórios, experiências e matanças inacreditáveis há pouco tempo. Vamos ver a repetição desses eventos se não pudermos transmitir aos mais jovens sentimentos de fraternidade e solidariedade.
Infelizmente a hostilidade recíproca cria fortunas. O exemplo mais absurdo e comum entre nós é o das torcidas em torno de clubes de futebol. Empresas com profissionais que jogam se bem pagos motivam autênticas guerras que fazem a delícia de comentaristas de futebol, por exemplo. Afinal, não fosse a paixão, que emprego teriam?
Admitir as diferenças e saber aproximar positivamente as pessoas é o desafio do século 21. Todos são importantes na luta pela sobrevivência das nações.

Conclusões


1 - O politicamente correto viabilizou ditaduras, o racismo, a xenofobia.
2 – podemos regredir aceitando teses superadas.
3 – a dúvida permanente é essencial.

Recomendações


1 – Duvidar sempre.
2 – Não aceitar tacitamente o que se declara “poiticamente correto”
3 – Estudar sempre





O Universo dentro e fora do ser humano


Hipóteses


1 – A complexidade da Natureza ultrapassa tremendamente nossa capacidade de compreensão
2 – A existência do Universo para fora e para dentro de nós é possível graças a leis perenes e se mudam isso acontece em função de outras leis.
3 – A vida é um fato acima de nossa compreensão.

Tese


O Universo vai do menor segmento material ao conjunto de galáxias e ultrapassa nossa capacidade de compreensão.

Ponderações


Em noite limpa e local sem as luzes das cidades podemos ver um número enorme de estrelas, pontinhos luminosos sem cintilação que são os planetas, uma parte da Via Látea, eventualmente meteoros e olhando melhor nebulosas numa abóbada que parece querer despencar sobre a gente.
Em qualquer laboratório ou filme científico teremos condições de mergulhar dentro de nós mesmos, descobrindo complexidades inimagináveis e até simbioses que nos mantêm vivos.
Sentimos nossa dimensão infinitesimal olhando para cima e percebemos a distância de explicações simplificadas e a realidade da vida estudando simples bactérias.
Nesse cenário é difícil querer explicar tudo, pior ainda, simplificar atribuindo tudo a um ser mais complexo. As dúvidas, se tivermos coragem de alimentá-las, são enormes.
A impossibilidade de saber e entender é algo real, inevitável. Muitos pensadores partiram desse princípio (céticos)[13] e estavam certos. A Ciência descobre mais e mais detalhes sobre o Universo, criando mais dúvidas do que certezas.
Não é prático, contudo, simplesmente duvidar, assim a adoção de algum figurino pode acontecer por puro pragmatismo.
Precisamos, contudo, fazer opções, pois elas são exigidas e listadas por terceiros. Não temos liberdade de fazer afirmações contrárias às convicções dos poderosos e de muitas pessoas com tantas convicções.
De qualquer forma a Humanidade precisa evoluir para poder sobreviver e tantos os povos mais rudes até os mais sofisticados precisam rever comportamentos e se ajustarem aos desafios da sobrevivência, para isso todos têm direitos e deveres de ajustamento de conduta.


Conclusões


1 – A inteligência humana e qualquer outra que possamos constituir sempre estará acima de nosso alcance.
2 – O Universo, por si só, merece nossa admiração e respeito.

Recomendações


1 -  a Humildade intelectual é fundamental ao nosso desenvolvimento.
2 – Sempre estaremos abaixo do potencial necessário e suficiente à compreensão do Universo.




 

Base cultural e natural


Conheci ao longo da vida, ou melhor, desde que tomei consciência da qualidade de muitas pessoas próximas, gente muito inteligente. Eram seres humanos racionais com um tremendo referencial ético, e a referência usada para estimular minha disposição para o estudo formal, algo pouco atraente.
Lendo a história da Princesa Isabel (Priore, 2013) descobri que a disposição para não facilitar partos e parturientes era uma diretriz religiosa em nosso país sempre atrasado, assim ganhei traumas e minha mãe lesões físicas e mentais, provavelmente.
As limitações pessoais foram “enriquecidas” por uma tosse de cachorro que me acompanhou até o início da puberdade.
Aprendi com tudo isso que a inteligência tem efeitos relativos. Mais tarde, apaixonado por Astronomia, comecei a olhar as estrelas com pequenos telescópios, descobri que assim via melhor alguns pontos e espaços do firmamento, mas deixava de enxergar o céu como um todo.
O excesso de capacidade de raciocínio pode prejudicar a visão das pessoas...
Qualquer que seja a nossa constituição temos, felizmente, um tremendo potencial.
Somos computadores dotados de excelentes sensores, servomecanismos, transdutores, sistemas elétricos de transmissão de dados, estrutura física feita para grande mobilidade, capacidade de manipulação material, etc. e sistemas de processamento de dados, arquivo, softwares dedicados, sistema operacional fantástico, unidades polidimensionais de comunicação e cálculo (neurônios), glândulas que produzem estimulantes e atenuadores, reprodutividade (sexo e complementos), etc.
Ou seja, geneticamente trazemos uma coleção de características e, desde a concepção, sofremos ajustes e até transformações radicais em consequência de ambiente (educação, relações humanas) e acidentes e incidentes decisivos à nossa vida.
Assim aprendi (vou alternar a primeira pessoa do singular com a do plural em favor da precisão do texto) muito com meu pai, pessoa extraordinariamente inteligente, lúcida e responsável. Graças a ele aprendi a duvidar com tolerância às divergências, existe maior lição do que esta? Pedro Cascaes morreu cedo, algo que me entristece profundamente sempre que me lembro disto. Fez muita falta ao filho curioso, teimoso acima de tudo, ainda que relativamente disciplinado à força pela mãe.
Entre a inteligência primorosa e bem estruturada e a cultura do pai e os padrões comportamentais da mãe, criada em tempos de escravatura, disciplina a qualquer custo, sentimentos excessivos e fúteis típicos da educação que recebeu, ganhei uma base inestimável além da herança genética extremamente pronunciada para tudo o que sou.
Fantasticamente as divergências de base religiosa de meus pais estimularam conversas intermináveis e diárias, principalmente no horário do almoço e janta, com o Pedro Cascaes. Com imensa paciência ele explicava seus pontos de vista, não os impunha. Meu pai falava pausadamente, pensava muito antes de responder, ensinou-me a pensar.
As lições de casa também mostraram os equívocos, tais como a violência física que minha mãe exercia de forma arbitrária e ilógica e os vícios, dentre os quais o tabagismo foi o de piores consequências. Era uma época em que a mídia comercial, sempre ela, faturava fortunas continuamente defendendo a tétrica arte de fumar, mesmo depois da demonstração mundial a partir de centros médicos honestos de que o cigarro e similares eram vícios mortais. Aliás, isso não mudou. O alcoolismo, o uso abusivo de automóveis, o consumismo desregrado mantêm os sistemas privados de comunicação, bem pagos por grandes grupos econômicos. Falarei, escreverei (espero pulicar esse trabalho em versão oral e escrita, se possível em LIBRAS também) mais disso adiante.
A base cultural em que me formei teve uma contribuição excepcional do povo de Blumenau. Os blumenauenses das décadas de quarenta a sessenta eram bem caracterizados. Gente de origem predominantemente germânica naquela época externava fortemente as virtudes e defeitos de um povo determinado, guerreiro, trabalhador e também vítima e algoz graças a conceitos de raça e poder.
Blumenau era uma vitrine mais elaborada do fascismo que os getulistas tentaram aplicar aos brasileiros. Aliás, aqui, dizia meu pai que qualquer ideologia seria desmoralizada pela maneira de ser dos brasileiros, o que não deixa de ser uma virtude importantíssima num planeta que abriga uma espécie de vida tão cheia de certezas, quanto o é o ser humano.
Entre defeitos e virtudes meu segundo lar foi o Colégio Santo Antônio. A disciplina era forte, menos do que em minha casa. Assim lá vivi e convivi com pessoas excepcionais (em todos os sentidos). Mais uma vez a heterogeneidade entre professores demonstrava a fragilidade dos dogmas, ideologias, religiões, morais e éticas que ao longo da história os se construiu para agora dividir o mundo, nações, famílias e até grupos circunstanciais presos a catecismos que aceitam, por mais idiotas que sejam.
É incrível a fragilidade de pessoas aparentemente cultas, capazes de afirmar e fazer juramentos e afirmar crenças absolutamente anacrônicas e distantes de suas vidas particulares e sociais, onde demonstram inequivocamente que só aproveitam de tudo o que dizem acreditar o que lhes convêm.
O processo de racionalização assusta.
A saúde pessoal foi um fator marcante e decisivo na construção e percepção de minhas crenças. Desde muito cedo a alergia e bronquite “Tosse de Cachorro” (Laringite estridulosa ou “Tosse de cachorro” Uma doença de inverno?, 2008) foi uma limitação violenta, levando meus pais a exercerem uma vigilância severa sobre o que fazia.
Era um tremendo “perna de pau” e assim acabei tendo nos passeios de bicicleta o meu lazer e esporte favorito (Brasil Não Morizado, 2013), algo que viabilizava o gosto por esportes radicais, nunca confessados aos meus pais. Imagino qual seria a reação de minha mãe se, ao longo dos anos, soubesse em detalhes o que o filho fazia em todos os lugares em que viveu...
Com certeza tive o privilégio de estudar em São Paulo, capital, onde passei um ano (1963) frequentando o cursinho pré-vestibular Di Túlio, na rua Conde de Sarzedas, na Liberdade. Neste ano de dúvidas imensas ou simples apatia profissional aprendi muito conhecendo a cidade de São Paulo e suas atrações gratuitas, das apresentações da Orquestra Sinfônica no Teatro Municipal ao Planetário no Ibirapuera onde revia as estrelas que deixara em Blumenau.
Vestibular, Itajubá e tudo o que aconteceu a partir de 1964 serviram para educar e temperar conhecimentos e ideais, entre eles o mais nobre, cuidar de minha família.
Maravilhosamente tudo contribuiu para agora escrever este livro, ser autodidata pode desmerecer o que se faz no mundo acadêmico, mas, se feito de coração e com base em bons livros, filmes e na grande escola que é a vida pode merecer registro...




Nossos instintos, nossas glândulas e comportamentos


Hipóteses


1 – O corpo humano contém glândulas que governam o comportamento e ações do ser humano.
2 – O cérebro é um dispositivo de processamento de dados que se auto-programa.
3 – Temos por herança e necessidades biológicas programas residentes.

Tese


Ponderações


Além da educação o corpo humano é um sistema de processamento de dados e transformação de resultados em movimentos graças a sistemas mecânicos e servo mecanismos.
Alguns livros, filmes e experiências pessoais ensinaram muito e na “terceira idade”, idiotamente denominada “idade feliz”, devemos e podemos avaliar tudo o que aprendemos, sabemos e experimentamos. O esforço é sempre válido para procurar que nossos descendentes não repitam os erros dos pais...
Obras literárias bem feitas criam impactos fortes na educação.
A partir de momentos especiais que mexem com a capacidade de qualquer jovem (puberdade por excelência) reagir contra conselhos dos mais velhos é rotina.
Meu pai tinha livros que, acredito, escondia. Aos poucos entrei na biblioteca dele, com destaque numa obra que ele me disse para só ler quando fosse adulto, ou seja, apesar da imensa dificuldade de entender palavras especiais li o livro (Os grandes sonhos da Humanidade - Condutores de Povos, Sonhadores e Rebeldes, 1937). Em aula de religião no Colégio Santo Antônio dedicada a estudos da Bíblia Cristã alguém perguntou sobre (Bertrand Russell), a reação negativa do frei Odorico Durieux convenceu-me a procurar esse autor e apaixonar-me por suas ideias, ao descobrir a genialidade e honestidade intelectual desse filósofo inglês.
Na década de sessenta, principalmente a partir da censura após 64 contra os “esquerdistas” e materialistas, existiu um bom motivo para estudar as obras de seus líderes. No determinismo dos ditadores veio a inspiração para uma dedicação especial a autores dedicados a teses revolucionárias.
 Em Psicologia e Psiquiatria, mais ainda por influência de uma amigo muito próximo, o João Bosco de Almeida Lacerda, pudemos ler e conversar muito.
A amizade veio após um início interessante. sem motivação muito forte, mas de acordo com minhas simpatias, fiz um curso de extensão universitária em Psicologia em Itajubá. Em polêmica sobre os engraxates da cidade que a sociedade daquela cidade acreditava fazer bem dando-lhes uniforme e caixinhas de engraxate ingressei no mundo dos contestadores, daqueles que duvidam das evidências e certezas.
Assim, dentro de um processo de ação e reação formei meu caráter.
Vivemos tempos inseguros, complexos. Assim nada como procurar entender a mente daqueles que são qualificados como criminosos. O último livro foi sensacional (Carcereiros), com certeza teve boa motivação após (Foucault, Vigiar e Punir) e (Foucault, História da Loucura, 1972) assim como, bem antes, (Memórias, Sonhos e Reflexões). Entre esses extremos, ou melhor, obras conhecidas com intervalo de décadas, ganhamos padrões de sensibilidade reforçados em atividades políticas e sociais ao longo de décadas de militância.
E a materialidade do comportamento e caráter?
A experiência pessoal com pessoas que envelhecem, nós mesmos, mostra como dependemos de muita química e estrutura internas quando decidimos e agimos dentro de um padrão ou de outro.
Na Medicina encontramos exemplos radicais de mudança de personalidade a partir de intervenções cirúrgicas [ (Psicocirurgia), (Lobotomia), ] e utilização de medicamentos.
A utilização de drogas é caso mais comum atualmente.
Precisamos, contudo, entender alguma coisa desse imenso universo que existe dentro de nós (FISICAPSICOLOGIAMATÉRIA E PSIQUE: ESTRUTURAS E CONEXÕES).
Afinal, quem somos nós?

Conclusões


1 - Temos uma estrutura de pensamento e ações semelhante a de computadores e máquinas convencionais.

2 - O corpo humano é sensível, como acontece com qualquer máquina, a acidentes e rotinas de utilização.

3 - A visão clássica desconhecia a complexidade do corpo humano.

Recomendações


1 – o ambiente e a saúde devem ser considerados com seriedade na formação e educação de qualquer ser humano.
2 – a complexidade do ser humano explica a infinidade de formas.




As origens e fatores de criação do mundo moderno

As perturbações institucionais a partir da criação de novos conceitos de formação de estados e governos com a geração de propostas ideológicas laicas e radicalmente diferentes das utilizadas pelos estados monárquicos e feudais foram equivalentes a muitas chuvas de meteoritos, grandes terremotos, maremotos etc. sobre a cabeça dos seres humanos a partir do século 18 de nossa era.; com certeza foi o resultado do crescimento do número de pessoas em condições de ler, estudar mover-se pelos diversos cantos do planeta e assim, em redes sociais primitivas, escaparem do controle dos poderosos de plantão.
A Humanidade mudou, começou a se transformar aceleradamente, inovando, retomando valores antigos e esquecidos, duvidando e procurando novas soluções terrenas para seus problemas, um comportamento que na civilização ocidental estagnara com a preocupação radical de conquistar algum paraíso após a morte e no terrorismo criado por exércitos de fanáticos e submissão de nações inteiras a lideranças conservadoras.
A estruturação monárquica, feudal e clerical dos países europeus mais desenvolvidos era um obstáculo severo ao progresso intelectual. A prioridade determinada pelas crenças e seitas era a construção de templos, monastérios, ambientes públicos, discretos e secretos de discussões semânticas e filosóficas. Isso significou um atraso fatal diante de invasões de outros povos assim como o desprezo pela construção de cidades e nações saudáveis.
Critérios da Idade Média fizeram lindíssimas catedrais e cidades cheias de templos, mas significaram a exposição de seus habitantes a pragas, endemias, epidemias e à violência de outros povos que lutavam por espaços vitais aqui na Terra.
As mudanças de comportamento e cenários diferentes merecem estudos minuciosos, agora com muitos recursos de análise. Um fator decisivo na História do ser humano foi, é e sempre será o padrão de clima e topografia existe, base de mudanças permanentes. Vale, por exemplo, pensar no que era a superfície terrestre há dez mil anos. Existindo h três milhões de anos, a espécie humana deve ter superado mudanças colossais. A diferença em relação aos tempos atuais é a fragilidade física e comportamental, a interdependência que cruza oceanos e a criação de centros extremamente concentrados de pessoas.
O que podemos imaginar para tudo isso se a Terra der um rearranjo qualquer?
A divisão rígida da sociedade humana em classes permanentes, modificando continuamente à força bruta fronteiras de domínio de dinastias (o povo “pertencia”, era parte das propriedades dos poderosos) era a regra entre seres humanos que nunca contestavam quem pudesse dominar tropas e sacerdotes. Isso é uma condição de sobrevivência de uma espécie de vida eventualmente racional e que tinha instintos de organização semelhantes às alcateias e famílias de feras que vagavam pelos campos, florestas e savanas.
A natureza humana é isso e tem sido objeto de estudos mais e mais detalhados de especialistas. As teorias de Charles Darwin, Sigmund Freud e outros e a constatação de que mudanças rápidas podem acontecer por acidentes, guerras doenças, mas os principais fatores de mudança política entre seres humanos já intelectualmente capazes foram as revoluções dos meios de comunicação e as guerras, destruindo, substituindo e dando motivações para o desenvolvimento técnico acelerado e mudanças institucionais.
O crescimento da população em condições de ler e escrever foi, com certeza, o principal fator revolucionário, assim como períodos de penúria e desespero.
A vida lastreada em instintos primários e pregadores oportunistas até a invenção de Gutemberg e as pregações e Martinho Lutero deu lugar ao sonho da Democracia, à Liberdade, Fraternidade, Igualdade, Justiça e valores tão nobres que se colocaram sob a denominação de Direitos Humanos e similares. Pode-se dizer que eram sentimentos oportunistas, mas, inequivocamente e infinitamente mais nobres que os precedentes.
A Revolução Industrial quando aconteceu tinha a base intelectual necessária e suficiente para a criação de novos valores.
A visão metafísica que se desenvolveu entre dois e três milênios passados prometendo benefícios após a morte deu lugar à vontade de viver antes do cemitério, algo que só as elites mais instruídas e espertas mantinham. O povo acordou!
A soberania do cidadão comum era desprezada tacitamente. A ignorância quase absoluta da população em geral e a concentração hereditária de riquezas e tropas especiais e sob comando de quem lhes pagava e convencia submetiam os povos (isso ainda existe, mas enfrentando coisas “assustadoras”, tais como os sistemas de comunicação alternativos) a vidas ao gosto e violência dos senhores da terra, das armas e almas.
As revoluções de fato começaram muito antes. Profetas e filósofos da era clássica da História da Humanidade (com “H” maiúsculo) formaram a base das mudanças mais recentes. As dificuldades de registro e transmissão de ideias eram barreiras colossais, algo que só começou a implodir (é bom repetir) com Gutemberg e na sociedade cristã com Martinho Lutero. A Reforma propondo o estudo pessoal da Bíblia estimulou a alfabetização, assustando o clero tradicional e mudando radicalmente o potencial de transformação.
Matar fisicamente qualquer ser vivo não é difícil. Pensamentos, culturas, convicções são decisões íntimas e facilmente desenvolvidas sem percepção dos poderosos; quando têm informação suficiente tornam-se, eventualmente, forças avassaladoras. Ou seja, não se destrói ideias com a violência física. Isso entre nós, humanos, foi essencial à nossa evolução. Passo a passo a Humanidade criou, padeceu, sofreu muito para crescer.
O desafio no século 21 é mais sofisticado, pois já chegamos a níveis elevados, com fortes oscilações...
Chegamos a padrões de existência insustentáveis e à percepção da nossa fragilidade diante da Natureza, para onde vamos?
Temos aí o desafio de novas visões éticas e morais, quais?




As crianças, os jovens e os adultos


A família é a principal base de formação de caráter e vocações de qualquer pessoa. Quando pensamos em Ética devemos de imediato e prioritariamente pensar nos efeitos de nossos padrões de comportamento na cabeça de nossos filhos, que serão radicalmente afetados pelos seus pais.
Um absurdo comum e trágico é a inconsciência de mães e pais em torno de suas responsabilidades.
A alienação é visível de diversas formas, os resultados vão aparecendo ao longo da vida. É fácil perceber e até avaliar os filhos em pelos efeitos na ordem cronológica de nascimento. Tudo exige um processo de paternidade responsável.
As crianças existem a partir da vontade dos seus pais e não o contrário. A geração de filhos significa o comprometimento integral em relação à vida de pessoas que serão o que seus pais quiserem.
Os desafios de sobrevivência crescem, será que todos estão conscientes de suas responsabilidades?
O processo educacional é atento às muitas fases da vida, mas pode educar mal pessoas que esquecem, a partir de uma formação equivocada, o que é ser adulto, ter responsabilidades e disposição para trabalhar, cuidar dos filhos, viver em sociedade.
Teorias e consultores normalmente procuram focar padrões nem sempre realistas. Com certeza a humanidade ainda precisa avançar muito no conhecimento da mentes humana e nos processos educacionais.
O terceiro milênio da era cristão poderá e deverá trazer desafios imensos.
A Humanidade estará preparada para enfrentá-los? Educamos nossos descendentes para resistir e sobreviver?






Ética e moral – afinal, o que é isso?


Gosto de ler e por mais que o faça sinto que ética e moral são conceitos que se confundem, mas de extrema importância. A ética e a Moral criaram mandamentos, preceitos até alimentares, modas e, entre outras coisas, guerras.  
Conceituar a base de religiões e profissões, fanatismos e até a origem das torcidas organizadas é algo delicado, perigoso.  As seitas, religiões, crenças e valores evoluem, sempre, contudo, com atrasos assustadores.
É fantástico descobrir as dúvidas entre pessoas que se destacam na sociedade humana, as incertezas, que não envergonham grandes lideranças como vimos tais como o atual Papa da Igreja Católica, podem mudar o mundo, pacificá-lo, torná-lo mais sensível à felicidade, sem os traumas e taras de quem se vê obrigado a esconder suas paixões e convicções. Que maravilha saber que uma instituição tão conservadora quanto a Igreja Católica Apostólica Romana volta e pensar e aceitar alternativas de pensamento. A Santa inquisição ainda pesa na consciência mundial, inclusive na hostilidade entre muçulmanos e cristãos. O prejuízo é irreparável. Que nunca voltemos a esse padrão de comportamento, ainda existente em muitos países fora do espaço mais culto e livre. O avanço da Racionalidade e da Defesa dos Direitos Humanos não pode parar, não deve acontecer à força de exércitos e ditadores, mas como simples evolução da inteligência humana.
Temos contudo, óbices em nossa sociedade consumista.
A honestidade intelectual é crime em sociedades pragmáticas. De modo geral o jovem é “convencido” a adotar um figurino. A renúncia a pensar e optar traz inúmeras compensações por bom comportamento, o trágico disso tudo é que agora a Humanidade pode realmente sonhar com um mundo melhor, para isso será preciso rever tudo, desde conceitos urbanísticos, profissões, hábitos de consumo a opções filosóficas.
Graças à internet e similares não dependemos mais de livros de papel e escolas para estudar. O desafio é o disciplinamento do tempo e de da própria vida pessoal.
As novas gerações viverão muito, se nada acontecer em contrário (catástrofes, epidemias violentas, guerras e coisas assim). Existem num cenário inédito: a perspectiva de viver mais, muito mais que seus ancestrais. Em que mundo desejam existir? Têm consciência disso?
Falamos de ética, carecemos de padrões éticos modernos, ajustados ao que precisamos e o conhecimento humano ilustra. Tudo o que se fez no passado está superado. Com certeza essa é uma afirmação pretenciosa, radical, mas que outra maneira de avaliar estratégias, metas, táticas e ideais que não seja pelos resultados obtidos?
A capacidade de alienação é um perigo para o ser humano, pois ele pode e deve explorar ao máximo o conhecimento que adquires e cresce exponencialmente. Isso é fundamental á sua sobrevivência enquanto indivíduo e parte de uma sociedade maior, seja qual for. Simplificar é virtude e discussões semânticas são possíveis e intermináveis. Para fins práticos vale neste livro o que vimos no em (Significado de Ética e Moral), ou seja, de forma simples e direta:
No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
O fundamental é partir para o desafio de educar sem imposições, acima de tudo com liberdade e tolerância, entendendo que a adoção de um padrão ético a partir de alguma moral possível é o desafio do século 21 nesse espaço inicial de liberdades mal usadas.
Sempre recorrendo a críticas que se avolumam em ambientes técnicos e de voluntariado onde adquirimos uma visão suplementar importantíssima dos efeitos de modismos e processos de alienação queremos quase desesperadamente reunir e organizar conclusões e sugestões sobre o que é realmente essencial à vida humana: a educação.






[1] Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerada um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.
Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.
A ideologia também foi analisada pela corrente filosófica do pós-estruturalismo, a qual é apontada por muitos autores como a superação do marxismo.

[2]cinismo foi uma corrente filosófica fundada por um discípulo de Sócrates, chamado Antístenes, e cujo maior nome foi Diógenes de Sínope, por volta de 400 a.C., que pregava essencialmente o desapego aos bens materiais e externos. O termo passou à posteridade como caraterização pejorativa de pessoas sem pudor, indiferentes ao sofrimento alheio (que em nada se assemelha a origem filosófica da palavra).
Esta atitude era parte de uma procura da independência pessoal. Alguns foram longe demais, rejeitando mesmo as decências básicas. Para poderem manter a compostura face à adversidade, reduziam as suas necessidades ao mínimo para garantir a sua autossuficiência. Mais do que uma teoria, era um modo de vida.  Para os Cínicos, a vida virtuosa consiste na independência, obtida através do domínio de desejos e necessidades, para encorajar as pessoas a renunciarem aos desejos criados pela civilização e pelas convenções. Os cínicos empreenderam uma cruzada de escárnio anti-social, na esperança de mostrar, pelo seu próprio exemplo, as frivolidades da vida social. Wikipédia

[3] O termo sectarismo (usado geralmente com conotação negativa e pejorativa) vem do latim sectariu, que em sentido estrito se aplica ao seguidor de uma seita, mas pode também denotar zelo ou apego exagerado a um ponto de vista; visão estreita, intolerante ou intransigente. Muitas seitasreligiões e grupos ideológicos são obstinados e inflexíveis na defesa de suas doutrinas. O termo vale também para o indivíduo fechado ao diálogo. Wikipédia
[4]plutocracia (do grego ploutos: riqueza; kratos: poder) é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico. Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é acompanhada de uma grande desigualdade e de uma pequena mobilidade. Wikipédia
[5] Crise do Encilhamento foi uma bolha econômica que ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e início da República, estourando durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891), tendo em decorrência se transformado numa crise financeira. Os então Ministros da Fazenda Visconde de Ouro Preto e Ruy Barbosa, sob a justificativa de estimular a industrialização no País, adotaram uma política baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos por farta emissão monetária.
Pelo modo como o processo foi legalmente estruturado e gerenciado, junto com a expansão dos capitais financeiro e industrial vieram desenfreada especulação financeira em todos os mercados e forte alta inflacionária, causadas pela desconfiança oriunda de determinadas práticas no mercado financeiro, como excesso de lançamento de ações sem lastro, e posteriores OPAs visando o fechamento de capital. Wikipédia

[6] Baruch de Espinoza1 (também Benedito Espinoza; em hebraico: ברוך שפינוזהtransl. Baruch Spinoza) (24 de novembro de 1632Amsterdã — 21 de fevereiro de 1677Haia) foi um dos grandes racionalistas do século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Nasceu em Amsterdã, nos Países Baixos, no seio de uma família judaica portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico moderno. Wikipédia
[7] dinheiro é o meio usado na troca de bens, na forma de moedas ou notas (cédulas), usado na compra de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas demais transações financeiras, emitido e controlado pelo governo de cada país, que é o único que tem essa atribuição. É também a unidade contábil. Seu uso pode ser implícito ou explícito, livre ou por coerção. Acredita-se que a origem da palavra remete à moeda portuguesa de mesmo nome (o dinheiro). A emergência do dinheiro não depende de uma autoridade central ou governo. É um fenômeno do mercado; na prática, entretanto, os tipos de moeda mais aceites atualmente são aquelas produzidas e sancionadas pelos governos. A maior parte dos países possuem um padrão monetário específico — um dinheiro reconhecido oficialmente, possuindo monopólio sobre sua emissão. Algumas exceções são o euro (usado por diversos países europeus) e o dólar (utilizado em todo mundo). O dinheiro em si é um bem escasso. Muitos itens podem ser usados como dinheiro, desde metais e conchas raras até cigarros ou coisas totalmente artificiais comonotas bancárias. Em épocas de escassez de meio circulante, a sociedade procura formas de contornar o problema (dinheiro de emergência), o importante é não perder o poder de troca e compra. Podem substituir o dinheiro governamental: cupons, passes, recibos, cheques, vales, notas comerciais entre outros. Na sociedade ocidental moderna o dinheiro é essencialmente um símbolo – uma abstração. Atualmente as notas são o tipo mais comum de dinheiro utilizado. No entanto bens como ouro e prata mantêm muitas das características essenciais do dinheiro. Wikipédia

[8] Escambo(PB)permuta (PEPB)troca direta ou, simplesmente, troca é a transacção ou contrato em que cada uma das partes entrega um bem ou presta um serviço para receber da outra parte um bem ou serviço em retorno em forma de Crédito, sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. Por exemplo, um agricultor com um marceneiro pratica escambo trocando dois cestos de frutas por uma cadeira, ou pela instalação de uma cerca em seu terreno. Wikipédia
[9] A moeda evoluiu a partir de duas inovações básicas, que ocorreram por volta de 2.000 a.C. Originalmente, o dinheiro era uma forma de recebimento, representando grãos estocados em celeiros de templos na Suméria2 , na Mesopotâmia, então Antigo Egito.
Esse primeiro estágio da moeda, no qual os metais eram usados para representar reserva de valor e símbolos para representar mercadorias, formou a base do comércio no Crescente Fértil por mais de 1500 anos. No entanto, o colapso do sistema comercial do Oriente Próximo apontou uma falha: em uma era na qual não havia nenhum lugar que era seguro para estocar valor, o valor de um meio circulante poderia ser apenas tão bom quanto as forças que defendiam aquela reserva. O comércio poderia alcançar no máximo a credibilidade do uso da força militar. No final da Idade do Bronze, no entanto, uma série de tratados internacionais estabeleceram uma passagem segura para os mercantes ao redor do Mediterrâneo oriental, se espalhando a partir da Creta minoica e Micenas no noroeste de Elam e sudeste de Bahrein. Apesar de não se saber o que funcionava como uma moeda para facilitar essas trocas, sabe-se que couro de boi em forma de lingotes de cobre, produzidos no Chipre, podem ter funcionado como uma moeda. É sabido que o aumento da pirataria e invasões associadas ao colapso da Idade do Bronze, possivelmente produzidas pelos Povos do Mar, trouxeram esse sistema comercial ao fim. Foi apenas com a recuperação do comércio fenício no séculos IX e X a.C. que houve um retorno à prosperidade, e o surgimento da cunhagem real, possivelmente primeiro na Anatólia, por Cresorei da Lídia, e subsequentemente pelos gregos e persas. Na África, muitas formas de reserva de valor foram usadas, incluindo grânulos, lingotes, marfim, várias formas de armas, gado, a moeda manilla, ocre e outros óxidos da terra, entre outras. Os anéis de manilla da África Ocidental foram uma das moedas usadas a partir do século XI em diante ara comprar e vender escravos. A moeda africana ainda é notável por sua variedade, sendo que em muitos lugares diferentes formas de escambo ainda existem. Wikipédia

[10] Em economiacapitalbens de capital, ou capital real referem-se a bens duráveis já produzidos e usados na produção de mercadorias ou serviços. Os bens de capital não são significativamente consumidos, embora possam depreciar durante o processo de produçãoCapital é diferente de terra na medida em que o capital deve ser produzido pelo trabalho humano antes que ele possa ser um fator de produção. A qualquer momento no tempo, o capital físico total pode ser chamado de estoque de capital, um uso diferente do mesmo termo aplicado a uma entidade empresarial. Em um sentido fundamental, o capital consiste de qualquer coisa produzida que pode aumentar o poder de uma pessoa para executar um trabalho economicamente útil - uma pedra ou uma flecha é capital para um homem das cavernas que pode usá-los como um instrumento de caça, enquanto as estradas são capital para os habitantes de uma cidade. Capital é uma variável na função de produção. Casas e automóveis pessoais não são capitais mas são bens duráveis, pois eles não são usados em um esforço de produção. Wikipédia
[11] Três moedas circulam em Cuba: o dólar, o peso conversível (cotado cerca a de 1,20 pesos por dólar) - e que é utilizado em lojas especiais para turistas, que vendem em dólar, à taxa de um peso conversível por dólar - e o peso tradicional (26 pesos por dólar) utilizado para o pagamento dos salários e para a compra de mercadorias no mercado interno, tais como aluguéis, luz, telefone, roupas e alimentos. Desde 25 de outubro de 2004 foram proibidas na ilha as transações em dólar, que só podem ser legalmente feitas utilizando-se pesos conversíveis. Wikipédia
[12] Em Cuba circulam duas moedas, o CUC (peso cubano convertível) e o CUP (peso cubano tradicional). O peso cubano é mais usado internamente pelos cidadãos comuns do país. O peso cubano convertível é mais usado pelos turistas que o utilizam com o certo limite de conversão. O CUP é usado também no câmbio comum e utilizado em transações comerciais de exportação e importação. O CUC, também conhecido como chavito, é administrado diretamente pelo governo, foi criado para superar a desvalorização do peso cubano perante as moedas estrangeiras após a dissolução do bloco socialista em 1990. InfoEscola

[13] O ceticismo filosófico se manifestou na Grécia clássica, aparentemente um de seus primeiros proponentes foi Pirro de Elis (360-275 a.C.) que estudou na Índia e defendia a adoção de um "ceticismo prático". Carneades discutiu o tema de maneira mais minuciosa e contrariando os estoicos, dizia que a certeza no conhecimento, seria impossível. Sexto Empírico (200 a.C.) é tido como a autoridade maior do ceticismo grego.9 Mesmo atualmente o ceticismo filosófico costuma ser confundido com o ceticismo vulgar e com aquilo que a tradição cética denominou de "dogmatismo negativo". Nada mais está tão em desacordo com o espírito do ceticismo do que a reivindicação de quaisquer certezas, seja as positivas ou as negativas. 10 11
Na Filosofia islâmica, o ceticismo foi estabelecido por Al-Ghazali (1058–1111), conhecido no Ocidente como "Algazel", era parte da Ash'ari, a escola de teologia islâmica, cujo método de ceticismo compartilha muitas semelhanças com o método de René Descartes. Wikipédia

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